EBD | O Perigo do Materialismo
Fonte: CPAD
INTRODUÇÃO
I – CONHECENDO O MATERIALISMO
II – ANALISANDO O MATERIALISMO
III – CONTRAPONDO O MATERIALISMO
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivo principal levar o jovem a refletir a respeito da origem e consequências da cosmovisão chamada materialismo. Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, leia o subsídio abaixo:
“O materialismo é uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do Universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais. Essa cosmovisão defende que o átomo e seus movimentos explicam tudo, inclusive a existência do pensamento humano! Dessa forma, para um materialista não há que se falar em Deus, Diabo, céu, alma, anjos, pois tudo isso não passaria de imaginação.
Os materialistas afirmam que a matéria e o espaço simplesmente existem e sempre existiram, mas eles não sabem como tudo isso aconteceu, apenas defendem que a matéria surgiu de um acidente físico-químico, há bilhões de anos, o qual produziu tudo que se vê.
Em um momento posterior, dizem os materialistas, um corpo celeste teria se chocado contra o sol, produzindo os planetas. Numa chance infinitesimal, substâncias químicas se agruparam em determinado planeta e, tendo acontecido as condições adequadas de temperatura, depois de uma grande desordem inicial, por acaso, a matéria inorgânica ganhou vida própria. Em seguida, por uma série de coincidências estatisticamente inacreditáveis, o ser vivo unicelular se desenvolveu e, no fim de uma longa evolução, surgiram os seres inteligentes. Tudo isso por acaso! Como se percebe, o materialista precisa ter uma fé incrivelmente grande, maior até que a dos cristãos, para acreditar que a origem do Universo e da vida pode ser assim explicada.
Origens
O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem no Século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o Universo e tudo que nele há apresenta-se constituído apenas por átomos (partículas invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade, inclusive os pensamentos. Entretanto, importante mencionar que, no Século VII a.C, na Índia, a escola Charvaka já tratava sobre tal hipótese.
Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi corroborada por alguns, como os epicureus e os estoicos, Lucrécio (99-55 a.C), Chang Tsai (Século XI), mas isso proliferou sobretudo a partir do Iluminismo (Thomas Hobbes, Meslier, Diderot, Priestly, dentre outros). No Século XIX, foi elaborada a tese do materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba etc.), onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica.
A influência do materialismo no mundo cresce cada vez mais. Recentemente foram publicados números que mostram que 85% dos suecos, 80% dos dinamarqueses, 72% dos noruegueses, 60% dos finlandeses e 65% dos japoneses são materialistas. Pelo último censo do IBGE, o número de materialistas no Brasil é da ordem de 7,9% da população, no entanto, sem duvida, esse número tende a crescer. Não foi à toa que Jesus perguntou: “Quando o Filho do Homem vier, porventura achará fé na Terra?” (Lc 18.8).
Consequências
Contemporaneamente, os materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por Richard Dawkins, escritor dos livros “O gene egoísta” e “Deus, um delírio”, dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e sem rumo.
Conforme este autor narrou no livro “Eu e Minha Casa”, o materialismo tem atingindo frontalmente as famílias contemporâneas, causando uma crise sem precedentes, pois incute a ideia de que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais, tirando a esperança das pessoas e desconsiderando as coisas da fé. Observe-se caso a seguir:
“Recentemente li uma reportagem muito triste de um inglês chamado Tom Attwater, de 32 anos, que tinha um tumor no cérebro, e faleceu dia 29/9/2015 após arrecadar cerca de R$ 3 milhões (£ 500 mil) para garantir o futuro de sua enteada Kelli, de seis anos, que já tinha tido um sério problema de saúde.
Sabendo de sua morte iminente, ele escreveu uma carta de despedida para Kelli, na qual aborda diversos assuntos. Ele disse lamentar que não pudesse vê-la crescer e arremata: “Por favor, não culpe as pessoas ou o mundo por isso”. (Não mencionou sequer Deus!) Ele continuou a aconselhando sobre assuntos como a escola, meninos, casamento, família, amigos, carreira profissional, além de pedir para que ela aprendesse a dirigir e que fosse feliz em primeiro lugar”1.
Sem sombra de dúvida, o materialismo apequenou a vida de Tom Attwater, o qual não soube falar à sua enteada sobre o real sentido da vida, bem como acerca da esperança de um futuro na presença de Deus. O materialismo roubou-lhe os sonhos mais caros, deixando apenas palavras que retratam algumas agruras desta efêmera existência.
A futilidade do materialismo
A característica de ser fútil, sem valor, cai bem ao materialismo, pois essa cosmovisão destrona da vida tudo o que é duradouro e significativo, – as coisas que são importantes para a eternidade, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno, vão. A vida é muito mais que a ideia materialista. Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que “a vida é muito curta para ser pequena”.
As riquezas do Céu, que estarão disponíveis àqueles que são fiéis, não podem ser excluídas da percepção deste lado da vida. Abraão, Moisés, e muitos outros, moldaram suas vidas terrenas por aguardarem os tesouros celestiais (Hb 11.8-10, 26). O próprio Jesus mandou que seus discípulos juntassem tesouros no Céu. O materialismo, por outro lado, estimula uma desesperança profunda, ocasionando desespero existencial, já que a vida se resume somente aos poucos anos vividos sobre a Terra e nada mais. Que grande futilidade, sob esse prisma, seria a vida!
Conclusão
Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura (1 Co 1.20). Aliás, é a própria Bíblia que chama o materialista de louco (Sl 14.1). E isso pode ser demonstrado por alguns fatos históricos. O nazismo, por exemplo, teve seu grande trunfo por causa do pensamento materialista. O filósofo Olavo de Carvalho, nesse diapasão, faz uma citação de Viktor Franklin, um psiquiatra judeu, que com lucidez ímpar, abordou a questão:
“Não foram apenas alguns ministérios de Berlim que inventaram as câmaras de gás de Maidanek, Auschwitz, Treblinka: elas foram preparadas nos escritórios e nas salas de aula de cientistas e filósofos niilistas, entre os quais se contavam e contam alguns pensadores anglo-saxônicos laureados com o Prêmio Nobel. É que, se vida humana não passa do insignificante produto acidental de umas partículas de proteínas, pouco importa que um psicopata seja eliminado como inútil e que ao psicopata se acrescentem mais uns quantos povos inferiores: tudo isto não é senão raciocínio lógico e consequente”.2
O materialismo, assim, apresenta-se como uma loucura, não no aspecto da perda do senso crítico, mas pela irrefletida postura intelectual, que atenta contra as evidências e vai de encontro ao bem maior do homem: o dom da vida eterna. O homem rico, de uma parábola contada por Jesus (Lc 12.19,20) foi chamado de louco exatamente por isso.
Jesus contou a história sobre um homem que focava exclusivamente as coisas materiais e não atentava para o que era sobrenatural, o qual possuía muitos bens, mas quando morreu foi para o inferno (Lc 16.25, 26, 31). No lugar de tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no céu.
O materialismo nunca outorgou a ninguém a verdadeira riqueza! Billy Graham falou sobre isso: “a morte não é o fim da vida; é apenas um portão para a eternidade. (…) A única questão é onde iremos passar a eternidade…”3. Sem dúvida, esta é a única questão relevante na vida. Em viver sob essa perspectiva, o homem achará a verdadeira riqueza. O homem da história era um materialista rico, porém pobre, porque não tinha tesouros no Céu.
*Este subsídio foi adaptado de ODILO, Reynaldo. Tempo Para Todas as Coisas: Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 115-122.
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Lidiane Santos
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