Segundo a imprensa internacional, cultos e missas em igrejas foram restringidos e monitorados por câmeras. Também há relatos que árvores de Natal foram derrubadas e autoridades locais patrocinaram “protestos contra o Natal” para minimizar o impacto da celebração cristã.
A ChinaAid, uma ONG cristã que monitora a perseguição religiosa em território chinês divulgou um relatório com várias denúncias sobre funcionários do governo e do aparato de segurança dedicando-se a eliminar as celebrações natalinas este ano.
Por exemplo, o Departamento de Segurança Pública de Anqing, cidade na província de Anhui, emitiu um comunicado em 21 de dezembro chamado “Proibição de qualquer atividade relacionada ao Natal”. Nenhuma rua poderia ter demonstrações de “qualquer atmosfera de celebração”, isso incluía árvores de Natal, Papai Noel ou qualquer outro item comumente associado ao Natal.
Na capital Pequim, filmagens postadas na internet mostram uma grande árvore de Natal sendo derrubada por um grupo de homens vestidos de preto.
Na província de Zhejiang, a ChinaAid obteve imagens de um grupo de pessoas desfilando nas ruas com a bandeira da China e gritando palavras de ordem como: “Boicotem o Natal!” e “Diga não ao Natal!”
O principal ataque foi contra as igrejas. Elas foram desencorajadas e, em diferentes cidades, proibidas pelo governo de realizarem cultos ou celebrações na véspera ou no dia de Natal. Essa restrição era válida tanto nas “igrejas domésticas” como também nas “Igrejas oficiais” – instituições sancionadas pelo Estado que são controladas pelo regime.
O relatório da ChinaAid cita um cristão da cidade de Heshan, província sulista de Guangdong, lamentando que funcionários do Departamento da Segurança Pública “assumiram o controle” de igreja local e instalaram várias câmeras de vigilância na entrada do templo duas semanas antes do Natal.
A repressão é ainda mais severa para as muitas igrejas domésticas, que são consideradas ilegais. Elas são reuniões feitas nas casas e não possuem nenhum tipo de registro junto ao Partido Comunista. Uma fiel da cidade de Tonghua, província de Jilin, Nordeste da China, reclamou que o Departamento da Segurança Pública local proibiu “qualquer reunião com mais de oito pessoas” na semana do Natal
Uma opção dos pastores foi mudar as celebrações de Natal para o início de dezembro, ou simplesmente não fazer cerimônias públicas.
Guerra ao Natal
O Partido Comunista da China defende oficialmente uma ideologia ateia, baseada no pensamento de Mao Tsé-tung. Os membros do Partido não podem ter religião e desde que Xi Jinping assumiu o poder estima-se que a perseguição religiosa cresceu 700%.
Essa repressão renovada, chamada por alguns de “Guerra ao Natal” na China, é motivada pelo temor do regime comunista de uma “influência ocidental”. Para eles, a religião é uma ameaça potencial à sua ideologia estatal e, portanto, à estabilidade do regime. Mesmo assim, o cristianismo continua crescendo no país. Com informações de China Aid e The Epoch Times