PÁSCOA | o verdadeiro significado

pascoaTEXTO ÁUREO

“[…] Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b).

Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Por meio do seu sacrifício expiatório fomos libertos da escravidão do pecado e da ira de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 12.1-11.

INTRODUÇÃO

A Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É uma festa repleta de significados tanto para os judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo significado são as “espigas verdes”. Hoje estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós, cristãos.

A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje, o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e da condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação.

I. A PÁSCOA

1. Para os egípcios. Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2Pe 3.9b). Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (Sl 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra do Egito morrerá” (Êx 11.4,5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas.

2. Para Israel. Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10.10). Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém. Depois de tantos juízos derramados sobre o Egito, o Senhor Deus colocou um ponto final na longa noite do sofrimento do povo escolhido.

Ex 12.2 – UM NOVO CALENDÁRIO – De acordo com o ano civil, Israel estaria no sétimo mês do ano, o mês de Tisri. Entretanto, na saída do Egito, o Senhor determinou nova contagem dos tempos, considerando o início dos meses do ano, a contar daquele dia em que haveriam de serem libertos. O ano sagrado, decretado na Páscoa, passou a começar no mês de Abibe (correspondente à parte de março e à parte de abril do nosso calendário). Uma nova era raiou para Israel. Da mesma forma, quando, nos dias atuais, alguém alcança a salvação em Cristo, começa uma nova vida – II Cor 5.17; Ez 11.19; Ef 4.24; Hb 10.20. Mais tarde, o mês de Abibe passou a se chamar Nisã.

3. Para nós. Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1Co 5.7). Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16). A páscoa para nós, tem pelo menos, dois significados. Vejamos:

(1) – SACRIFÍCIO EM SUBSTITUIÇÃO AO PRIMOGÊNITO – Deus mandou sacrificar um cordeiro ou um cabrito macho, de um ano, sem defeito, sem manchas, e assá-lo para ser comido com pães ázimos e ervas amargas pelas famílias. O sangue dele, entretanto, tinha que ser aspergido nos umbrais e vergas das portas, e dessa forma serviria de sinal ao anjo da destruição que, ao vê-lo, não mataria o primogênito, mas passaria por cima. Em cada casa o cordeiro sacrificado tomou o lugar do primogênito, resgatando sua vida.

Embora a palavra “páscoa” designe a cerimônia por inteiro, aplica-se, especificamente, ao cordeiro do sacrifício, que é o símbolo do sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus (Apc 13.8; I Pe 1.18-19 cf I Cor 5.7). A páscoa foi, em todos os sentidos, um sacrifício, e não meramente isso, mas um sacrifício de substituição. O cordeiro pascal haveria de morrer, em cada casa, em lugar do primogênito, assim como Cristo foi sacrificado por nós.

(2) – SANTIFICAÇÃO E CONSAGRAÇÃO DO POVO DE DEUS – Ao instituir a páscoa, Deus lhe acrescentou logo a seguir a festa dos pães ázimos. Junto com a páscoa, passaria ela a formar um todo, um memorial a ser comemorado perpetuamente, como memorial da libertação do Egito (Ex 12.14-20).

Pães ázimos são os pães sem fermento, e eram usados nessa comemoração para simbolizar que o povo de Israel, uma vez libertado do Egito, deveria viver sem o fermento, ou influência, das impurezas do Egito, como a idolatria, a magia e os costumes depravados: teriam de viver como povo separado e consagrado a Deus.

Em Ex 13.2 encontra-se a ordem de Deus para que todo o primogênito do povo fosse consagrado a ele. O sentido é claro: Deus “passa por cima”, ao ver o sangue do cordeiro, poupa, livra, perdoa, salva os primogênitos da morte, para que eles fiquem pertencendo a Ele, porque tem um propósito santo para o povo que estava formando: O advento do Evangelho da redenção em Cristo, estabelecido simbólica e profeticamente na páscoa.

II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA

1. O pão. Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Êx 12.8,11,34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento do mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o falso ensino dos fariseus (Mt 16.6, 11,12; Lc 12.1; Mc 8.15). O pão também simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como “o pão da vida” (Jo 6.35). Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.

2. As ervas amargas (Êx 12.8). Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito.

3. O cordeiro (Êx 12.3-7). Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos de Adão (1Pe 1.18,19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados.

III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA

1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Apenas Ele pode saciar a necessidade espiritual da humanidade. Nada pode substituí-lo. Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com Deus (2Co 5.19).

2. O sangue de Cristo (1Co 5.7; Rm 5.8,9). No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23). Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo.

3. A Santa Ceia. A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória de mim” (1Co 11.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (1Co 11.27-32).

CONCLUSÃO

Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação. Tudo o que Deus fez tinha um sentido histórico imediato, mas também um sentido de simbologia profética do que, pela Sua providência, estava preparando para a salvação dos pecadores e formação de um novo povo, constituído somente por redimidos por Jesus. Em tudo está presente, por antecipação, o Evangelho: Deus nos libertou do reino das trevas, do pecado, da condenação, e fez de nós o Seu povo eterno; e nós, redimidos, nos santificamos, separamo-nos do fermento do mundo, para vivermos em novidade de vida, para glorificação do Seu nome – Cl 1.13. Tanto os egípcios como os hebreus eram pecadores. O que os distinguiu foi a fé, através da qual Deus redimiu Seu povo. Pela fé, Moisés comemorou a páscoa; pela fé, as família confiaram no sangue do cordeiro; pela fé, ninguém ousou sair de casa e expor-se, sem a proteção dele; pela fé, fizeram tudo quanto lhes foi mandado, estando prontos para saírem para a liberdade. Eis a essência do Evangelho. É pela fé que o pecador é perdoado, justificado, regenerado, adotado como filho de Deus, e recebe a vida eterna – Hb 11.28 cf Ef 2.8. A fé é o grande elemento espiritual presente na páscoa e no Evangelho, este último simbolizado naquela.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

COHEN, A. C. Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.

RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.

Pr. Jairo Teixeira
novasdeesperanca@gmail.com
Fonte: AD AL
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Correspondente pela sede desde 2008. Formada em comunicação social com habilitação em relações-públicas. Estudante de jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas. Voluntária no Centro de Assistência Social de Rio Largo - Casadril.