Mesa Diretora desliga Pr. Samuel Câmara da CGADB
Obreiro liderou tumulto durante a reunião da AGE em Alagoas: falta de decoro
A reunião da Mesa Diretora da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) decidiu nesta quarta-feira (22), com sete votos a três, desligar o pastor Samuel Câmara de seu quadro de associados.
O Conselho de Ética e Disciplina da convenção havia solicitado o desligamento sob a acusação de quebra de decoro, alegando que o pastor teria tumultuado a reunião da AGE que aconteceu em 2012 no Estado de Alagoas.
Além de Samuel Câmara, os pastores Sóstenes Apolos, Jônatas Câmara e Ivan Bastos também estavam para ser julgados, porém os dois primeiros não compareceram na reunião por motivos médicos e Bastos, que agora é o 1º Tesoureiro da Mesa, só poderá ser julgado em uma Assembleia Geral Ordinária.
O julgamento dos pastores estava marcado para o mês de janeiro, mas uma liminar da Justiça impediu que ele acontecesse antes das eleições da CGADB, que aconteceu em 11 de abril durante a AGO de Brasília.
ENTENDA O CASO
A 5ª AGE, que aconteceu entre os dias 6 e 8 de junho do ano passado em Rio Largo-AL, foi encerrada de forma constrangedora por falta de decoro de um grupo de pastores. Por orientação do corpo jurídico da CGADB e seguindo as prerrogativas que lhe são impostas, com base no estatuto da Igreja, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da instituição, encerrou os trabalhos mais cedo. Antes mesmo de começar a plenária do último dia, sexta-feira (8), e imediatamente após o momento devocional feito pelo pastor Elienai Cabral (PR), o presidente fez a conclusão e explicou que a atitude estava sendo tomada para evitar, de novo, posturas impróprias de alguns convencionais.
O assunto que iria ser tratado era a inclusão, no Credo ou no estatuto da denominação, de três artigos que se referem a um posicionamento contrário da Assembleia de Deus acerca de prováveis ameaças aos princípios cristãos na atualidade, a exemplo do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os assuntos eram, em tese, de interesse geral, e não afetavam questões eleitorais, por exemplo.
Assim que o pastor Elienai Cabral encerrou a ministração, o pastor José Wellington Bezerra da Costa fez a leitura da orientação da equipe jurídica da CGADB para que a 5ª AGE fosse encerrada. O documento lido em plenário argumentava que a conclusão era necessária para evitar novos debates descabidos. A Convenção Geral ainda protestava pela postura dos convencionais durante as discussões e recomendava que a conduta deles, no evento, deveria ser investigada por uma comissão interna.
Diante das alegações feitas pelos advogados, o presidente afirmou, na época, que estava encerrando os trabalhos e faria isto com base no estatuto. “Não desejamos que a Igreja em Alagoas sofra qualquer tipo de arranhão, ou seja maculada por conta destes procedimentos errados. Agradecemos ao pastor José Antonio dos Santos pela excelente recepção”, falou o pastor Wellington, concluindo a AGE com uma oração.
Alguns convencionais ainda se reuniram, assim que a sessão foi encerrada, sob a orientação do pastor Samuel Câmara (PA). Eles receberam algumas instruções e protestaram contra o fim dos trabalhos extraordinários. Diante de uma câmera de TV evangélica, eles ainda ergueram uma cédula, com a qual iriam votar nas plenárias, e repetiram palavras de ordem.
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