EBD | Classe Juvenis -Lição 13 – Justificação

Fonte: Adauto Matos

INTRODUÇÃO

Se encerra a sequencia do nosso Estudo sobre Queda e Redenção, como nossos alunos tem desenvolvido essa lição incentive-os para que eles guardem a lição e Sempre que for possível ler e estudá-la, pois nela tem variados assuntos de muita importância sobre o plano de Deus para a Salvação e a provisão de Deus na Obra redentora.

I. UM POUCO DE HISTORIA

31 de outubro de 1517, uma data que marcou para sempre a história do cristianismo e ficou conhecida como “o dia em que a Igreja se dividiu”. Mas outras divisões, por razões teológicas, já haviam acontecido na Igreja Cristã, bem antes do século 16.

Antes desta importante data, somente as lideranças eclesiásticas e os nobres (letrados) tinham acesso às Escrituras Sagradas, todo conteúdo, em Latim.

Era muito difícil para um indivíduo comum ter acesso à Palavra, lê-la e interpretá-la. A Bíblia era algo exclusivo de uma minoria e a fé era usada como instrumento de manipulação.

Muitos cristãos evangélicos (protestantes) e católicos da atualidade não sabem quem foi Martinho Lutero, e muitos daqueles que conhecem sua história acreditam que a reforma iniciada por ele serviu para dividir a Igreja ou que ele tenha tentado criar outra religião (foi exatamente esse discurso que a instituição Igreja usou para perseguir Lutero e seus simpatizantes).

A verdade é que Martinho Lutero não tinha nenhuma pretensão de dividir a Igreja Cristã.

Ele fazia parte do clero da Igreja Católica e tinha conhecimento de todo o seu poder e influência, política e econômica, e que, há séculos, ela usava a fé das pessoas para o crescimento ou manutenção desse poderio.

Ele não se indignou contra a Igreja de Cristo, mas contra a mensagem que as lideranças da Igreja passavam a seus fiéis, baseada em dogmas e costumes que não eram coerentes com a autoridade máxima do cristianismo, a Palavra de Deus (Bíblia).

Essa indignação de Lutero veio à tona quando ele apresentou as suas 95 teses na catedral de Wittenberg e, após isso, na forma de protestos (daí o termo Protestante ou Protestantismo) espalharam-se por toda a Europa cristã.

Lutero queria mudar a conduta da Igreja, fazer com que a principal fonte de inspiração para as suas práticas fossem os Evangelhos, mas, infelizmente, a Igreja milenar estava perdida em si mesma e jamais poderia tolerar teorias contrárias aos seus dogmas, ainda que fossem puramente bíblicos.

Lutero defendia, através de suas teses, que a “salvação é pela graça e pela fé” e que não se poderia obter o favor de Deus através da compra de indulgências ou de penitências.

Nos primeiros anos, após a publicação das teses, Lutero foi duramente perseguido por lideranças religiosas e políticas.

Em 1521, foi excomungado da Igreja e considerado um “fora da lei” pelo imperador do Sacro Império Romano.

Mesmo em meio a tantas dificuldades, Lutero traduziu a Bíblia do Latim para o Alemão e mudou para sempre o cotidiano da sociedade na qual viveu. A partir daí a Bíblia seria traduzida para outros idiomas.

Martinho Lutero foi perseguido pela própria igreja à qual serviu e se dedicou por anos.

Certamente sentiu medo da morte e da rejeição da sociedade, mas se negou a abrir mão daquilo que considerava fundamental à saúde espiritual da Igreja e à expansão do Evangelho no mundo, assim como milhares de cristãos perseguidos no mundo atual.

Que esse mesmo amor e fé, baseados na Palavra, que impulsionaram Lutero no passado e ainda hoje motivem cristãos do mundo inteiro a resistir à perseguição; que sejam o nosso combustível e incentivo para sermos verdadeiros cristãos.

Baseado na Reforma Protestante DESTACAREMOS ALGUNS PONTOS IMPORTANTES

1. SOMENTE A BÍBLIA:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).

A Bíblia estava esquecida, chegando a ser proibida sua leitura pelo povo que só ouvia alguns trechos na missa em latim, de maneira que não compreendessem.

Lutero gastou anos de sua vida traduzindo a Bíblia para a língua de seu povo, reuniu recursos possíveis e publicou a Bíblia para todos lerem.

A Bíblia na mão é marca do cristão protestante. A leitura bíblica é o centro do culto de uma Igreja verdadeira. Não existe outra verdade acima da Bíblia.

Ela é a Palavra de Deus! A única regra de fé e prática para a vida cristã é a Sagrada Escritura.
Sua Igreja tem a Bíblia como única regra de fé e prática? Somente a Bíblia é a Palavra de Deus!

2. SOMENTE CRISTO: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Timóteo 2.5).

No tempo de Lutero havia muitos santos e imagens na Igreja e o povo acreditava que para cada coisa devia pedir a um santo especial. De tantos personagens que havia na Igreja que a pessoa de Jesus Cristo ficava de lado e quase nada se sabia a seu respeito.

Por isso Martinho Lutero protestou por uma Igreja cristocêntrica. Jesus é o centro da Igreja. Foi Cristo quem morreu para dar vida e levantar uma Igreja. Somente Jesus é o nome que salva todos que o invocam (Atos 4.12).

A Igreja deve orar somente ao Pai em Nome de Jesus (João 14.1314).

Um cristão verdadeiro acredita que somente Jesus salva e somente Ele é digno de receber nosso louvor e ouvir nossas orações.

Não podemos confiar em homens, pois “Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!”(Jeremias 17.5).

Nem mesmo um pastor poderoso ou cantor gospel famoso tem o poder que só Jesus tem ou merece a honra que só Ele merece. Por isso a Igreja Verdadeira deve estar firmada em Jesus e não em homens.

Você e sua Igreja confiam somente em Jesus para Salvação?

Somente Jesus pode salvar e ouvir sua oração!

3. SOMENTE A GRAÇA:

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9).

As indulgências eram cobranças que a igreja fazia como forma das pessoas pagarem por seus pecados.

Lutero se revoltou contra isso ao ver o luxo das igrejas romanas e a pobreza do povo que juntava trocados para pagar em dinheiro pelo perdão de seus pecados e ainda tinham que cumprir penitências acreditando que por suas obras seriam salvos.

Quando Lutero leu na Bíblia que Jesus com seu sangue apagou todos os nossos pecados e por sua graça somente nos perdoava sem necessidade algumas de obras, ele não aceitou e rasgou a bula papal que determinava o perdão para quem pagasse uma indulgência vendendo a salvação para quem tivesse o dinheiro para tirar um parente morto do purgatório.

As obras não podem salvar ninguém. Boas obras são conseqüência de nossa salvação (Efésios 2.10), pois como servos de Deus somos capacitados pelo Espírito Santo a exercer misericórdia, revelando o Amor de Deus ao próximo.

Um cristão verdadeiro depende da Graça de Deus para tudo (II Coríntios 12.7). Uma Igreja verdadeira proclama o perdão dos pecados gratuitamente por Jesus Cristo sem necessidade de pagar ou cumprir rituais com Jesus ordenou“de graça recebestes, de graça dai”(Mateus 10.8).

Sua Igreja proclama a Graça de Deus em tudo o que faz ou cobra pela bênção?

Somente a Graça de Deus pode perdoar pecados!

4. SOMENTE A FÉ: “O justo viverá pela fé” (Romanos 1.17).

Num tempo em que as relíquias e objetos santos eram venerados, carregados em procissões e as multidões caminhavam em romaria em busca de uma experiência religiosa através de um contato com um lugar ou objeto sagrado, Lutero pregou que nada disso era necessário.

A Bíblia define a Fé como “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11.1) e que“sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6).

Baseado nisso Lutero determinou que não deveria reverenciar objetos visíveis e nem fazer uma grande caminhada para agradar a Deus. A fé é invisível (II Coríntios 5.7). Somente pela fé podemos receber a resposta a nossas orações.

Um cristão de verdade vive pela fé, não pelo que é palpável e visível aos olhos humanos. A Igreja verdadeira ensina a exercer a fé sem necessidade de amuletos ou obras. No século XXI em meio ao capitalismo é muito comum as pessoas se apegarem a coisas e lugares.

Por isso é um desafio pregar uma vê no que ninguém vê, mas “Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20.29).

Você e sua Igreja vivem esta fé ou procuram coisas para acreditar? Somente pela Fé recebemos a Salvação e somos abençoados!

5. SOMENTE A DEUS TODA GLÓRIA: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42.8).

Muitos idólatras dizem que não estão adorando as imagens e que estas são apenas para lembrar a história da pessoa e suas obras. Engano! Como então conversam, cantam e fazem pedidos para a imagem? Essa é uma forma de adoração.

Lutero não aceitou as centenas de imagens na igreja e os cultos prestados a pessoas que já haviam morrido. A Palavra de Deus declara que somente a Deus pertence a Glória, honra e louvor (Apocalipse 5.12). Jesus é o único digno de receber toda adoração!

Jesus disse que um cristão verdadeiro presta toda glória somente a Deus e não recebe louvor pelos seus feitos (João 5.44).

Uma Igreja verdadeira não louva a homens, mas somente a Deus. O meio gospel precisa urgentemente se livrar do estrelismo que tem enriquecido cantores e iludido o povo de Deus com a dependência de um personagem famoso ou canções novas para adorar a Deus.

Você sua Igreja têm adorado ao Senhor ou presta admiração para homens?

A Deus somente toda a Glória! (3.5).

Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum a idéia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento.

O novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de Deus (Jo 1.13), ser gerado por Deus (1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação ocorre pelo poder do Espírito Santo (Jo 3.5; Tt 3.5) e faz do homem uma nova criatura (q.v.; 2 Co 5.17; Ef 2.5; 4.24).

A regeneração deve ser distinguida da justificação.

A justificação muda o relacionamento do crente com Deus.

A regeneração afeta sua natureza moral e espiritual e a transforma.

A justificação remove sua culpa;

a regeneração, remove sua atrofia espiritual, de forma que ele passa da morte espiritual para a vida espiritual.

A justificação traz o perdão dos pecados;

a regeneração, a renovação da vida espiritual para que o indivíduo possa atuar como um Filho de Deus.

II. A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO

Justificação é o ato judicial de Deus, pelo qual Ele declara justo diante dEle o pecador que põe sua fé para a salvação em Jesus, ficando assim isento de culpa e condenação (Rm 8.30).

A justificação é um ato e também um processo, como a santificação experimental na vida do crente; ela é primeiramente um ato de Deus.

O que é justificar? E Deus declarar justo diante dele o transgressor que crê em Jesus como o seu Salvador pessoal (Rm 4.3-5; 8.33).

Justificar, como Deus justifica, é mais que perdoar. Em teologia sistemática, a justificação precede a santificação, mas na Bíblia a santificação precede a justificação (I Co 6.11), que também é um processo — “justificação de vida” (Rm 5.18).

Diferenças entre justificar e perdoar.

O perdão remove a condenação do pecado;

a justificação nos declara justos diante de Deus; isto é, como se nunca tivéssemos pecado! Quão maravilhosa é a graça de Deus! Aleluia!

Somente Deus pode perdoar e também justificar a um só tempo. O homem jamais pode fazer isso; ele pode relativamente perdoar, mas não justificar — declarar justo um transgressor da lei.

Como é possível um Deus perfeitamente justo perdoar e também justificar o ímpio, transgressor, sobrecarregado de delitos e pecados?

Mediante o seu amor, Deus substituiu o culpado pelo inocente. O imaculado Cordeiro de Deus, no Calvário, pelo amor divino, nos substituiu, levando sobre si os nossos pecados.

III. A JUSTIFICAÇÃO

O termo é definido como: Declarado justo.

Justificação é o ato judicial de Deus através do qual Ele declara justamente e trata como justo aquele que crê em Jesus Cristo.

A pessoa culpada fica isenta da punição merecida por causa da morte substitutiva de Jesus Cristo.

A justificação significa realmente a reintegração do homem, na sua verdadeira relação com Deus. É, então, considerado como justo, aceito perante Deus como reto com respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurado a sua primitiva posição.

E deste modo a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja, necessariamente, uma parte da justificação?.

O tempo da justificação consiste desde toda a eternidade; presente, passado e futuro da nossa vida: ? Quem já se banhou (justificação), não necessita de lavar senão os pés (perdão)? (Jo 13.10). (Sl 25.6; 103.17).

Os termos usados para justificação, no grego, são: Dikaios (justo); Dikaiosis (justificação, defesa, reclamação dum direito); Dikaioo (ter ou reconhecer como justo).

Justificar no sentido bíblico é executar uma relação objetiva, um estado de justiça, mediante sentença judicial.

O sentido usual de justificação no Novo Testamento é: mediante imputação a uma pessoa a justiça de outra, é dizer, contanto, como justo, mesmo que anteriormente seja injusto.

A natureza e as características da justificação: a justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, sobre a base da justiça de Jesus Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador.

Os que são justificados tem paz com Deus, Segurança da salvação (Rm 5.1-10) e uma herança entre os que são santificados (At 26.18).

III. Elementos da justificação:

No Velho Testamento: o termo é hitsdik, declarar judicialmente que o estado de alguém está em harmonia com as demandas da lei (Ex 23.7; Dt 25.1; Pv 17.15; Is 5.23).

1) O elemento negativo: a remissão dos pecados sobre a base de obra expiatória de Jesus Cristo.
Este elemento se baseia em forma mais particular, se bem que não de maneira mais exclusiva sobre a obediência passiva do Salvador;

2) O elemento positivo: a obediência ativa de Cristo.

Se distingue em duas partes:

a) adoção de filhos, todos os crentes são filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Rm 8.15,16; Gl 3.26,27; 4.5,6);

b) o direito da vida eterna (Jo 8.17,23,29,30).

A esfera em que ocorre a justificação:

1) a justificação ativa ou objetiva, consiste em uma declaração de Deus a respeito do pecador e que se pronuncia no tribunal de Deus. O perdão dos pecadores;

2) a justificação passiva ou subjetiva, tem lugar no coração ou consciência do pecador. A justificação passiva é consequência da fé; somos justificados pela fé.

Justificação pela fé: o ato da fé é o instrumento pelo qual nos apropriamos a Cristo e sua justiça (Rm 3.25,28,30; 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9).

Base da justificação:

1) negativamente, esta não pode encontrar-se em nenhuma virtude do ser humano e nem em suas boas obras.

As Escrituras nos ensinam que o homem é justificado pela graça de Deus (Rm 3.24), e que não é possível ser justificado por obras da lei (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11);

2) positivamente, a base da justificação pode fundamentar-se em nada mais que a justiça perfeita de Jesus Cristo (Rm 3.24; 5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; 2Co 5.21; Fp 3.9).

Considerações em torno da justificação:

trata-se de um ato divino (Rm 8.33);

ela vem pela fé, independentemente das obras (At 15.1; Rm 3.28);

ela é imputada, lançada na conta (Rm 3.22);

é conferida ao homem mediante a expiação pelo sangue (Rm 5.9);

ela produz a bem-aventurança espiritual (Rm 4.6-8);

ela estabelece a paz com Deus (Rm 5.1).

A justificação é um ato declarativo de Deus (Rm 3.25,26 ) No Novo Testamento:

1) o verbo dikaioo, declarar justo uma pessoa (Mt 12.37; Lc 7.29; Rm 3.4);

2) a palavra dikaios é usada a alguém quando segundo o juízo de Deus, sua relação com a lei é a que seja conveniente, ou quando a vida que leva é tal como requer a relação judicial que guarda com Deus;

3) Dikaiosis, justificação (Rm 4.25; 5.18).

A Justificação inclui uma declaração legal da parte de Deus.

O uso na Bíblia da palavra justificar indica que a justificação é uma declaração legal da parte de Deus.

No Novo Testamento o verbo justificar (em grego, dikaioõ) tem uma variedade de significados, mas um sentido muito comum é “declarar justo”.

Por exemplo, lemos: “Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizado com o batismo de João” (Lc 7.29).

Naturalmente o povo e os publicanos não tornaram Deus justo – fazê-lo seria impossível para quem quer que seja. Mas antes reconheceram que Deus é justo.

Esse também é o sentido do termo nas passagens onde o Novo Testamento fala sobre nós como sendo declarados justos por Deus (Rm 3.20, 26, 28; 5.1; 8.30; 10.4, 10; G1 2.16; 3.24).

Esse sentido é particularmente nítido, por exemplo, em Romanos 4.5: “Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça”.

Aqui Paulo não quer dizer que Deus “toma justos os ímpios” (transformando-os internamente e tomando-os moralmente perfeitos), porque então eles teriam méritos ou obras próprias nas quais se fiar.

Antes, ele que dizer que Deus à sua vista declara justos os ímpios, não com base nas boas obras deles, mas em resposta à fé deles.

A idéia de que a justificação é uma declaração legal fica também totalmente óbvia quando a justificação é contrastada com a condenação.

Paulo diz: “Quem intentará alguma acusação contra os eleitos de Deus? E Deus quem os justifica. Quem os condenará?” (Rm 8.33-34). “Condenar” alguém é declarar tal pessoa culpada.

O oposto da condenação é a justificação, que, nesse contexto, tem de significar “declarar alguém inocente”.

Isso também fica evidente a partir da realidade de que o ato divino de justificação é apresentado como resposta de Paulo à possibilidade de alguém intentar alguma “acusação” contra o povo de Deus: tal declaração de culpa não pode permanecer em face da declaração de justiça por parte de Deus.

Alguns exemplos da palavra justificar no Antigo Testamento (dikaioõ no grego da Septuaginta, ao traduzir o hifil de tsãdak, “justificar”) sustentam essa interpretação.

Por exemplo, nós lemos sobre os juizes “justificando ao justo e condenando ao culpado” (Dt 25.1). Nesse caso “justificar” deve significar “declarar justo ou inocente”, assim como “condenar” significa “declarar culpado”.

Não faria sentido dizer que “justificar” aqui significa “tornar alguém internamente bom”, porque os juízes não fazem e não podem fazer com que as pessoas se tomem boas por dentro.

Tampouco a condenação sentenciada por um juiz faz com que alguém se torne mau por dentro; declara-se simplesmente que a pessoa é culpada com respeito ao crime específico pelo qual foi colocada diante da corte (cf. Ex 23.7; lRs 8.32; 2Cr 6.23).

Semelhantemente, Jó recusa-se a dizer que seus consoladores estavam certos no que diziam: “Longe de mim que eu vos justifique” (Jó 27.5 arc, usando os mesmos termos hebraicos e gregos traduzidos por “justificar”).

A mesma idéia é encontrada em Provérbios: “O que justifica o perverso e o que condena o justo abomináveis são para o Senhor” (Pv 17.15). Aqui a idéia de declaração legal é particularmente forte.

Por certo não seria abominável para o Senhor se “justificar” significasse “fazer com que alguém se torne bom ou justo por dentro”.

Nesse caso, “justificar o perverso” seria uma coisa muito boa à vista de Deus. Mas se “justificar”significa “declarar justo”, então é perfeitamente claro por que “o que justifica o perverso” é “abominável para o Senhor”.

Semelhantemente, Isaías condena aqueles que “por suborno justificam o perverso” (Is 5.23); novamente, “justificar” tem de significar “declarar justo” (aqui usado no contexto de uma declaração legal).

Nesse sentido de “declarar justo” ou “declarar inocente” Paulo freqüentemente usa a palavra para falar da nossa justificação por parte de Deus, sua declaração de que nós, embora pecadores culpados, somos justos à sua vista.

E importante enfatizar que essa declaração legal por si só não transforma nossa natureza interior ou caráter. Nesse sentido de “justificar”, Deus emite uma declaração legal sobre nós.

E por isso que os teólogos também têm dito que a justificação é forense, em que a palavra forense significa “relacionada com processo legal”.

CONCLUSÃO

Verdades fundamentais da justificação pela fé.

As verdades fundamentais da justificação pela fé em Deus são:

a sua origem, que é a graça de Deus (Rm 3.24;Tt 3.7);

a sua base, o sangue de Jesus (Rm 5.9);

o seu meio, a fé (Rm 5.1; 3.25);

o seu testemunho perante os homens são as obras (Tg 2.24); e a sua

causa instrumental é a ressurreição de Jesus Cristo (Rm 4.25).

NA justificação está envolvido

a) A Manifestação da Justiça Divina (Rm 3.21,22a). Por meio da lei, os pecadores nunca poderiam ter conseguido a sua justificação. Somente Deus pode atribuir a Sua justiça ao homem (Is 45.24,25).

b) A Imputação da Justiça Divina (Rm 3.22b,25a). A justificação trata-se de um ato declarativo. O único meio para isso é que Jesus Cristo levou sobre si a culpa do pecador.

Há duas coisas aqui a considerar:

a) nossos pecados são colocados na conta de Cristo, sendo assim, a nossa condenação e culpa são inteiramente removidos;

b) a justiça de Deus é colocada em nossa conta, podendo assim então obtermos a posição de justos.

Teologicamente considerado, o termo justificação significa ser declarado justo. É verdade que, por estar em Cristo, o crente é justo; mas a justificação é o reconhecimento e a declaração divinos de que aquele que está em Cristo é justo. Aquele que Deus assim declara, Ele defende. A justificação é imutável.

Obras Consultadas

TEOLOGIA SISTEMÁTICA Lewis Sperry Chafer volumes três e quatro
Teologia Sistemática / Wayne Grudem.— São Paulo: Vida Nova, 1999.
Lições bíblicas cpad

http://www.esbocosermao.com/2011/10/cinco-pilares-da-igreja.html

Fonte: http://valorizeaebd.blogspot.com/2015/09/licao-13-justificacao-juvenis.html#ixzz5Re5T1yoX

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.