Paulo estimula seus leitores a retomarem a harmonia, buscando a concordância entre eles de tal forma fossem um
o coração deles em Cristo. Os crentes coríntios deveriam pensar a respeito da importância da unidade de forma
a viverem ligados, unidos em amor.
Eles deveriam também viver de forma harmoniosa quanto à doutrina que lhes era ensinada. Paulo ensina que para que haja comunhão, unidade e fraternidade é preciso que os crentes desejem viver dessa forma.
3. Paulo identifica a fonte de suas informações (1.11). O apóstolo expõe diretamente o problema das contendas
entre os irmãos e não esconde a sua fonte: “Me foi comunicado pelos da família de Cloe”. Novamente trata seus
leitores como irmãos (v.11). O apóstolo aborda os problemas internos como os problemas de uma família fraterna.
Geralmente as pessoas não gostam de expor os problemas enfrentados na igreja e erroneamente preferem escondê-los,
fingir que não veem as contendas e divisões. Mas as dissensões precisam ser tratadas com amor e firmeza para
que sejam estancadas. Segundo alguns estudiosos, a família de Cloe provavelmente era uma família respeitada, comprometida com o reino.
Talvez estivesse sofrendo com a situação da igreja e por isso decide comunicar ao apóstolo o que estava acontecendo. Certam ente a família de Cloe fez isso porque amava Paulo
e confiava nele, reconhecendo sua autoridade apostólica.
Há uma grande diferença quando alguém comunica algum erro à liderança da igreja por inveja ou para prejudicar
alguém, desejando o seu mal e não o seu arrependimento, o que não foi o caso da família de Cloe. As informações dessa
família deram origem aos quatro primeiros capítulos da carta, que trata das dissenções que estavam prejudicando a pregação da Palavra e o crescimento da igreja.
Pense!
Você tem fugido das contendas e confusões entre os irmãos? ou você tem tentado alimentar tal atitude?
Ponto Importante
Precisam os desejar e fazer a nossa parte para que haja
unidade na igreja
II – O PARTIDARISMO NA IGREJA ( 1 .1 2 )
1 . O tratamento inadequado acerca das diferenças de opinião. A maioria dos membros da igreja de Corinto havia perdido a percepção de que Cristo deve ser o centro de todas as coisas. Tudo indica também que eles não tinham habilidades para lidar com opiniões diferentes. O cristianismo era uma novidade em Corinto, cidade acostumada a receber pessoas de várias culturas.
A igreja era heterogênea (classes sociais, pluralismo
religioso, conflitos éticos e morais, entre outras diferenças) e, ao que parece, alguns viam na nova comunidade a
possibilidade de ter mais influência sobre os outros por pura ambição. Todavia, as igrejas cristãs tinham uma forma nova de organização e estilo de vida alicerçado nos ensinamentos de Cristo. Paulo busca resgatar o modelo de gestão de Cristo.
2. A formação de grupos rivais. Como resultado das dissenções, a igreja de Corinto acaba por se dividir em quatro facções, cada uma delas seguia o seu pregador e líder preferido: Paulo, Apolo, Pedro e até mesmo Cristo. Mas esses
servos de Deus não queriam poder, mas lideravam a igreja visando a confirmação do Reino de Deus.
Os crentes de Corinto, erroneamente, usavam o nome de Paulo, Apolo, Pedro e até de Cristo para formarem grupos
rivais devido à ambição pelo poder, Talvez influenciados pela cultura de veneração a heróis da mitologia grega e do culto a personalidades. Paulo não se aliou nem àqueles que se diziam seus seguidores exclusivos.
3. Os tipos de grupos rivais . O apóstolo não comentou a respeito das peculiaridades dos grupos, mas de algum a forma eles se identificaram com os ensinos apresentados por ele na carta. Parece que os grupos eram formados por aqueles por quem foram evangelizados e batizados, ou seja, por Paulo, Apolo e Pedro.
Eles se guiavam pelo estilo de ministério e liderança
de cada um, com espírito partidário. Com base nisso, é possível observar as especificidades de cada grupo:
a) Grupo de Paulo – os primeiros cristãos, principalmente os gentios;
b) Grupo de Apolo – membros que se converteram e se entusiasmaram com seu estilo eloquente;
c) Grupo de Pedro – judeus de origem legalista e
d) Grupo de Cristo – aqueles que se achavam mais santos do que os outros, com base na justiça própria.
A preferência ou identificação por alguém é natural, o perigo é quando essa relação se torna motivo para se
achar superior aos outros.
Pense!
Todo partidarismo é prejudicial para a saúde e o crescimento da igreja.
Ponto Importante
A unidade fraternal é agradável ao Senhor e gera crescimento para a igreja.
III – AS DIVISÕES E SEUS PERIGOS (1,13-17)
1 . O perigo de abafar os méritos da Cruz de Cristo (v. 13). Após escrever sobre a formação dos grupos rivais, o apóstolo aponta para a possível causa das discórdias entre eles. Parece que estavam “idolatrando” o fato de serem
batizados por algum as pessoas.
Eles valorizavam mais o homem que os havia batizado do que o próprio sacrifício de Cristo. Paulo é categórico: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de
Paulo?” (v. 13).
2 .O perigo de ser um narcisista (vv.14 -16 ). Paulo faz um agradecimento que causa espanto e pode ser mal interpretado. Ele dá graças a Deus, por ter batizado apenas algum as pessoas da igreja: Crispo, ex-chefe de sinagoga
(At 18.8 ), Gaio e a casa de Estéfanas. Ele descreve o motivo no versículo 15, para que ninguém se vangloriasse por ter sido batizado por ele.
O apóstolo não tinha a preocupação de manter o “controle” sobre as pessoas que se convertiam por intermédio da sua pregação. Atualmente vivemos em uma sociedade narcisista, onde muitos buscam erroneamente a satisfação dos próprios desejos e consideram os outros como “meros objetos”.
De modo pecaminoso, essas pessoas buscam alcançar objetivos egoístas e pessoais. Mas, Paulo seguia o modelo de Cristo. Ele amava as pessoas e não estava em busca de recompensas pessoais ou do reconhecimento de homem.
3. O perigo de pregar o Evangelho por ostentação (v. 17). A sociedade de Corinto, influenciada pela cultura helenista (grega), valorizava em excesso o conhecimento como forma de ostentação. A Carta de Paulo evidencia que esse sentimento ainda estava presente entre os membros da igreja.
O controle obtido por meio do conhecimento era algo desejado por alguns. Paulo não confiava na “sabedoria de palavras”, mas na pregação do Evangelho que havia transformado sua vida e era a força transformadora que movia a comunidade cristã.
Nos dias atuais é com um ver pregadores confiando apenas em sua capacidade intelectual e desejando somente a promoção do seu nome, do seu ministério. A pregação do Evangelho não deve ter como objetivo projetar o pregador e nem trazer benefícios próprios, mas exaltar a Jesus e a eficácia do seu sacrifício na cruz do Calvário .
O beneficiado deve ser aquele que nEle crê, pois o Evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele
que crê” (Rm 1.16 ).
Pense!
Você ama a sua igreja como Paulo amava a igreja em Corinto?
Ponto Importante
Precisamos seguir o modelo de Cristo, amaras pessoas e não
viver em busca de recompensas pessoais ou do reconhecimento de homem.
SUBSÍDIO
O apelo à ação sábia
“A igreja coríntia constituiria um desafio para qualquer pastor. Os membros eram indisciplinados, contenciosos e
tolerantes ao pecado. Paulo, contudo, não inicia a sua Carta com uma severa repreensão. Em vez disso, dá g raças a Deus pelos coríntios haverem recebido a graça de Deus
e outras bênçãos espirituais.
Logo a seguir, apela amorosamente a eles, no sentido de deixarem suas disputas e colaborarem uns com os outros.
Paulo não pode deixar passar em branco o sectarismo existente na igreja, um problema relacionado com o espírito contencioso dos membros. Apesar das divisões, parece que continuaram se congregando, mas havia o iminente perigo de se dividirem a qualquer hora em congregações rivais. Paulo tem que agir para impedir o fracionamento.
A existência de partidarismos era um dos piores problemas da congregação coríntia, e Paulo ataca logo esse problema no início de sua Carta. Leia 1 Coríntios 1.10 mais uma vez, para ter certeza daquilo que ele diz. Paulo torna bem claro o
fato de que é Cristo que todos devem honrar de forma unânime” (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário Bíblico
1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD, 1999, p. 20).
CONCLUSÃO
Com o vimos na lição, as divisões internas na igreja de Corinto estavam prejudicando a unidade da comunidade e tirando 0 foco principal na missão da igreja. Alguns membros estavam se vangloriando pela proximidade com
alguns líderes ou por ter sido batizado por um específico, assim valorizavam m ais a pessoa que os havia batizado do que o próprio sacrifício de Cristo. Esse comportamento revelava a imaturidade espiritual dos crentes de Corinto e impedia o crescimento da igreja.