Ministério apresenta mudanças no calendário de vacinação infantil
Alterações começam a partir de agosto
O calendário de vacinação infantil gratuita na rede pública terá duas mudanças já a partir de agosto. No primeiro ano, como transição, elas valerão apenas para os recém-nascidos que estiverem iniciando o esquema vacinal.
A vacina contra a poliomielite, hoje aplicada na forma de gotas (com o vírus atenuado), passará a ter um esquema combinado: injetável (com o vírus inativo) aos dois e quatro meses da criança e na forma de gotinhas aos seis meses e 15 meses e nas campanhas anuais de reforço. “Vamos usar um esquema duplo. O Zé Gotinha não morre, ele ganha mais um aliado contra a pólio”, explicou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde.
O reforço anual de 2012 para crianças até cinco anos já vai ter uma alteração. Em julho, na primeira etapa, fica como está: gotinhas. Na segunda, em agosto, porém, em vez de só a mobilização para as gotinhas, haverá uma campanha “multivacinação”, afirma Barbosa.
A ideia é que, durante uma semana, as crianças façam a revisão de suas carteiras de vacinação e fechem brechas. Quem não tiver mais o documento deve procurar o seu posto de saúde para cobrir eventuais falhas vacinais.
Tendência
O Zé Gotinha só será aposentado, diz o ministério, quando o vírus da pólio for erradicado do mundo. A tendência, então, é que os países -incluindo o Brasil- apliquem apenas a injetável. Isso, diz o ministro Alexandre Padilha, porque a vacina com o vírus inativo é mais segura. Apesar de raros, há registros de formas da paralisia associadas às gotinhas, sobretudo nas doses iniciais.
Por outro lado, é positivo manter o uso do vírus atenuado até essa erradicação, porque, ao ser eliminado pelas fezes, ele concorre na natureza com o vírus selvagem, mais perigoso, prejudicando-o.
Pentavalente
Outra mudança é a reunião de duas vacinas em uma só: a tetravalente e a hepatite B na chamada pentavalente. Nos próximos anos, porém, com desenvolvimento por laboratórios nacionais, ela deve evoluir para a heptavalente (penta, mais a da meningite C conjugada e a da pólio).
O objetivo é enxugar o número de picadas nas crianças e de idas a postos de saúde. Com isso, o governo poderá oferecer outras vacinas, como catapora, HPV e hepatite A. Com a penta, o governo deve economizar R$ 700 mil/ano com redução dos custos da vacina e da operacionalização.
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