Congresso pode reverter decisão do Supremo Tribunal Federal

Jurista Ives Gandra Martins explica sua posição sobre aborto de fetos anencéfalos

Ives Gandra Martins, jurista de São Paulo, concedeu uma entrevista para o jornal Diário do Comércio dizendo que há apenas uma saída para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou o aborto de fetos anencéfalos: apelar para o Congresso Nacional.

Para ele os deputados federais e senadores poderão criar uma legislação específica para o caso, o que não compete ao Supremo. Gandra é um dos juristas que assinaram um documento defendendo o voto contra a legalização do aborto, um documento criado pela União de Juristas Católicos de São Paulo e pela União de Juristas Católicos do Rio de Janeiro.

Nessa entrevista Gandra Martins diz que o STF invadiu a competência da Justiça no Legislativo, o que não poderia acontecer. “Eu entendo, do ponto de vista exclusivamente acadêmico, que foi uma decisão incorreta. Eu entendo que o Supremo não tem essa competência, com base no artigo 103 parágrafo segundo da Constituição Federal. O correto seria o STF esperar uma decisão por parte do Congresso sobre o assunto”, disse.

O jurista informa que não é fácil para a Medicina identificar um caso de anencefalia e que o direito à vida não é determinado se o feto está ou não com má formação. “Se pensarmos assim, o doente terminal também não tem condições de sobreviver, então vamos legalizar a eutanásia. A vida é inviolável, mas se você a relativiza dizendo que alguém não tem condições de sobreviver, pode-se matar esse alguém.”

Segundo ele, a única forma de reverter a posição do Supremo seria anular a decisão com base no artigo 49, inciso 11 da Constituição. Conseguir unir o Congresso para que essa decisão seja revertida pode ser a única saída para as entidades que são contra o aborto.

 

 

 

Fonte: AD Alagoas

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Correspondente pela sede desde 2008. Formada em comunicação social com habilitação em relações-públicas. Estudante de jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas. Voluntária no Centro de Assistência Social de Rio Largo - Casadril.