EBD | Lção Jovem – Lição 5 – Decidindo o Seu Futuro
Fonte: Portal da Escola Dominical
1º Trimestre de 2019
Introdução
I-Os Espias
II-Murmuração e Fé
III-Colhendo Frutos Amargos
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Explicar porque Deus enviou espias até Canaã;
Mostrar que a murmuração evidencia a falta de fé;
Compreender que frutos amargos são colhidos em decorrência da desobediência e falta de fé.
Palavras-chave: Peregrinação no deserto.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO
Uma vez feitos os preparativos para a viagem rumo à conquista dos sonhos — a Terra Prometida —, Israel começou a peregrinar. Pouco tempo depois, milhões de ex-escravos egípcios chegaram às fronteiras do território a ser conquistado. O que fazer? Era necessário que eles estivessem dispostos a acreditar que “aquilo que Deus tinha dito era verdade” — isso é fé! Inequivocamente, a caminhada do povo de Deus, em qualquer época, sob quaisquer contingências, apresenta-se, sobretudo, como uma jornada de fé. Ao longo dos milênios, o Senhor sempre provou a fé do seu povo, e quem decidiu confiar nEle alcançou todas as promessas de Deus. A experiência de uma fé genuína produz resultados inauditos. Ninguém pode parar um homem de fé. Um dos homens que experimentou a força da fé foi George Müller, que serviu ao Senhor durante o século XIX. Ele pregou o evangelho em muitos países e, atendendo a um desses convites, dirigiu-se de navio à cidade de Quebec, no Canadá, entretanto as condições climáticas não permitiam que o navio chegasse a tempo para que ele pregasse no culto marcado. Percebendo essa dificuldade, George Müller dirigiu-se ao capitão do navio, o qual narrou posteriormente o episódio:
— Comandante — disse o senhor Müller —, vim dizer-lhe que tenho de estar em Quebec no sábado, à tarde.
Era quarta-feira.
— Impossível — respondi.
— Pois bem, se seu navio não pode levar-me, Deus achará outro meio de transporte.
Durante 57 anos, nunca deixei de estar no lugar à hora em que me achava comprometido. […]
— Teria muito prazer em ajudá-lo, mas o que posso fazer?
— Não há…
— Vamos aqui dentro para orar — sugeriu. […]
— Sr. Müller, o senhor vê como é espessa esta neblina.
— Não — respondeu ele —, os meus olhos não estão na neblina, mas no Deus vivo que governa todas as circunstâncias da minha vida.
O senhor Müller caiu de joelhos e orou da forma mais simples possível. […]
Quando findou, eu queria orar também, mas o senhor Müller pôs a sua mão no meu ombro e pediu que não o fizesse, dizendo:
— Comandante, primeiro, o senhor não crê que Deus faça isso, e, em segundo lugar, eu creio que Ele já o fez. Não há, pois, qualquer necessidade de o senhor orar nesse sentido. Conheço, comandante, o meu Senhor há 57 anos e não há dia em que eu não tenha audiência com Ele. Levante-se, por favor, abra a porta e verá que a neblina já desapareceu.
Levantei-me, olhei, e a neblina havia desaparecido. No sábado, à tarde, George Müller estava em Quebec.1
George Müller viveu sempre nessa linha tênue entre a realidade e o milagre, optando sempre em confiar no Senhor. Por isso, construiu orfanatos e sustentou milhares de crianças na Inglaterra sem nenhuma ajuda financeira oficial. Os recursos chegavam, em regra, na última hora, quando tudo parecia sucumbir. Ele conquistou sua “terra prometida”, porque decidiu crer em Deus, apesar das impossibilidades patentes de seus projetos. Todo plano de Deus para nossas vidas é impossível de ser realizado pela autonomia humana, nos impelindo a viver “de fé em fé” — nós damos o passo, Deus coloca o chão!
A geração de ex-escravos hebreus também tinha a oportunidade de escrever, com suas vidas, uma bonita epopeia, para a glória do Senhor. Nessa trajetória existencial, aliás, ninguém passa incólume. Todos têm a oportunidade de ficar do lado dos que perdem ou dos que vencem. Isso dependerá das escolhas, diante das oportunidades que se nos apresentam. Assim, aqueles israelitas, de um jeito ou de outro, deixariam seus nomes gravados na história… como derrotados por seus próprios medos e dúvidas ou vencedores pela força da fé, como sói acontecer com aqueles que decidem andar com Deus.
Deus lhes dava mantimento, conforto, proteção… porém requeria deles (como requer da Igreja) uma atitude de confiança quanto ao futuro. Diante disso, o Senhor determinou que Moisés enviasse espias à Terra Prometida. Os israelitas estavam sendo provados. Doze príncipes, representando os anseios mais profundos de uma grande multidão de pessoas cheias de esperança, partiram rumo a Canaã, a fim de analisar minuciosamente a herança de Deus!
I – OS ESPIAS (13)
1- O Fim da Jornada
Cades, que ficava na fronteira sul de Canaã, era um oásis no deserto, mas se transformou numa encruzilhada para o povo. Dali seriam enviados os espias (Nm 13.1,2) que inspecionariam Canaã (Nm 13.1,2,17). Deus acenava com o começo do fim da caminhada. Que expectativa extraordinária! A bênção aguardada por séculos estava chegando, mas o Senhor precisava que os filhos de Israel declarassem o desejo em conquistar a promessa. Eles precisavam somente dizer: “Nós cremos, Senhor, que cumprirás a tua promessa”.
Poucos instantes separavam os ex-escravos da maior conquista de suas vidas. O Senhor daria a eles mais que um lugar para habitar, sobretudo lhes outorgaria dignidade enquanto indivíduos e nação. A promessa feita, ainda, ao patriarca Abraão, o amigo de Deus, estava plenamente em vigor, não obstante o longo período de tempo decorrido.
2- O Tempo da Alegria
Deus fala de várias maneiras, mas principalmente pelas circunstâncias. Nesse diapasão, o Senhor não escolheu um tempo qualquer para essa visita in loco tão especial. Está escrito que era o tempo “das primícias das uvas” (Nm 13.20), portanto, perto do fim de julho, segundo Champlin.2 Um período em que, certamente, os produtores cananeus estavam alertas, para proteger a supersafra de frutos, mas também entusiasmados com tudo de bom que lhes acontecia. O Senhor, por seu turno, aproveitou o ensejo para mostrar aos espias o que se podia esperar daquela terra tão fértil e próspera.
O padrão da justiça divina, para determinar qual povo é o verdadeiro proprietário da Terra Prometida — a qual, posteriormente, foi denominada de Palestina, debate que perdura até os dias atuais —, está claramente apresentado na Palavra de Deus: “Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face” (Ec 2.26). O Senhor estava autorizando que os hebreus entrassem no trabalho realizado arduamente pelos primitivos desbravadores cananeus, e permanecessem ali em herança perpétua. Os descendentes de Jacó, porém, necessitavam ser aprovados diante da face do Senhor. E, como se sabe: sem fé é impossível agradar a Deus!
Aquele tempo de alegria em Canaã deveria ser demonstrado aos hebreus, por isso Moisés enfatizou: “[…] esforçai-vos e tomai do fruto da terra” (Nm 13.20). Essa seria a prova incontestável de que o Senhor falara a verdade quanto à qualidade da terra e do seu fruto.
3-A Antessala da Vitória
Uma grande expectativa certamente emergia naquele arraial, que tinha enaltecido a iniciativa de Moisés, conforme atesta Flávio Josefo, diante dos futuros desdobramentos sociais e políticos a partir daquela expedição missionária. Os israelitas estavam na antessala da vitória! Enquanto esperavam quarenta dias para a chegada de seus representantes legais, enviados a conhecer o país que invadiriam, a sensação de que dias melhores viriam lhes trazia esperança aos corações. Grande emoção deve ter tomado os hebreus quando os 12 espias foram vistos, voltando com um cacho de uvas, que era transportado em uma vara por duas pessoas, além de outros produtos da terra. Um instante ímpar. O Senhor queria que o povo de Israel, com júbilo, declarasse que confiava na sua fidelidade, acreditando que Ele cumpriria a palavra empenhada.
A chegada dos espias parecia ser de paz e regozijo, até que abriram a boca, transformando a boa expectativa em inacreditável tormento emocional. Josefo diz que o medo dos espias passou para os hebreus, tendo eles perdido a esperança de viver um final feliz, caso seguissem o projeto de Deus. “E então voltaram às suas tendas, com suas mulheres e filhos, para lastimar a sua desgraça. O sofrimento e o desânimo levou-os mesmo a dizer que Deus lhes fazia muitas promessas, mas que não viam os resultados.”4
Eles não perceberam o grande equívoco que cometiam. Martin Luther King afirmava que “mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização”. Os filhos de Jacó, porém, ainda que tivessem visto milagres extraordinários naqueles dias, preferiram desprezar as promessas de Deus.
II – MURMURAÇÃO E FÉ (13)
1-A Vista Humana
Olhar os fatos da vida sem espiritualidade traz consigo consequências nefastas, como aconteceu com dez dos doze os espias que voltaram de Canaã (Nm 13.26-29). Eles dirigiram-se aos seus líderes e ao povo dizendo, em suma, que as cidades eram invencíveis, pois estavam muito bem protegidas e os moradores eram gigantes (Nm 13.28,29). Aqueles dez príncipes são a prova inequívoca de como uma liderança sem visão, que não busca ao Senhor para tomar as decisões mais importantes, está fadada ao fracasso. O pastor Luaran Lins aduz que “se o líder busca em Deus a sabedoria para construir seus projetos, não há como as coisas saírem erradas”.5
“A vista humana” dos representantes de dez tribos trouxe consequências terríveis para a história do povo de Deus, pois um desespero abateu-se imediatamente, prognosticando que o pior dos cenários estava se desenhando.
2- A Visão da Fé
Josué e Calebe, entretanto, portavam uma mensagem de fé (Nm 13.30). Naquele momento crucial, todavia, quando tudo da parte de Deus estava se cumprindo, os hebreus resistiam à fé. Resistiam à alegria da promessa. Resistiam a Deus. Para eles serem referenciais para as famílias da terra, precisavam desenvolver a fé como um grão de mostarda, o qual possui a propriedade de crescer extraordinariamente. Eles não podiam ficar encapsulados nos meandros do racionalismo, mas precisavam crer, como Josué e Calebe, além do que os olhos podiam ver.
No Reino de Deus, quase tudo surpreende. Observe-se a grande fé de algumas pessoas que sequer conheciam a Jesus. A mulher samaritana, o centurião romano e a mulher siro-fenícia são bons exemplos disso. Eles se dispuseram a crer naquilo que Jesus estava dizendo. Por outro lado, curiosamente, vê-se a falta de confiança de grandes amigos de Jesus, como Marta, Pedro e Filipe. Eles se tornaram incrédulos pela demora de Deus (Marta, no caso de Lázaro), por expectativas frustradas (Pedro, por causa do vento contrário, afundou no mar) e por conceitos equivocados (Filipe, quanto a querer ver o Pai). Isso tudo foi de encontro ao que Jesus ensinou.
Há pessoas que têm tudo para ser baluartes da fé, como aquela geração de hebreus, mas preferem duvidar continuamente da Palavra do Criador. Confiam mais no jornal do dia do que nas promessas de Deus, tornando-se lamentavelmente reféns das circunstâncias. Surge, então, a pergunta: como vai a nossa fé? Cremos da forma como Deus gostaria? Esperamos ver para crer? Ou cremos como uma criança, que confia nas palavras dos pais, simplesmente porque sabe que eles nunca mentem? Sabemos que o Senhor não mente. E por que duvidamos? Porque a nossa fé precisa de um novo paradigma!
Somente os que estiverem dispostos a crerem em Deus, como uma criança, experimentarão visitas surpreendentes de Deus. E serão, sempre, renovados na fé. Mudarão o foco das perspectivas e influenciarão decisivamente o mundo em que vivem. Serão capacitados a seguir, sem abalos, até o fim da jornada da vida.
Les Parrott afirma: “A fé transforma a esperança em uma certeza de que o sofrimento fará sentido mesmo quando nossa perspectiva terrena não vê sentido algum”.6 Os companheiros de viagem de Josué e Calebe, porém, com ímpeto, abandonaram a fé, convencendo o povo de que os cananitas eram mais fortes do que eles e que, por tal motivo, Israel não deveria tentar conquistar a Terra Prometida (Nm 13.30).
Interessante: desde quando, na Bíblia, o mais forte sempre sai vencedor nas batalhas? Com Deus, em regra, ocorre exatamente o contrário! Os exemplos bíblicos são abundantes. Por isso, pode-se afirmar seguramente que a fé é o portão do nosso futuro. Sem fé não há ânimo para seguir em frente, não há expectativa da realização de promessas divinas, não há conquistas espirituais, enfim, não há final feliz. Foi o que aconteceu com aquela geração.
3-O Poder do Desânimo
No Reino de Deus, é melhor contar com duas pessoas animadas do que com dez desanimadas, pois as palavras de desencorajamento, em regra, ressoam muito mais que as de fé. Gideão, por exemplo, ao sugerir que os covardes poderiam desertar, amargou uma perda superior a dois terços de seu contingente de soldados. Paradoxalmente, o desânimo é extremamente contagiante. Observe-se que o discurso dos dez espias foi mais forte, no coração do povo, que as promessas centenárias do Senhor (Nm 13.32,33). Está escrito que toda a congregação, com aquilo, alçou a voz (o alarido foi grande) “e o povo chorou naquela mesma noite” (Nm 14.1). O projeto de Deus, dado e confirmado para várias gerações de crentes fiéis, estava, agora, fulminado no coração daqueles ex-escravos, por causa de uma única abordagem pessimista de dez pessoas!
A cultura do mundo egípcio estava tão impregnada no inconsciente coletivo dos hebreus, que as palavras de Deus soavam timidamente em seus intelectos, não produzindo a fé suficiente para seguirem em frente! Infelizmente, o povo de Israel tinha saído do Egito, mas o Egito não tinha saído deles!
CONCLUSÃO
Se o povo for obediente, a vitória será certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao Egito, atrairá para si uma dor e vergonha que nunca serão esquecidas. Essa lição, inequivocamente, é uma verdade que emerge, com veemência, quando se conhece a história do povo hebreu. A geração que saiu do Egito tinha, de fato, enormes dificuldades para conquistar os “gigantes” de Canaã; mas, quaisquer que fossem os obstáculos, Deus introduziria o povo, como prometido, naquela boa terra. Eles só precisavam crer e obedecer, porém preferiram a rebeldia e, em seus corações, voltaram ao Egito. Por isso, morreram e foram enterrados em sepulturas no deserto.
O plano de Deus era bem diferente: o deserto era para ser uma estrada, não um cemitério. O fim de tudo depende, como visto, das escolhas que cada um faz ao longo da jornada.
*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 BOYER, Orlando S. Heróis da fé. 15. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 107, 108.
2 CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. 2. ed. vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 651.{
3 JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 190.
4 JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 191.
5 LINS, Luaran. Chamados para liderar. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 17.
6 PARROTT, Les. Você é mais forte do que pensa. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 52.
Lidiane Santos
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