EBD | Lição 7 – Perdoamos Porque Fomos Perdoados

Fonte: Portal da Escola Dominical

ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPREENSIVO
II – EM CRISTO, DEUS PAGOU AS NOSSAS DÍVIDAS
III – UMA VEZ PERDOADOS, AGORA PERDOAMOS
CONCLUSÃO

INTERPRETANDO A PARÁBOLA

Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby

O capítulo 18 de Mateus traz os ensinos de Jesus sobre a conduta dos seus discípulos como membros da nova comunidade trazida à existência por meio da mensagem evagélica de Cristo. O Reino de Deus possui valores essencialmente diferentes daqueles que caracterizam as instituições terrenas e as organizações desse mundo. Lembre-se de que nesse reino os humildes são os verdadeiramente grandes: “Naquela mesma hora, chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (Mt 18.1-4).

No Reino de Deus, o inferior e mais apagado súdito leal a seu Rei possui valor infinito. A suprema ofensa na comunidade messiânica é quando os fortes e os dominadores tornam o discipulado dos irmãos fracos e sensíveis, mais difícil: “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18.6,7).

De igual modo, mostrar desprezo pelos irmãos em Cristo é algo inaceitável: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11). Depois temos a pergunta realizada por Pedro e a parábola propriamente dita. A parábola quer demonstrar o perdão de Deus; a necessidade de que os homens perdoem em função de Deus nos perdoar. Para finalizar, ela adverte a respeito do juízo divino sobre aqueles que se negam a perdoar. Lockyer destaca que “Cristo ensinou que quanto mais formos inocentes naquilo em que admitimos ter errado, mais poder teremos para curar tal desvio e mais seremos responsáveis em fazê-lo, assim, tanto o que comete o erro, como o que o sofre, ambos deveriam acabar com a contenda”. De igual modo, mostrar desprezo pelos irmãos em Cristo é algo inaceitável: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11). Depois temos a pergunta realizada por Pedro e a parábola propriamente dita. A parábola quer demonstrar o perdão de Deus; a necessidade de que os homens perdoem em função de Deus nos perdoar. Para finalizar, ela adverte a respeito do juízo divino sobre aqueles que se negam a perdoar. Lockyer destaca que “Cristo ensinou que quanto mais formos inocentes naquilo em que admitimos ter errado, mais poder teremos para curar tal desvio e mais seremos responsáveis em fazê-lo, assim, tanto o que comete o erro, como o que o sofre, ambos deveriam acabar com a contenda”.1

Parece que Pedro estava pensando a respeito do que Jesus havia dito sobre um irmão que peca “contra ti” (Mt 18.15). A pergunta do apóstolo parece simples, mas traz um pano de fundo judaico. Pedro quer saber quantas vezes deve perdoar aquele irmão. Talvez sentiu-se generoso ao sugerir: “Até sete?”. Pode ser que o significado dos números que encontramos aqui esteja relacionado ao fato de que os discípulos de Jesus têm de ser misericordiosos na medida em que Lameque ameaçou não ter misericórdia (Gn 4.24), 490 vezes em lugar de 7. Na tradição judaica posterior, a tradição rabínica não exigia que alguém perdoasse mais do que três vezes.

A resposta do Mestre deve ter perturbado Pedro. Mas lembre-se de que Jesus está utilizando-se de uma hipérbole. Não devemos entender isso num sentido matemático preciso. “A hipérbole caracteriza-se pelo exagero de uma ideia com o objetivo de expressar intensidade, assim, constitui-se uma figura de linguagem construída através do uso intencional de uma palavra ou expressão exagerada em si mesma ou pelo uso de um termo que é exagerado em relação ao contexto”.2 O quadro abaixo apresenta alguns exemplos de hipérbole na Bíblia Sagrada

Dt    1.28  Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto é este povo do que nós; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus; e também vimos ali filhos dos gigantes.
 Sl 6.6  Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas.Sl 119.136 Rios de águas correm dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei.
 Lm 3.48  Torrentes de águas derramaram os meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.
 Mt 5.29  Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
 Mt 7.3  E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?
 Jo 21.25  Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!
 1Co 13.12  Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.

Jesus ensina a perdoar quantas vezes forem necessárias, mas que isso também deve ser feito de coração. Devemos perdoar com liberalidade e com sinceridade. Os servos de um rei eram oficiais de alta posição a serviço do imperador. Alguns deles, muitas vezes, em determinadas ocasiões, podiam tomar grandes quantias de dinheiro emprestadas do tesouro imperial. Nesta parábola, a quantia mencionada por Jesus é, mais uma vez, deliberadamente dada com exagero. É uma hipérbole que visa tornar mais vívido o contraste com o segundo débito – cem dinheiros.Jesus ensina a perdoar quantas vezes forem necessárias, mas que isso também deve ser feito de coração. Devemos perdoar com liberalidade e com sinceridade. Os servos de um rei eram oficiais de alta posição a serviço do imperador. Alguns deles, muitas vezes, em determinadas ocasiões, podiam tomar grandes quantias de dinheiro emprestadas do tesouro imperial. Nesta parábola, a quantia mencionada por Jesus é, mais uma vez, deliberadamente dada com exagero. É uma hipérbole que visa tornar mais vívido o contraste com o segundo débito – cem dinheiros.

É difícil achar um equivalente no sistema monetário moderno, mas o Comentário Beacon compara um talento com cerca de “dez milhões de dólares” americanos. Trata-se de uma dívida impagável. O que Cristo quer ensinar é a completa falta de esperança de pagarmos o incomensurável débito que geramos por causa de nossos pecados, até que ele fosse perdoado gratuitamente por Deus, por intermédio da morte de Cristo na cruz do Calvário.

Agora o Senhor passa para outro personagem. Ele tem uma dívida de “cem dinheiros” para com aquele cuja dívida era impagável. Cem denários trata-se de uma moeda romana. Mais uma vez o Comentário Beacon faz uma atualização e o atualiza para “vinte dólares americanos” – “uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei”. Contudo, aquele que teve sua dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo. Recusa-se a dar um prazo e ainda mandou que o seu servo fosse lançado na prisão.moeda romana. Mais uma vez o Comentário Beacon faz uma atualização e o atualiza para “vinte dólares americanos” – “uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei”. Contudo, aquele que teve sua dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo. Recusa-se a dar um prazo e ainda mandou que o seu servo fosse lançado na prisão.

Os demais servos, ao sentirem-se revoltados pela atitude injusta do credor incompasivo, levam o assunto até o conhecimento do rei. O credor acaba recebendo o castigo que merece. Jesus termina com a advertência de que Deus fará o mesmo quando não perdoarmos cada um de nossos irmãos que nos ofendem.

Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus:As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.” 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.