EBD| Classe Jovens – Lição 3- Quando a chamada de Deus não faz a diferença: Os filhos de Eli

Fonte: Portal da Escola Dominical

4º Trimestre de 2020 – 18/10/2020

INTRODUÇÃO 

Quando falamos sofre fé, é necessário falarmos também sobre pessoas escolhidas por Deus para que sirvam de intercessores, líderes que pastoreiem pessoas e que as auxiliem a crescer na fé. A esses escolhidos denominamos sacerdotes. Por ocasião da saída do Egito, o Senhor separou pessoas que ficariam diante dEle para auxiliar os hebreus na adoração correta, dentro dos padrões que Ele mesmo estabeleceu. Essas pessoas, dedicadas ao culto, à guarda e ao ensino da Lei eram os sacerdotes e os levitas. No livro coletivo que antecede 1 Samuel, o de Juízes (Rute, no Cânon, vem antes de Samuel, mas narra a história de uma mulher moabita e viúva indo habitar em território hebreu), o destaque é dado a pessoas que julgavam o povo e libertava-o das mãos de opressores estrangeiros. Não se fala dos sacerdotes, e duas menções são feitas a levitas (Jz 18.1-31 e 21.1-17 — um levita que sai para peregrinar onde achasse comodidade. Quando o livro de 1 Samuel começa, Deus dá destaque — negativo — a três homens da família sacerdotal: Eli, Hofni e Fineias, o pai e os seus dois filhos. Trataremos sobre os dois filhos de Eli neste capítulo.

A Família de Samuel 

O autor dos livros de Samuel apresenta-nos a origem do profeta. Fruto de um voto feito ao Senhor por uma mulher casada, porém estéril, Samuel nasce em um lar dividido pela bigamia e pelas lutas constantes da possível segunda esposa do seu pai, cujo nome era Penina. No ambiente de adoração, não levou em conta a contínua humilhação como era tratada por Penina (ver 1 Sm 1.8).

É possível que Elcana tivesse se casado primeiramente com Ana e, visto que não podia ter filhos com ela, casou-se com Penina, que lhe deu filhos, mas era, em outras coisas, um aborrecimento para ele. Dessa forma, os homens são surrados com frequência pelas suas próprias varas. Penina era extremamente impertinente e provocadora. [1] Penina censurava Ana com veemência por causa de sua aflição, desprezando-a por causa de sua esterilidade, e falava de maneira insultuosa com ela, como alguém que não recebia qualquer favor dos céus. Penina invejava o benefício que tinha do amor de Elcana. Quanto mais benevolente ele era com Ana, mais Penina a provocava, tornando-se desprezível e grosseira. Penina aumentava seu ataque quando subiam à Casa do Senhor, talvez porque não estavam mais tempo juntos ou, porque, então a afeição de Elcana se tornava mais evidente. Mas Penina agia de forma pecaminosa ao mostrar sua maldade em momentos como aquele, quando mãos puras deveriam ser elevadas ao altar de Deus, sem iras e queixas. Também foi muito insensível naquela época aborrecer Ana, não apenas porque estavam juntas e outros poderiam perceber essa importunação, mas esse era um tempo em que Ana buscava concentrar-se nas suas devoções e desejava estar calma e tranquila e livre de perturbação. O grande adversário de nossa pureza e paz é mais insistente em nos irritar em momentos em que buscamos estar mais serenos e tranquilos. Quando os filhos de Deus vêm para apresentar-se perante o Senhor, podemos estar certos de que Satanás também está entre eles. Como se percebe, o fruto de não se observar a orientação divina tem o seu preço. Deus, porém, havia atentado para a aflição da sua serva, Ana e logo haveria de trazer do seu ventre um menino que seria profeta, juiz e sacerdote do Eterno.

A Família de Eli 

Os livros de Samuel estão inseridos, como se entende, no período dos juízes, época em que ainda não havia rei em Israel. Trata-se de um período em que a Bíblia registra uma sequência de afastamentos do povo da presença de Deus e das permissões que Ele concedia aos inimigos do seu povo para oprimi-los. É nesse contexto que Hofni e Fineias surgem no relato sagrado. Vindos de uma família sacerdotal, os moços cresceram e foram educados, como se entende, dentro do ambiente do culto dedicado ao Senhor. Eles foram ensinados sobre os protocolos do culto. Sabiam como usar as vestimentas sacerdotais, a ordem dos cerimoniais, como oferecer os sacrifícios, as datas festivas e como aplicariam a Lei de Deus. Todavia, mesmo esse conhecimento não fez daqueles sacerdotes pessoas tementes a Deus. A liturgia que eles exerciam não vinha do coração, mas do costume que tinham aprendido com o seu pai, Eli. Quando a Lei de Deus não está no coração da pessoa, é difícil convencê-la de que os seus atos terão a devida retribuição. Sacerdotes do Senhor em Siló Hofni e Fineias são mencionados como sacerdotes do Senhor em Siló (1 Sm 1.3). Essa localidade, Siló, tornou-se o centro de adoração naqueles dias, e os israelitas dirigiam-se àquela localidade para celebrar ao Senhor. Há estudiosos que creem que Siló pode ser considerada a primeira capital de Israel, dada à sua importância para as tribos que haviam saído do deserto. Quando entraram na Terra Prometida, os hebreus juntaram-se em Siló e ali montaram a Tenda da Congregação (Js 18.1). Em Siló, Ana orou ao Senhor pedindo um filho, sendo ouvida pelo Eterno. Foi também em Siló que os filhos de Eli davam mal testemunho do seu sacerdócio, roubando carne do sacrifício e deitando-se com mulheres. Por fim, foi em Siló que a Arca do Senhor foi capturada pelos filisteus, o que foi uma vergonha para a nação de Israel. Deus mesmo confirma que estava naquele lugar. Foi em Siló que o Senhor disse a Jeremias: “[…] fiz habitar o meu nome” (Jr 7.12), e foi lá que Ele despertou Samuel para o chamado profético com o qual foi usado por décadas. Os filhos de Eli receberam um ministério muito importante: o de serem sacerdotes de Deus. Acredita-se que preenchiam os requisitos para tão nobre

Os Filhos de Eli – Quando a Chamada de Deus não Faz Diferença

Eles não apresentavam falhas físicas, vestiam-se como verdadeiros sacerdotes e eram considerados sacerdotes de Deus. O historiador Henry Daniel-Rops diz que A perfeição física era exigida do sacerdote. “Ninguém dos teus descendentes (de Arão) em que houver algum defeito se chegará…” disse o Senhor; e o infeliz Hircano perdeu o sumo sacerdócio no dia em que suas orelhas foram dilaceradas. Uma vez escolhidos, precisavam ser “separados”, consagrados numa cerimônia escrupulosamente organizada. Depois do banho ritual, vestiam-se com linho, sendo ungidos com óleo. A seguir, faziam três sacrifícios, um novilho e dois carneiros, colocando as mãos sobre os animais antes de oferecê-los. O sacerdote tomava uma porção do sangue do terceiro sacrifício, misturando com óleo, e ungia o postulante na orelha direita, polegar direito e pé direito. A seguir colocava sobre as mãos e coxas dele um pouco de gordura de carneiro, pão asmo e um bolo de farinha e óleo, que mais tarde eram queimados sobre o altar. Esses ritos vinham de tempos imemoriais, destinados evidentemente a transmitir poderes sobrenaturais ao novo sacerdote. Uma vez consagrado, este gozava de toda espécie de privilégios, entre eles o de viver no templo e comer os sacrifícios e os pães da proposição. Suas mulheres e descendentes obtinham o mesmo privilégio. Parece-nos razoável crer que os moços preencheram os requisitos externos da Lei para o sacerdócio. Acontece que o interior dos moços de Eli estava contaminado por uma criação leniente e por práticas pecaminosas no ambiente de culto.

Filhos de Belial 

A Palavra de Deus diz-nos que aqueles moços eram filhos de Belial (1 Sm 2.12). A palavra Belial (beliy´al) traz a ideia de algo ou pessoa inútil, sem valor. Os filhos de Eli não eram pessoas úteis no ministério sacerdotal. O seu testemunho público era vergonhoso, e eles não representavam o Deus que os havia escolhido. Essa expressão, filhos de Belial, é aplicada aos homens de Gibeá, que abusaram e violentaram a concubina de um levita que se dirigia à Casa do Senhor (Jz 19.22). Da mesma forma, é usada para referir-se aos sacerdotes em Siló. Eles eram sacerdotes por uma questão de sanguinidade — haviam nascido na família de sacerdotes —, mas eram imprestáveis para o ministério. Charles Swindoll diz que Hofni e Finéias eram sacerdotes como o pai; no entanto, agiam de maneira completamente oposta à vida de Eli e ao que ele ensinara. A Bíblia diz: “Os filhos de Eli eram ímpios; não se importavam com o Senhor nem cumpriam os deveres de sacerdotes para com o povo…” (1 Sm 2.12, 13). Eles não foram os únicos pregadores ou sacerdotes que atuaram no ministério sem conhecer o Senhor. A realidade continua até hoje.5 Uma comparação entre Samuel e os filhos de Eli pode ser destacada: Em contraste com a inutilidade dos filhos biológicos de Eli, lemos a história de Samuel, o filho adotivo. Samuel nasce de uma mulher chamada Ana. Ela era estéril e prometeu ao Senhor que, se lhe fosse concedido um filho, o entregaria tão logo fosse desmamado…. Temos três moços criados pelo mesmo homem, no mesmo ambiente, sob as mesmas regras, mas com uma enorme diferença. Samuel lembra-me uma linda rosa plantada no solo acima de uma fossa. Nesse ambiente depravado e repulsivo, Samuel conseguiu evitar a contaminação dos irmãos adotivos e cresceu amando ao Senhor.

Desrespeito com a Oferta do Senhor 

Uma das ocasiões mais sagradas para o culto cristão é o momento em que honramos a Deus com nossos dízimos e ofertas, cientes de que nosso ato de fé é importante para a manutenção da Casa de Deus, como também é uma forma de mostrar que não somos dominados pela ganância, pois tudo o que temos foi o Senhor quem nos deu. O culto hebreu tinha o seu momento em que pessoas agradecidas traziam as suas ofertas para serem entregues ao Senhor, e parte dessa oferta — no caso, de carne — era reservada aos sacerdotes. Hofni e Fineias pegavam para si a “gordura”, a parte que era destinada ao Senhor, para ser queimada, e faziam isso antes de ser apresentada ao Senhor. Quando um hebreu trazia uma oferta de animais, os sacerdotes tomavam a oferta antes de a mesma ser entregue ao Eterno. Deus não deixaria que aqueles  que servissem ao altar ficassem desguarnecidos, nem as suas famílias e, por isso, propôs que parte da oferta em forma de carne fosse distribuída aos homens de Deus. Contudo, Hofni e Fineias tinham outros planos (ver 1 Sm 2.16). O Senhor não precisava daquela carne para si, mas o ato de um hebreu trazer aquela oferta era uma expressão da sua fé, da obediência e do respeito para com as orientações de Deus. Os sacerdotes beneficiavam-se de parte daquela oferta, com a bênção e permissão divinas, mas a atitude dos filhos de Eli era abusiva tanto para com Deus quanto para com a pessoa que trazia aquela oferta. 13-17. Esta rara descrição da adoração em Canaã antes da monarquia revela alguma familiaridade com as regras levíticas. Os adoradores sabiam que a gordura do sacrifício devia ser queimada como oferta ao Senhor (v. 16; cf. Lv 17.6; Nm 18.17). Provavelmente, eles também sabiam que certas partes do animal eram designadas para os sacerdotes a fim de lhes servir de alimento (Lv 7.28-36; Dt 18.3). Insatisfeitos com o que devia ser uma provisão adequada, esses homens intimidavam os adoradores a permitir que apanhassem, ao acaso, bons pedaços de carne, tivessem ou não direito a isso. Os protestos eram inúteis, e a falta de cumprimento disso era enfrentada à força (cf. v. 9c). Em religiões étnicas, o ritual tem de ser executado exatamente de acordo com o costume, a fim de ser eficaz; na adoração do Deus vivo, que perdoa o pecado e é misericordioso, as pessoas tomavam certas liberdades e desprezavam a oferta do Senhor. Isso era indesculpável.

Vida Violenta 

Os filhos de Eli são descritos como homens violentos. Sem limites e acostumados a não ouvir ninguém, esses moços desrespeitavam a oferta do Senhor. Se isso fosse pouco, agiam com violência caso uma pessoa não quisesse entregar a eles aquilo quer era do Senhor (ver 1 Sm 2.17). Aqueles moços fizeram as suas regras pessoais no culto não para adorarem ao Senhor, mas para usufruírem das ofertas que eram trazidas pelas pessoas. Um dos mais graves erros no que concerne à liturgia é forçar uma pessoa a agir de forma contrária aos ditames divinos, e isso de forma planejada. Obreiros podem ser tentados a usar da palavra para “forçar” pessoas a dar mais do que podem ou mais do que receberam, usando de dolo com mentiras ou teologias de troca, que “vinculam Deus” com a obrigatoriedade de abençoar pessoas sem a necessidade de elas terem comunhão com Deus ou lhe prestarem obediência.

Vida Imoral 

Um dos pecados narrados por Samuel sobre os filhos de Eli era a imoralidade sexual que ocorria no entorno do espaço sagrado. A religião de Canaã adotava a prostituição como uma forma de envolvimento religioso no culto à fertilidade, mas os hebreus não deveriam afeiçoar-se a essas práticas, visto serem condenadas pelo Senhor, que espera que os seus filhos primem pela sexualidade sadia, tendo o casamento como parâmetro para as relações sexuais entre um homem e uma mulher. Esses quesitos não são diferentes com a liderança do povo de Deus. A liderança atrai pessoas de todos os tipos, cabendo aos ministros e obreiros de Deus vigiar acerca do convívio que terão com essas pessoas. Entretanto, esse não foi o caso de Hofni e Fineias. Esses homens cederam à tentação de aproveitarem-se das mulheres que vinham ao local de culto. Apesar de serem casados, desrespeitavam não apenas a sua aliança com Deus no ministério, como também os seus próprios lares, envergonhando o seu pai e o próprio Deus. O desprezo desses moços para com o Senhor era tão visível que eles tornaram o local do culto num ambiente de promiscuidade e difamação contra o nome do Eterno. Joyce Baldwin argumenta: Presume-se que as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação, também mencionadas em Êxodo 38.8, serviam de forma semelhante aos levitas, acerca dos quais o mesmo verbo, sãbjã ’, é empregado (e.g., Nm 4.23; 8.24). É a palavra também designada para o serviço militar, sugerindo recrutamento, e dá o nome “Senhor dos Exércitos” (sebã’ôt_; cf. o comentário sobre 1 Sm 1.3-8). A imoralidade era parte integral da adoração cananeia, mas estava em total desacordo com o culto de Israel ao Senhor; de fato, era um pecado contra o Senhor. Pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro: esta última oração poderia ser traduzida assim: “os juízes poderão defendê-lo” (cf. ARC), pois a palavra ’elohim tem esse sentido em determinados contextos (cf. Êx 21.6; 22.8-9) onde os juízes agem como representantes de Deus na administração da justiça (Êx 18.19-22). Em contraste, o pecado deliberado contra o Senhor enquadrava-se numa categoria totalmente diferente. Os filhos de Eli não poderiam Os Filhos de Eli – Quando a Chamada de Deus não Faz Diferença | 43 alegar ignorância; sua soberba ditatorial clamava por uma queda (cf. vv. 2, 9, 10a).8 4. Deus não Deixa de Falar com Eli Levando em conta que essas ocorrências foram registradas por Deus, Ele não deixou de advertir Eli, o sacerdote, que era pai dos obreiros que causavam vergonha. A Palavra de Deus diz que Eli era um homem velho quando advertiu os seus filhos. No entanto, os moços já tinham se acostumado com seus pecados.

• Eles faziam o povo de Israel pecar (1 Sm 2.24). A postura dos sacerdotes fazia com que o povo cresse que poderia agir da mesma forma. Se os homens de Deus, que ofereciam e administravam os sacrifícios, podiam fazer o que quisessem, o povo seguiria o seu exemplo de devassidão e desrespeito para com as coisas de Deus.

• Deus queria matá-los (1 Sm 2.25). Os moços já não ouviam o seu pai. A época da correção já passara. Se Hofni e Fineias não aprenderam a respeitar as coisas de Deus quando pequenos, como homens não respeitariam mais nada. A sua falta de temor e respeito geraram a sua pena de morte.

• Davam coices na oferta do Senhor (1 Sm 2.29). A oferta, que o povo cuidadosamente trazia ao Santuário em homenagem ao Eterno, era tratada como se não tivesse valor. Deus compara os filhos de Eli com animais que dão coices, que usam de violência quando incomodados.

• Eli havia engordado comendo oferta roubada do Senhor (1 Sm 2.29). Deus não diz que Eli roubou carne do sacrifício, mas deixa claro que ele foi conivente com os roubos dos filhos, pois comia a carne do sacrifício que eles haviam roubado. Quando uma pessoa participa de algo ilícito ou criminoso, beneficiando-se do roubo, é partícipe e também será julgado pelo que fez. Eli sabia dos roubos dos seus filhos, mas não agiu no sentido de repreendê-los. Talvez ele mesmo achasse que não havia problema naquela situação. Uma vez mais Eli carrega o peso do castigo, porque, na qualidade de chefe da casa, era responsável por verificar que a blasfêmia fosse contida.

A história da insubordinação de seus filhos sem dúvida alguma remontava à juventude deles, quando teria sido possível discipliná-los. Diante dessa situação, a família toda será condenada, e nunca mais lhe será expiada a iniquidade nem com sacrifício nem com oferta de manjares. Fizeram-se provisões nos rituais para o sacrifício pelo pecado dos sacerdotes, mas tal sacrifício só cobria o pecado não intencional (Lv 4.2; cf. Lv 4.13, 22, 27). O pecado cometido com “abuso de poder”, num desrespeito intencional diante da lei de Deus, tal como o que os filhos de Eli cometeram, não podia ser resolvido por sacrifício algum. O próprio Eli havia previsto um juízo calamitoso (1 Sm 2.25), e um profeta já havia anunciado a decadência de sua família (1 Sm 2.31); agora, o próprio Senhor anuncia o destino inescapável da casa de Eli.

Consequência de desprezar-se a Deus 

Perderam a vida aqueles sacerdotes não respeitaram o seu chamado. Desprezaram a Deus, e, numa batalha dos israelitas contra os filisteus, a Arca do Senhor foi tomada, e eles, mortos (1 Sm 4.11). Deus havia dito a Eli que julgaria os seus dois filhos: “E isto te será por sinal, a saber, o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Fineias: que ambos morrerão no mesmo dia” (1 Sm 2.34). É possível dizer que parte do comportamento visto nos filhos de Eli deve-se ao próprio Eli por ser um pai tolerante com os pecados dos próprios filhos (1 Sm 3.13). A leniência de Eli pode ser vista quando o Senhor diz a ele, por meio de Samuel, que Hofni e Fineias serão julgados (1 Sm 3.18). Como pai, Eli não se importou com o julgamento divino contra os seus filhos. Ele não buscou ao Senhor por uma oportunidade de mudar a situação. Na mente de Eli, os seus filhos não tinham mais esperança. 2. Eu Honro os que me Honram Uma das passagens bíblicas mais enfáticas no tocante à forma como somos tratados por Deus encontra-se em 1 Samuel 2.30. Envilecer significa tornar vão, inútil. Ao invés de Hofni e Fineias servirem ao Senhor e serem honrados por Ele, preferiram honrar a si mesmos e aos seus desejos. Deus havia-os honrado, dando-lhes a oportunidade de nascerem em uma família sacerdotal e ministrarem a todo povo, mas eles não colocaram Deus em primeiro lugar. Eles desonraram ao Senhor e pagaram o preço da sua atitude.

Deus Chama Samuel 

Ele tem o seu ministério profético iniciado ainda criança, e Deus diz a Samuel que vai julgar os filhos de Eli. Costumamos ensinar às crianças a história de Samuel, contando para elas somente a parte que Deus chama o menino e ele responde: “Fala, Senhor, porque teu servo ouve”. No entanto, não falamos às crianças o que Deus disse a Samuel: a Casa de Eli estava condenada, e Deus exerceria o juízo contra ela. É curioso que, mesmo Samuel sendo um menino e sendo criado no ambiente em torno do santuário, ele não conhecia ao Senhor: “Porém Samuel ainda não conhecia ao Senhor, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor” (1 Sm 3.7). Ainda assim, Samuel obedeceu à voz de Deus pela orientação de Eli. Crianças precisam e podem conhecer a Deus e, assim fazendo, poderão ser muito usados no ministério pessoal e coletivo desde a tenra idade como o foi Samuel.

CONCLUSÃO

Desses tristes exemplos de vida, aprendemos três lições:

• A Palavra de Deus mostra-nos que não basta ser escolhido pelo Senhor para um determinado ministério. É preciso levar a sério essa chamada, sob pena de desperdiçarmos os dons que Deus depositou em nós para que fôssemos úteis na sua obra. A vocação não correspondida é inútil.

• Deus não mudou o seu plano de usar pessoas limitadas na sua obra. Entretanto, é preciso termos temor de Deus em nossas limitações para não envergonharmos o Senhor.

• Deus jamais deixará a sua obra sem uma liderança fiel. Ele é o maior interessado em que a sua obra seja feita e que os que nela trabalham sejam igualmente abençoados. Que possamos, com base neste capítulo, ser pessoas mais gratas a Deus pelas oportunidades que recebemos e jamais desprezar a graça de servi-lo.

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Brunna Farias

Correspondente na Igreja Evangélica Assembleia de Deus Rio Largo - Sede desde 2013, Pedagoga, Psicopedagoga, Orientadora Pedagógica, Voluntária no Centro de Assistência Social da Assembleia de Deus em Rio Largo - Casadril. Comentarista da CPAD, Lição Juniores em 2022