Trabalho evangelístico cresce nas universidades
Dados do governo mostram que no Brasil há quase seis milhões de universitários
Um dos principais motivos apontados pelos jovens como empecilho para não evangelizar é: “Preciso estudar primeiro”. Mas para provar que este argumento não tem fundamento teórico a equipe da GeraçãoJC, uma publicação da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), mostra nesta matéria que é possível estudar e evangelizar, e ainda sobrar tempo para namorar, sair com os amigos e ler essa reportagem.
Dados do Ministério da Educação mostram que no Brasil há quase seis milhões de estudantes universitários. E parte desses jovens já foi evangelizada graças ao trabalho de movimentos evangelísticos como o Movimento Pentecostal Universitário (MPU) que é desenvolvido nas universidades do Mato Grosso. Um dos líderes do MPU é o jovem Victor Hugo Danelichen, de 22 anos, mestrando em Física pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele recebe total apoio da igreja onde congrega, a Assembleia de Deus presidida pelo pastor Sebastião Rodrigues de Souza.
Assim que ingressou na graduação, Victor Hugo logo se interessou pelo trabalho de evangelização, que já existia na universidade desde a década de 90. No início, o trabalho era divulgado entre os próprios alunos. Mas com o passar do tempo, os líderes foram adquirindo mais experiência e hoje fazem reuniões, orações, confraternizações, seminários, encontros e vigílias nos pátios e salas. No entanto, nem tudo são “flores” no caminho dos jovens evangelistas. “Recebemos retaliação por parte do corpo docente e dos funcionários. Eles não gostam muito do trabalho. Alguns alunos são prejudicados na sala de aula por causa de rixas com professor. Mas independente disso continuamos a fazer a obra”.
Para o presidente da Agência de evangelismo e pesquisas sociais Pés Formosos, Jossy Soares, a evangelização universitária é um braço da igreja dentro dos campus, onde estudam e convivem os jovens da igreja. “Lá eles se deparam com toda sorte de filosofia anticristã, como o sexo antes do casamento, colegas que usam droga normalmente, além de outras mazelas. Tudo é muito chocante para alguém que vive em um ambiente separado como na igreja”.
Se o jovem não tiver uma boa formação cristã ele poderá ser tragado pelas fortes ondas da sedução. Se comparado a quantidade de horas que o estudante passa estudando na faculdade, o estudante cristão só tem 1 hora, no máximo, de estudos bíblicos por semana na Escola Dominical.
Hoje, o trabalho que começou em apenas uma universidade já foi adotado por quase todas as instituições de ensino superior de Mato Grosso, e a maioria desses trabalhos recebem apoio das igrejas.
Desafios da evangelização
Na evangelização universitária existem dois tipos de desafios: organizacionais e práticos. O desafio organizacional diz respeito à forma como se executa o trabalho dentro das faculdades e, nesse ponto, a maior dificuldade é a continuidade das atividades. Geralmente o jovem universitário fica na faculdade pelo período de mais ou menos quatro a cinco anos. Nesse período, ele ingressa no grupo de evangelismo e colabora com as atividades. Entretanto, após sair da faculdade, a maioria perde o vínculo. Assim, é preciso renovar constantemente as equipes que efetivamente atuam nas universidades, de forma a utilizar basicamente os próprios acadêmicos.
Quanto ao aspecto prático, os jovens que trabalham no campus enfrentam o desafio intelectual. Existe certo receio de serem confrontados por seus colegas de classe e professores com teorias que contrariam a essência do Evangelho, baseados em pensadores e filósofos ateus, agnósticos ou céticos que formularam críticas ferrenhas contra Deus e a Igreja, como é o caso de Voltaire, Nietzche, Bertrand Russel, David Hume, Michel Foucault e outros. E esse tipo de desafio se vence lendo as Escrituras, fortalecendo a apologética cristã (1Pe 3.15) por meio da leitura de bons livros e periódicos.
Por que investir em evangelismo universitário?
Não há números concretos sobre evangelismo universitário, mas um resultado apresentado por uma pesquisa americana preocupa os cristãos. O Instituto Consulting for Colleges and Ministries apontou que apenas 40% dos jovens continuam na igreja depois da formatura, e somente 16% dos calouros da faculdade se sentem bem preparados pelos ministérios de jovens para continuarem na igreja depois do período escolar. A pesquisa constatou ainda que muitos cristãos universitários estão armazenando suas crenças e práticas religiosas em um cofre de identidade particular. Na época, a pesquisa também foi aplicada dentro das universidades brasileiras e o resultado foi basicamente o mesmo.
O evangelismo universitário é pouco explorado pelas igrejas evangélicas do Brasil. Isso vem de uma cultura equivocada de aversão ao estudo de nível superior, baseado no pensamento de que ao ingressar na faculdade o jovem cristão irá abandonar a sua fé. “É importante investir no evangelismo universitário porque dentro dessas instituições há almas que podem ser alcançadas pelo Evangelho. É preciso reconhecer que o campus universitário é também um campo missionário, repleto de almas que precisam de um encontro verdadeiro com o Senhor”, afirma Jossy Soares.
Para o diretor da Agência Pés Formosos, Valmir Nascimento, que é presbítero da AD em Cuiabá (MT), pós-graduado em Direito e Antropologia da religião e analista judiciário federal, é dos bancos da faculdade que saem as pessoas que irão influenciar o mundo com suas ideias. “É importante evangelizar esse grupo de pessoas a fim de que, pelo poder do Evangelho, elas possam impactar e influenciar a sociedade em todas as suas áreas: medicina, direito, jornalismo, arte, filosofia etc.”, ressalta.
A Bíblia relata que o cristão deve ser sal da Terra e a luz do mundo, portanto, ele precisa fazer-se presente em todos os lugares onde se faça necessário o seu testemunho como servo de Deus. “A universidade tem sido lugar de desafio para muitos que, não sabendo ali entrar como verdadeiros cristãos, saem de lá derrotados em sua vida espiritual. Contudo, com base na Palavra de Deus e no exemplo de muitos homens e mulheres crentes em Jesus, cremos que é possível viver na universidade sem perder a identidade cristã”, afirma o pastor Elinaldo Renovato, líder da AD em Parnamirim (RN) e ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
– Levar folhetos, para distribuir na ocasião propícia;
– Evitar perturbar as aulas com suas convicções, mas falar se for necessário;
– Nos intervalos de aula ou de trabalho, falar aos colegas, isoladamente ou em grupo, sobre o Amor de Deus, a Salvação, sobre Jesus, mas com prudência e sem se exceder;
– Dizer aos colegas o que Deus tem feito em sua vida;
– Convidar os colegas, professores ou chefes, para ir à igreja ou a reuniões em que possam ouvir a Palavra de Deus.
Fonte: AD Alagoas
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