EBD| Lição Jovem – Lição 4 – O Batismo com o Espírito Santo
Fonte: Portal da Escola Dominical
Introdução
I-Definindo o Batismo com o Espírito Santo
II-O que não é o Batismo com o Espírito Santo
III-O Falar em Línguas como Evidência
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Definir o batismo com o Espírito Santo;
Mostrar o que não é o batismo com o Espírito Santo;
Conscientizar de que o falar em línguas é uma evidência do batismo com o Espírito Santo.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
Ao longo da revelação de Deus sobre si, sobre sua vontade e de como Ele gostaríamos que o adorássemos e estivéssemos próximos dEle, foi-nos apresentada a existência de um revestimento de poder que seria dado pelo próprio Deus, na pessoa de seu Espírito Santo.
O Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos de Jesus no dia de Pentecostes, conforme o relato de Lucas em Atos 2, e a esse evento chamamos de “batismo no Espírito Santo”, expressão corrente entre os pentecostais. A Palavra de Deus também utiliza a expressão “ser cheio do espírito” em alguns textos como um sinônimo da experiência do batismo no Espírito Santo. Mais do que a definição dos termos, todo cristão é desafiado a ter essa experiência, que está disponível para todos em nossos dias, como sempre esteve desde o dia de Pentecostes em Atos 2.
I – A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Atualmente, fala-se muito sobre a doutrina do Espírito Santo e da forma como Ele atua na Igreja. Ele é o que nos santifica, que nos ajuda a orar, que nos convence de nossos pecados e que nos reveste de poder para testemunhar. O batismo no Espírito Santo é uma experiência para os nossos dias, e, para que possamos tratar dele, é preciso analisar o que a Bíblia diz sobre a pessoa do Espírito Santo. Essa observação é justa, pois a obra do Espírito está atrelada ao que Ele é.
O Espírito Santo É Deus
Chamamos de Trindade a união entre três pessoas que são um só Deus. Não são três deuses, mas, sim, um Deus em três pessoas. Do mesmo modo que passado, presente e futuro formam uma unidade chamada tempo, Deus é um em três pessoas. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo trabalham juntos desde a eternidade. Nos últimos anos, entretanto, o Espírito Santo vem recebendo uma atenção maior justamente por causa do movimento pentecostal. Graças aos pentecostais, teólogos de diversas linhas vêm relendo o que foi falado pelos antigos teólogos.
Na ótica da Teologia, a pessoa do Espírito Santo é estudada tendo em vista símbolos que aparecem nas Escrituras.
Até o dia de Pentecostes, a obra do Espírito Santo é vista com mais ênfase nos Evangelhos na pessoa de Jesus. Em Atos, o Espírito é visto orientando os apóstolos, batizando pessoas, curando enfermos e fortalecendo os fracos.
II – DEFININDO O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O Batismo no Espírito Santo
É um revestimento de poder dado pelo Espírito Santo de Deus para que haja um testemunho da pessoa de Jesus Cristo. Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, é definido como “[…] uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas […] (At 2.4).”
De acordo com John W. Wyckoff, em Teologia Sistemática:
Dentre as expressões análogas, parece que os pentecostais preferem “batismo no Espírito Santo”. Semelhante preferência talvez se deva ao fato de a linguagem derivar-se das declarações do próprio Jesus, ou à profundeza do conteúdo dessa linguagem metafórica específica. Ou seja: a analogia em vista é o batismo em água. Conforme nota J. R. Williams: “o batismo em água significa literalmente ser imergido na água, colocado embaixo dela, ou até mesmo ficar ensopado nela.” Com efeito, ser batizado no Espírito Santo é ficar totalmente envolvido no Espírito Dinâmico do Deus vivo, e nEle saturado.
Stanley M. Horton (1916–2014) disse que “cada termo ressalta algum aspecto da experiência pentecostal, e nenhum termo individual consegue ressaltar todos os aspectos daquela experiência”.
Essa experiência foi notória na Igreja em Atos, tanto na igreja de origem judaica quanto na de origem grega. Foi debaixo de uma experiência pentecostal que a Igreja do Senhor começou e, pelo relato de Lucas em Atos 19, chegou a ser acompanhada de profecias. O Senhor estava visitando seu povo e trazendo a Era do Espírito com a certeza de que seres humanos seriam a habitação do Deus vivo.
É uma Realidade para os nossos Dias
Quando se trata deste assunto, os pentecostais creem que a experiência que os discípulos tiveram em Atos 2 está disponível em nossos dias. Tal proposição pode ser comprovada nos milhares de relatos de pessoas que foram cheias do Espírito e falaram em línguas. Em uma vertente contrária, há pessoas imaginando que o revestimento de poder que foi relatado em Atos está fora de alcance da experiência cristã de nossos dias. Tal entendimento acontece por força de uma visão mais voltada a um intelectualismo de cunho pós-moderno, que vê a experiência pessoal como algo subjetivo, de pouco valor. O curioso é que esse tipo de negação existe para a experiência pentecostal, mas não para outras experiências relacionadas à vida cristã. Na prática, um pensamento teológico que rejeita a experiência do batismo no Espírito Santo como um evento real para os nossos dias puramente o faz por um prisma racionalista, que rejeita a experiência por entender que ela é subjetiva, ou seja, cada pessoa tem a sua e, por isso, não tem valor. Com o respaldo da Palavra de Deus, tendo em vista, porém, que o próprio Jesus disse que “estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas […]” (Mc 16.17), cremos que o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas são, sem dúvida, experiências de Deus para os nossos dias, e sim, é subjetiva, pois é dada a cada indivíduo sem distinção.
II – O QUE NÃO É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
A Conversão
A conversão é uma experiência que ocorre no momento em que a pessoa, arrependida de seus pecados e tendo sido convencida pelo Espírito Santo, decide renunciar a vida de erros e distanciamento de Deus para uma vida com Ele aceitando a Jesus como seu Senhor e Salvador. Uma vez que ocorre a conversão, o pecador é transformado numa nova criatura e feito filho de Deus. Essa transformação é uma operação do poder de Deus no ser humano. O pecador e inimigo de Deus é transformado em um filho seu, e essa mudança é tão poderosa que só Ele pode fazê-la. O homem pode ouvir a mensagem do evangelho, ser convencido de seus pecados e aceitar a Jesus; mas ser transformado é pelo poder de Deus: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.11-13 – grifos meus). Ser feito filho de Deus é um poder concedido para fazer de nós novas criaturas; a conversão, porém, não é o batismo no Espírito Santo. Cremos que o batismo no Espírito Santo é para aqueles que já experimentaram a salvação. Os discípulos no cenáculo já tinham entendido que Jesus era o Messias. Eles, então, obedeceram ao Senhor sem sair de Jerusalém, até que foram contemplados com a promessa de Deus. Uma pessoa pode receber o batismo no Espírito Santo segundos após arrepender-se de seus pecados e ter aceitado a Jesus, mas essa é uma experiência diferente. O batismo no Espírito Santo não é a conversão.
O Selo do Espírito
Paulo descreve que, quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador, fomos selados, marcados para a glória dEle para a eternidade. É o chamado “selo do Espírito Santo” para os que creem nEle: “em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” (Ef 1.13,14). Paulo, ao escrever aos efésios, não menciona ser o chamado “selo do Espírito Santo” o revestimento de poder para testemunhar. O selo nos tempos antigos servia para garantir a fidelidade de um documento ou a inviolabilidade de um estabelecimento. Neste caso, Paulo diz que os que estão em Cristo e creram nEle depois da exposição da Palavra foram selados, separados pelo Espírito Santo para que Deus seja glorificado. Trata-se de uma experiência da salvação que é genuína e para todos os crentes, mas que não pode ser confundida com o revestimento de poder do Espírito Santo.
O Fruto do Espírito
O fruto do Espírito não se confunde com o batismo no Espírito Santo, pois, enquanto este é o derramamento do Espírito para revestimento de poder, aquele é a manifestação do Espírito nas atitudes dos que foram alcançados pelo evangelho. Enquanto o batismo no Espírito vem da parte de Deus, o fruto do Espírito é a forma como os cristãos demonstram seu caráter transformado pelo evangelho, e isso é necessário a todo cristão, independentemente de sua linha doutrinária ser pentecostal ou não. O fruto do Espírito é o resultado de uma maturação na vida do crente, de passar por experiências em que Deus vai moldando-o de acordo com a sua Palavra; todavia, não pode ser confundido com o batismo no Espírito Santo.
Tão importante quanto o batismo no Espírito Santo é o fruto do Espírito na vida do crente, pois este evidencia o quanto somos realmente guiados pelo Espírito de Deus.
O Batismo no Espírito Santo não É Designativo de Espiritualidade
A experiência do batismo no Espírito Santo é única e vem de Deus. A vinda do Espírito de Deus na vida de uma pessoa atende a um propósito divino, e o Senhor tem cumprido sua promessa. Há pessoas que recebem o cumprimento da promessa sem ter noção do que receberam ou sem ter estudado sobre o assunto; já outras pessoas recebem o cumprimento da promessa após orarem e esperarem, como fizeram os discípulos em Atos 2. A promessa é para todos e de forma indistinta.
Essa mesma promessa de Deus para os nossos dias deve, porém, conduzir os servos de Deus a um ímpeto no testemunho de Jesus e no testemunho pessoal. Uma capacitação como essa não pode objetivar a ideia de que a pessoa que recebeu o batismo no Espírito Santo seja mais crente do que outra.
Da mesma forma que a Bíblia jamais disse que Deus reservou o batismo no Espírito Santo somente para os dias dos apóstolos, a Bíblia também não diz que os que foram cheios do Espírito são pessoas mais santas que outras. O mesmo Espírito opera a santificação tanto naqueles que receberam a promessa quanto naqueles que ainda não a receberam, seja porque a desconhecem, seja porque a rejeitam. Receber a experiência pentecostal não pode fazer do crente uma pessoa que se julga superior às outras. Deus não considera que haja essa distinção.
O Senhor jamais faz da experiência do revestimento de poder um distintivo de espiritualidade. Se assim o fosse, Ele teria dito isso em sua Palavra. Nossa caminhada cristã é feita de provas, desafios, de uma vida de oração e de andar mais próximos de Deus. A cada dia, todo cristão precisa enfrentar lutas, tentações, sujeitar-se ao senhorio de Cristo e trazer cativo todo pensamento que se levanta contra Deus. O exercício da espiritualidade genuína é uma atividade diária, e vamos de glória em glória andando com o Senhor.
Nenhum crente pentecostal genuíno deve olhar para si mesmo como sendo superior a outro crente por ter recebido o batismo no Espírito Santo. Não somos nós que nos damos o Espírito Santo, nem a salvação, nem o perdão dos pecados, nem as bênçãos de Deus. Não fomos nós mesmos que nos revestimos. Fomos revestidos pelo Senhor, e esse revestimento de poder não é coisa de homens, mas de Deus, e cremos que esse revestimento que é dado por Ele não é para darmos testemunho de nós mesmos, mas, sim, para sermos testemunhas da obra de Cristo e do motivo de Jesus ter vindo ao mundo: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8b). Ser cheio do Espírito, portanto, é uma promessa de Jesus a todos os crentes; mas isso é para que sejam testemunhas dEle, e não para que venham a dar testemunho de si mesmos.
CONCLUSÃO
O batismo no Espírito Santo é mais do que uma promessa. É o cumprimento do projeto de Deus de revestir seus filhos com um poder para testemunhar das grandezas do Senhor, da salvação e da vida porvir. Essa promessa jamais foi revogada por Deus, e até que o Senhor Jesus, que é Perfeito, seja manifesto como apresentado pelo apóstolo Paulo, podemos contar com o cumprimento dessa promessa. Assim como os discípulos em oração, podemos também receber esse mesmo revestimento de poder em nossos dias.
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Lidiane Santos
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