EBD | Lição 2 – Uma Salvação Grandiosa
Fonte: CPAD
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
II – UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA
III – UMA SALVAÇÃO EFICAZ
CONCLUSÃO
PONTO CENTRAL
Precisamos ser vigilantes e não negligenciarmos a salvação divina.
OBJETIVO GERAL
Explicar que a salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente, por isso, ele deve ser vigilante e não negligenciar a graça recebida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Mostrar a grandiosidade da salvação divina;
II. Discutir a necessidade da salvação;
III. Saber que a salvação pela fé em Cristo é eficaz.
O PERIGO DO DESVIO ESPIRITUAL É REAL
Marcelo Oliveira de Oliveira1
Na lição passada, vimos que uma das características da Carta aos Hebreus é seu apelo exortativo, ao ponto de os principais comentaristas bíblicos concordarem de que não há em nenhum outro documento essa característica de maneira tão intensa. Vimos também que sua autoria é desconhecida, entretanto, considerar assim foi a melhor decisão adotada, pois não há unanimidade quanto a identificação do autor já na tradição apostólica – Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano – e, também, na hermenêutica dos reformadores – Martinho Lutero e João Calvino. Porém, aprendemos que esse fato não depõe contra a autoridade inspirada deste documento.
Estudamos também que a carta foi endereçada a uma igreja de cristãos judeus, localizada provavelmente próxima de Roma. Essa comunidade de cristãos dava indícios de desânimo e de enfraquecimento espiritual. Logo, o propósito da carta é exortar e animar os cristãos a não retrocederem na fé. Por isso, o escritor aos Hebreus inicia sua carta fazendo menção da supremacia de Cristo em relação aos profetas e aos anjos, duas imagens muito importantes para os judeus daquela época. Assim, a revelação de Deus foi manifesta “nestes últimos dias” por intermédio de seu Filho, Jesus Cristo, a plenitude da divindade. Diferente dos profetas, e dos anjos, Ele morreu e ressuscitou para trazer salvação às nossas vidas. Por isso, não podemos retroceder porque Ele não recuou. Nesse contexto, o autor aos Hebreus faz a primeira exortação de advertência grave no capítulo dois.
“O Perigo do Desvio Espiritual”
Nesse segundo capítulo, o autor mostra que toda transgressão e desobediência receberam justa retribuição na Antiga Aliança (v.3). Por que não receberiam hoje? A transgressão e a desobediência praticadas por cristãos atualmente não são dignas de correção divina? Não é isso que o capítulo dois de Hebreus ensina.
Ali, o autor inicia com a sentença objetiva de que é possível, sim, um cristão se desviar da “verdade” se não atentar para ela de maneira intensa, “diligente” (ARC), “mais assiduamente” (TB), “com mais firmeza” (ARA). A ideia aqui é a de que é preciso fazer esforço para o cristão não desviar das “verdades ouvidas” (v.1). Ou seja, essas “verdades ouvidas” referem-se “à revelação de Deus em seu Filho, sobre a salvação (cf. 2.3a)”, ou seja, a doutrina da fé apostólica (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p.1549). Desviar dessas verdades é perder a espiritualidade. E não se trata de não crentes, ou pessoas longe da fé. A carta é endereçada ao grupo de cristãos judeus que tiveram um encontro com Cristo e foram confirmados pela efusão dos dons do Espírito Santo (Hb 2.4).
Desviar agora é pior do que antes
No Antigo Testamento, a Lei foi dada no Sinai por intermédio dos “anjos” (v.2). Aqui, há um claro contraste entre “Cristo” e “os anjos”. Ora, se no tempo da Lei, numa legislação intermediada por anjos, que são menores que o nosso Senhor, o povo de Israel sofreu severo juízo ao desviar-se da Lei de Deus; agora, no tempo em que foi constituída a preciosa graça por quem é “a Luz do Mundo” e o “Autor da maravilhosa salvação”, não há possibilidade de escapar de sua justa ira. O autor aos Hebreus deixou claro que “o resultado de se desviar de Cristo é um fim pior do que experimentado por aqueles que desobedeceram à lei de Moisés sob a antiga aliança (vv.2,3; cf.10.28)” (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p.1550).
A Advertência de Hebreus é urgente num tempo de “Graça Barata”
A expressão “graça barata” foi usada pelo teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer na introdução de seu importante livro “Discipulado”. Com a expressão, Bonhoeffer está denunciando o cristão que confia muito em sua “expressão verbal” a respeito da graça de Deus, mas a despreza na vida prática. Graça sem arrependimento pelo pecado não é graça; graça sem disciplina espiritual não é graça; graça sem mortificar a “carne” não é graça; graça sem a disciplina da oração não é graça; graça sem compromisso sério com a Palavra não é graça; graça sem a disciplina da santidade não é graça; graça sem a compreensão de que a fé cristã tem limites morais bem delimitados não é graça. É vã filosofia. É debilidade espiritual. É cinzas que ainda não foram removidas.
Vivemos num tempo que para alguns é como se fosse “pecado” afirmar que o crente pode desviar da fé. Entretanto, trata-se de uma verdade bíblica e expositiva. Não é apenas um versículo solto ou de uma citação secundária do escritor aos Hebreus, mas o propósito da carta é visível do início ao fim da epístola: o caráter admoestativo acerca da possibilidade do desvio espiritual.
Algumas aplicações a partir da lição:
1. É perigoso não atentar “com firmeza” para a nossa salvação diante da vida cotidiana.
2. Conhecer a Deus e retroceder depois é pior do que não conhecê-lo.
3. A vida cristã requer disciplinas espirituais: oração; jejum; leitura da Palavra; exercício da santidade.
4. Vida disciplinada não é legalismo, mas a predisposição em fazer a vontade de Deus. Há de se ter disciplina para o exercício de uma vida piedosa.
5. Há limites bem estabelecidos para a moralidade cristã a partir das Escrituras.
6. Há uma verdade objetiva no capítulo 2 de Hebreus da qual não podemos desviar: atentar para tão grande salvação.
Referência Bibliográfica
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Stronstad. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
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Lidiane Santos
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