EBD | Classe Jovens -Lição 13 – Malaquias: Deus se importa com a família
Fonte: Escola Bíblica Dominical
Objetivos
EXPLICAR o contexto social e a estrutura do livro de Malaquias;
RECONHECER os perigos de uma religião apática e indiferente;
COMPREENDER que o propósito de Deus para nossas vidas implica na construção de um relacionamento familiar agradável e feliz.
TEXTO DO DIA
E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.” (Ml 2.13,14)
SÍNTESE
Honramos a Deus quando cumprimos os votos do casamento e satisfazemos o ideal de Deus para a família.
Agenda de leitura
SEGUNDA – Gn 2.24 O casamento como um projeto de Deus
TERÇA – Sl 128.3,4 A família regada pela bênção divina
QUARTA – Pv 5.18 A alegria do amor
QUINTA – Ef 5.25-28 O amor como uma realidade familiar
SEXTA – Ef 5.31 A comunhão íntima do casamento
SÁBADO – Tt 2.3-6 A moderação na família
Interação
Prezado (a) professor(a), nesta última lição do trimestre estudaremos a respeito do último livro dos profetas menores: Malaquias. Ele condenou e advertiu o povo de Deus a respeito da adoração fingida (1.1). O Senhor busca aqueles que o adoram em espírito e em verdade. Ele deseja do seu povo uma adoração sincera, resultado de um coração devotado e cheio de amor. A adoração a Deus em Judá não era leal, pois o relacionamento do povo com o Senhor havia sido interrompido devido ao pecado. Contudo, se houvesse arrependimento as bênçãos do Senhor seriam derramadas sobre todos.
Orientação Pedagógica
Peça aos alunos que formem quatro grupos. Entregue a eles uma cópia do quadro abaixo. Explique que cada grupo vai estudar um capítulo do livro de Malaquias e completar o quadro. Depois que todos tiverem concluído a tarefa, peça que formem um único grupo. Determine um tempo para que cada grupo possa discorrer a respeito do seu resumo. Faça as interferências e aplicações que achar necessárias.
DIVISÃO | RESUMO | |
CAPÍTULO 1 | O amor de Deus por Israel (1.2-5); Sacrifícios indignos (6-14) |
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CAPÍTULO 2 | Advertências aos sacerdotes (2.1-9); Chamado à fidelidade (2.10-17) |
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CAPÍTULO 3 | O dia futuro de julgamento (3.1-5); Chamado ao arrependimento (3.6-14); O Senhor promete misericórdia (3.16,17) |
|
CAPÍTULO 4 | O dia do julgamento se aproxima (4.1-5) |
10 Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?
11 Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao SENHOR dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
INTRODUÇÃO
De acordo com a tradição da Septuaginta, Malaquias é o último livro do Antigo Testamento. Sua posição no cânon justifica-se pelo fato de ter sido a derradeira voz profética no Antigo Testamento. Comumente, quando falamos desse livro pensamos em dízimos e ofertas. De fato, este tema foi muito bem abordado por Malaquias, no entanto, não foi o assunto principal de sua profecia. O livro aborda como assunto principal a sacralidade do relacionamento entre o indivíduo e Deus e entre o indivíduo e sua família.
I – MALAQUIAS
1. Malaquias. Seu nome significa “meu mensageiro”. Sabemos apenas que ele foi um profeta fiel que viveu em uma Judá pós-exílico. Ele foi contemporâneo de Neemias. Demonstrou sua fidelidade e devoção a Deus combatendo práticas pecaminosas que eram consentidas em seu tempo. Embora a profecia não registre datas precisas como nos casos de Ageu e Zacarias, por inferência chegamos à conclusão que o livro foi escrito por volta de 430 a 420 a.C. Três grupos já haviam retornado para Jerusalém, liderados por Zorobabel (537 a.C.), Esdras (457 a.C.) e Neemias (445 a.C.). O governante na época de Malaquias era um homem corrupto oriundo da Persa (Ml 1.8).
Malaquias viveu próximo a Neemias, todavia, não mencionou o seu nome, por isto, especulamos que o livro tenha sido escrito pouco tempo depois do primeiro governo de Neemias em Judá, que foi de 445-432 a.C. Aquele era um momento difícil para servir ao Senhor, pois os religiosos mostravam-se indiferentes e as pessoas agiam segundo suas próprias vontades. Faltava temor ao Senhor.
2. Contexto histórico. No tempo de Malaquias, os judeus já haviam retornado para Jerusalém há cem anos aproximadamente, e com o tempo, foram tornando-se apáticos na prática da fé. Malaquias chegou a denunciar a adoração hipócrita e robotizada, bem como a corrupção do sacerdócio (Ml 1.7-2.9). Os judeus declinavam na sua vida espiritual. Sua profecia condenou a idolatria (Ml 2.10-12), os divórcios e os casamentos mistos (Ml 2.11-15), o abandono da guarda do sábado (Ml 2.8,9) e o fracasso dos dízimos por conta do egoísmo material (Ml 3.8-10). O Templo já tinha sido construído, porém estava sendo ignorado pelo povo.
3. Estrutura e mensagem do livro. O livro de Malaquias apresenta em sua introdução a palavra peso – no hebraico “massá”- que significa “sentença pesada” (Ml 1.1). O livro é uma denúncia contundente contra o formalismo religioso. O povo precisava ser confrontado e corrigido. O livro pode ser dividido em duas partes, a primeira é uma exortação (Ml 1.2 – 3.18) composta de seis oráculos:
1) O amor do Senhor por “Jacó” (Ml 1.1-5);
2) Exortação aos sacerdotes (Ml 1.6-2.9);
3) Advertência contra infidelidade conjugal e os pecados da comunidade (Ml 2.10-16);
4) A justiça divina (Ml 2.17-3.5);
5). A questão dos dízimos e das ofertas (Ml 3.6-12);
6) As marcas distintivas do servo do Senhor (Ml 3.13-18). A segunda parte do livro refere-se ao prenúncio profético do “Dia do Senhor” (Ml 4.1-6). Toda a profecia é costurada por meio de perguntas retóricas incisivas que procuravam despertar a população judaica, levando-os a refletirem sobre sua triste condição espiritual.
II – INDIFERENÇA RELIGIOSA
1. A ingratidão. A indiferença em seu estágio inicial apresenta-se como ingratidão. O profeta declarou que o povo respondeu com ingratidão todo o amor que recebeu. Deus declarou o seu amor para Israel, e eles responderam com cinismo: “Em que nos amaste?” (Ml 1.2). A pergunta apresentada por Malaquias refletia o pensamento que vigorava entre os judeus naquela época, pois estavam com seus corações duros e com a visão embaçada e turvada, não conseguiam perceber o amor de Deus sobre eles.
O Senhor reafirmou sua escolha revelando o cuidado com Jacó, citado como um autêntico representante do povo de Israel (Ml 1.3-5). Ao longo dos anos, o Senhor demonstrara todo o seu amor pelo povo, e ainda assim, Israel não sabia reconhecer e corresponder tamanho amor. O problema da ingratidão é que além de cegar os olhos, ela também priva o coração da emotividade e rouba o entusiasmo da religião.
2. Descaso religioso. Os sacerdotes foram acusados de desprezar o nome do Senhor (Ml 1.6). Eles traziam ofertas imundas e realizavam sacrifícios de qualquer maneira. Não se preocupavam com as exigências da lei (Ml 1.7,8). Deus não tinha prazer nesse tipo de oferta e sacrifício (Ml 1.10). Deus estava cansado desse descaso e indiferentismo. Os sacerdotes foram advertidos a mudarem de atitude, caso contrário, sofreriam uma condenação inexorável (Ml 2.1-3). O desejo de Deus é que sua aliança com o sacerdócio levítico estivesse sendo observada. Se eles aderissem os princípios estabelecidos pelo próprio Deus, desfrutariam de vida e paz (Ml 2.4,5). Os sacerdotes faziam acepção das pessoas na aplicação da lei (Ml 2.9).
A balança deles era injusta, pois eram interesseiros em suas relações interpessoais. Faziam de suas funções sacerdotais uma fonte de vantagens pessoais. A verdade, a justiça e a honestidade eram ignoradas por eles. Pessoas eram prejudicadas na aplicação de uma lei injusta. Diante disto, os religiosos estavam provocando a ira divina. Deus deseja de nós sinceridade e justiça naquilo que fazemos. Não podemos nos relacionar com Deus de modo indiferente. Ele contempla tudo. Conhece nossos corações e não se ilude com nossas ações. O problema da ingratidão é que além de cegar os olhos, ela também priva o coração da emotividade e rouba o entusiasmo da religião.
III – A FAMÍLIA É IMPORTANTE
1. Casamento misto. Os homens de Judá foram desleais a Deus ao se casarem com mulheres estrangeiras (Ml 2.10-12). Existiam leis divinas prescritas orientando a construção familiar, no entanto, os homens tomaram suas próprias decisões, a despeito da ordem de Deus. Os judeus estavam se casando com a “filha de um deus estranho” (Ml 2.11). Essa questão não era racial, mas espiritual. As mulheres de outras nacionalidades que desejavam servir a Deus eram bem-vindas entre o povo do Senhor.
Esse foi o caso de Rute. O problema era que por meio dos casamentos mistos os homens estavam sendo corrompidos. Deste modo, os filhos que se originavam dessas relações cresciam debaixo das influências pagãs de suas mães. Judá estava sendo sorrateiramente paganizada. Para a Igreja atual, também existem princípios divinos para o casamento. Ame e se relacione com alguém que sirva a Cristo e tem compromisso com Ele (2 Co 6.14). Não se una a alguém que se recusou a unir-se a Cristo!
Não podemos nos relacionar com Deus de modo indiferente. Ele contempla tudo. Conhece nossos corações e não se ilude com nossas ações.
2. Divórcio. A impiedade infiltrou-se no coração do povo, de modo que eles estavam indiferentes em relação a Deus e às suas próprias famílias. Os homens mais velhos estavam agindo com leviandade para com suas esposas de mais idade, trocando-as pelas jovens estrangeiras (Ml 2.14). Famílias estavam sendo destruídas. O desejo divino era que os pais criassem filhos dedicados a Deus (Ml 2.15). Os homens estavam ignorando o propósito divino por causa da concupiscência da carne. Deus esperava que os homens honrassem seus compromissos sendo leais “para com a mulher da sua mocidade” (Ml 2.15).
O profeta anunciou que o Senhor desaprova o divórcio e a violência decorrida desse ato (Ml 2.16). O descaso pela lei tinha como origem a descrença no juízo divino. Eles eram relapsos porque acreditavam que ficariam impunes, e chegaram a questionar: “Onde está o Deus do juízo”? (Ml 2.17). A semelhança da geração de Malaquias, muitos jovens estão deixando a concupiscência da carne derrotá-los. Não viva segundo a carne, mas segundo o Espírito (2 Co 7.1; Gl 5.16,17).
3. Família. Nossa relação com Deus influencia nossa relação familiar e esta interfere na forma como nos relacionamos com o Senhor. Fomos criados com a capacidade de amar. Foi Deus quem uniu pela primeira vez homem e mulher, perpetrando o casamento como uma instituição divina (Gn 2.21-24).
SUBSÍDIO 1
“O livro de Malaquias traz evidências de ter sido elaborado para tomar a verdadeira forma de disciplina de debate público. Difere grandemente dos outros escritos bíblicos. Este profeta não apresenta seus sermões ou os endereça de modo formal como fazem outros mensageiros, mas se lança em argumentação com os ouvintes. O diálogo de pergunta e resposta reflete a situação vigente, na qual Malaquias se encontrava, e os frequentes conflitos verbais em que se envolvia com seus contemporâneos. Nestas perguntas e respostas o vemos defender publicamente a honra e a justiça de Deus contra os ataques dos oponentes céticos.
O exímio argumentador toma casa objeção e a responde antes de passar para a pergunta seguinte: Ao longo do diálogo, descreve o amor divino, revela a incredulidade e ingratidão do povo, exige arrependimento genuíno e responde aos céticos, desafia a irreligiosidade em vigor e faz promessas gloriosas aos fiéis. Já não era possível um profeta de Deus obter atenção do povo apenas com a afirmação: ‘Assim diz o Senhor’. Eram tempos de racionalismo e até os judeus exigiam argumento lógico e racional. Queriam que as afirmações fossem justificadas e as objeções satisfeitas” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 346).
SUBSÍDIO 2
“Além do casamento, Malaquias trata também de um tema importante para os nossos dias: o dízimo. Quando tocamos nesse assunto, é preciso reconhecer a existência de pessoas que tratam a questão de formas distintas. Há os cristãos que contribuem normalmente, reconhecendo a entrega dos dízimos como um precedente divino, ordenado antes da Lei de Moisés e praticado inclusive por outros povos. Tal entendimento se baseia no fato de que os dízimos – juntamente com as ofertas – são o padrão de Deus para a manutenção física da igreja como instituição local, que possui despesas que precisam ser cobertas com as contribuições dos fiéis.
Há cristãos que sabem da validade dos dízimos em nossos dias, e fazem suas contribuições de forma organizada, mas que em algum momento de sua vida financeira, por descuido ou por algum tipo de emergência ou falta de provisões, deixam de contribuir temporariamente, mas têm em seus coração o desejo de tornar a contribuir. Há aqueles que não contribuem por não entender que os dízimos são a forma lícita de arrecadação de recursos financeiros, mas não tem uma atitude zombeteira para com os que contribuem e não difundem a ideia. O cristão que se propõe a seguir o mandamento bíblico do dízimo vence a avareza, o materialismo e o egoísmo” (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 110,111).
CONCLUSÃO
O livro de Malaquias nos ensina que o casamento não pode ser concebido como um convênio transitório que pode ser desfeito facilmente sem nenhum tipo de implicação espiritual. Pelo contrário, o matrimônio deve ser idealizado como um contrato jurídico de união espiritual a ser honrado e venerado. A família é uma instituição protegida por Deus porque é resultado direto dos seus planos, portanto, se desejamos servir a Deus precisamos estar dispostos a honrar a nossa família.
Lidiane Santos
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