EBD | Classe Jovem – Lição 2- Nem pobreza e nem riqueza, mas o necessário

Fonte: Portal da Escola Dominical

2º Trimestre de 2019

Introdução
I-A Prosperidade Financeira no Antigo Testamento
II-A Prosperidade Financeira e o Cristianismo
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a prosperidade financeira no Antigo Testamento;
Explicar a prosperidade Financeira e o Cristianismo;

Palavras-chave: Cobiça e soberba.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves:

Na história de Israel narrada na Bíblia, fica evidente como a evolução da organização em sociedade, da fuga de uma vida rural para uma vida mais urbana, do uso do dinheiro e dos bens materiais tomou conta dos desejos humanos, promovendo o uso das pessoas e o amor às coisas. O problema quando isso é legitimado por meio da religião.

Para analisarmos qual é a perspectiva cristã em relação ao dinheiro, primeiro vamos pesquisar qual era a perspectiva do povo hebreu, com base em Deuteronômio 28.1-6, e somente depois verificaremos a releitura realizada por Jesus em Mateus 6.19-24 e quais foram as recomendações aos seus discípulos.

I. A Prosperidade Financeira no Antigo Testamento

A prosperidade e a teologia da retribuição

A interpretação de alguns textos bíblicos sem considerar o contexto cultural e teológico da época da escrita podem levar os leitores atuais a tomar uma teologia contrária ao projeto de Deus como se fosse a própria intenção de Deus. Com relação à prosperidade condicionada à obediência tem levado muitos cristãos a defender uma religião mercantil. Os expoentes da teologia da prosperidade defendem que a doença, pobreza, sofrimento, entre outros males são consequências do pecado. Eles também afirmam que as bênçãos e prosperidade são recompensas pela obediência à doutrina propagada por eles. Uma mercantilização da fé. O protótipo da teologia da prosperidade é conhecido no Antigo Testamento (AT) como a teologia da retribuição. Essa teologia é bem destacada no livro de Jó. Nesse livro ela é representada pelos “amigos de Jó”. Ao chegarem para consolar Jó das desgraças que haviam lhe ocorrido procuram a causa do ocorrido. Para isso, procuram obter de Jó a confissão de quais pecados havia cometido para sofrer absurda desgraça. A teologia defendida na época legitimava a riqueza adquirida por meio da exploração, pois segundo ela, a riqueza era sinônima de justiça, de pureza e de santidade. Por outro lado, a pobreza significava castigo pelo pecado e injustiça praticada.

A mercantilização da fé leva os seus defensores, que acabam se beneficiando de sua prática, a usar o nome de Deus para legitimar sua teologia. No próprio livro de Jó já se pode constatar essa prática:

Outra prática utilizada para legitimar a autoridade dos discursos era a utilização de supostas revelações e visões. No discurso de Elifaz, é citada uma estranha, confusa e duvidosa visão noturna (Jó 4.12-17). Entretanto, Elifaz não obtém êxito nesta prática com intenção de convencer Jó de sua culpabilidade e submissão ao sofrimento como correção do pecado encoberto. Muitas denominações cristãs contemporâneas se utilizam da mesma técnica. […] Os ouvintes que estão em busca de uma libertação, conquista de prosperidade e sucesso, alimentam esse processo de mercantilização da fé. […] Portanto, os discursos de Elifaz defendem uma religião mercantil e se utiliza de supostas visões e revelações para dar credibilidade às suas afirmações. p. 37, 38)

Rossi (2008, p. 89, 99), ao falar sobre os líderes atuais que representam a teologia de retribuição, afirma que esses geralmente usam de artifícios de supostas revelações para legitimar suas afirmações e discursos inflamados. O pior que nesses discursos, feitos como se fossem ordenados pelo próprio Deus, fazem promessas de parceria e comprometimento de Deus com sua realização. O resultado é frustração e abandono da fé por muitas pessoas. No caso de Jó, ele muda de posicionamento e questiona a teologia propagada pelos seus “amigos”, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus e de sua integridade.

Ele era testemunha viva de que a obediência era fundamental, mas não deveria ser exercida a base de troca com Deus por uma vida próspera. Portanto, a teologia dominante na época de Jó era de barganha com Deus. Apesar de já ser questionada no Antigo Testamento (livro de Jó) ela prevaleceu no imaginário judeu. Se a adoração a Deus fosse garantia de recompensa material, o mundo estaria repleto de “adoradores” interesseiros.

As bênçãos da prosperidade são consequências naturais 

O capítulo 28 de Deuteronômio faz parte de um contexto maior. As unidades Deuteronômio 26.16—27 e 29.9-20 emolduram (parte inicial e final) o contexto e tem objetivo de explicar as bênçãos e maldições que formam a maior parte da unidade de Deuteronômio 27.9—28.68 e está relacionada ao compromisso entre Yahweh e o povo da aliança, da qual o texto em estudo faz parte Deuteronômio 28.1-6. A unidade lembra o modelo de tratado de suserania e vassalagem do antigo Oriente Próximo, que era firmado entre uma nação que tinha o domínio com outra que era dominada por aquela. Nesses tratados era comum ter uma pequena lista de direitos (bênçãos) e uma lista grande de obrigações (maldições), que seriam recebidas por quem violasse o pacto firmado. No entanto, no pacto de aliança de Deuteronômio não é imposto, mas é dada a liberdade para o povo aceitar ou não o compromisso.

Em Deuteronômio 28.1-14 são pronunciadas as bênçãos e em Deuteronômio 28.15-68 são pronunciadas as maldições, quase quatro vezes o conteúdo das bênçãos. Nele está presente o princípio teológico de Israel de que a obediência à aliança com seu Deus traria bênção e prosperidade, e a desobediência traria maldição e miséria. Por ser o povo da aliança com Yahweh as bênçãos serviam como recompensas pela retidão moral, enquanto as maldições eram resultado de rebelião e prática do mal. Para nosso estudo, o que interessa são as bênçãos. As bênçãos estão relacionadas ao que era de valor para a época, abrangia a vida no campo e a vida na cidade (v. 3). A abundância da prole que era importante principalmente para o campo, pois a mão de obra era algo valioso na época e uma família numerosa era considerada uma bênção para os camponeses, a maioria da população. A colheita abundante tinha a ver com a provisão das condições para plantio e colheita, que envolvia as condições da natureza e recursos para efetuar a colheita como os vasos usados para coletar utilizar o produto do campo (v. 5). Além da prosperidade das criações e êxito nas principais ocupações da época. A teologia deutoromista vê a origem do mal na idolatria, ou seja, o abandono das instruções de Yahweh e a adoração aos deuses propagados pelas outras nações. Por isso, em vários momentos o povo da aliança é instado a renovar o pacto (Dt 10.14-21; 11.22; 30.15-20). Por mais que a metade do livro de Deuteronômio contenha ritos e leis, ele não é um livro de caráter legalista. Nele, o cumprimento da lei está relacionado ao amor a Deus “de todo o coração e toda a alma e toda a força” (Dt 6.5; 13.3; 26.16; 30.2, entre outros textos). Ao comentar sobre Deuteronômio, Andiñach (2015, p. 138) afirma “Nada mais distante do espírito desse livro do que o fato de pensar que simplesmente por cumprir ritos e oferendas se poderá alcançar a bênção de Deus”. Infelizmente, esse foi o entendimento prático de parte desse povo até os dias de Cristo e continua influenciando o povo evangélico até os dias atuais.

Com relação ao texto de Deuteronômio 28.2-5, interessante notar que ele não incentiva a busca de Deus pela bênção. O texto afirma que a benção é atraída pela atitude das pessoas: “virão sobre ti e te alcançarão”, isso “quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus”. Desse modo, as bênçãos são consequências naturais do comportamento humano. Vamos dar exemplo prático para evidenciar essa afirmação. Qual seria o resultado na vida de uma pessoa honesta, dedicada à sua família e ao trabalho, trato educado e fácil com as pessoas, dentre outras virtudes possíveis? Evidente que as consequências naturais são de uma pessoa feliz e bem sucedida, tanto no seio de sua família, como no trabalho e nos demais relacionamentos. De tal modo, que diríamos que essa pessoa é abençoada, uma consequência natural como retorno natural de suas atitudes e comportamento. Todavia, como explicita o Salmo 73, um ímpio também pode ser “bem sucedido” em seus negócios e outras áreas da vida. Porém, do que vale essa “prosperidade”, sem a graça de Deus? O sábio Agur faz um pedido ajuizado a Deus em Provérbios 30,8b “não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada”. Possuir o que se pode conquistar com o trabalho e honestidade.

Bem-aventurado quem mantém sua integridade o tempo todo 

O que produz paz e uma vida de excelência pelos padrões bíblicos é uma vida de comunhão com Deus, vivida segundo a sua vontade. Segundo Eclesiastes 7.8, o fim é melhor do que o começo. Existem pessoas que começam bem, mas terminam mal. No entanto, para quem não começou bem ainda resta uma esperança se entrar pelo caminho da fé em Deus. Todavia, Deuteronômio 28.6 afirma que o ideal é desfrutar da bem-aventurança na entrada e na saída. Para isso, o ser humano precisa ser fiel a Deus em todo tempo independente de prosperidade financeira.

O fato de possuir muitos bens e prestigio pode significar para algumas pessoas sucesso e garantia de uma vida feliz. Contudo, isso não condiz com a realidade bíblica e a prática de vida. Existem muitas pessoas com grande prosperidade financeira, porém infelizes e depressivas. Da mesma forma, há pessoas simples e de baixíssimo poder aquisitivo felizes e que desfrutam de boa paz. Assim, não é a riqueza ou a pobreza que define o sucesso, a felicidade ou a excelência de vida das pessoas. Por mais que a crença popular no AT era relacionar a prosperidade financeira com a obediência a Deus, fica claro que várias personagens reconhecidas como fiéis tiveram vida simples e passaram por várias privações, como vários exemplos de profetas. Um texto do Novo Testamento que geralmente é mal interpretado é Fp 4.13 “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. O erro de interpretação se dá por considerar o versículo isolado de seu contexto. Na totalidade, Paulo afirma que já havia passado por dificuldade e momentos difíceis na sua vida, assim como também momentos de fartura e de prosperidade. Com a afirmação do v. 13, ele passa a mensagem que independente de qualquer um dos momentos (escassez ou prosperidade) a fidelidade a Deus deve ser constante, ou seja, não é a escassez ou a prosperidade que define a relação com Deus, mas a experiência de intimidade e comunhão com Ele.

Obedecer à Palavra de Deus e fundamental na vida do ser humano, conquanto, isso não pode ser usado como barganha para receber benefícios de Deus.

II – A Prosperidade Financeira e o Cristianismo 

Depois de analisar o conceito de prosperidade para o povo hebreu na antiguidade, vamos observar qual foi o tratamento dado ao tema por Jesus. O Evangelho de Mateus tem como um dos seus pontos fortes a ênfase nos ensinos práticos do Mestre dos mestres. Dentro da unidade conhecida como O Sermão do Monte, é reservada uma subunidade para abordar os ensinamentos de Jesus de como lidar com as riquezas materiais.

O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver em paz 

Depois dos discursos de Jesus sobre as bem-aventuranças e a advertência sobre a hipocrisia religiosa baseada em rituais e práticas com objetivo de aparentar certa religiosidade, que contrasta com a verdadeira justiça divina, Ele inicia uma seção de ditados de sabedoria. Esses adágios faziam parte da cultura judaica e eram apreciados como ensinos para o dia a dia dos judeus. O primeiro ditado está relacionado a uma palavra preferida por Mateus: tesouros. Ele usa termo grego “thesauros” nove vezes, enquanto em todo o Novo Testamento ela aparece dezessete vezes. Arrington e Stronstad (2012, p. 56) afirmam que esse termo “pode se referir às riquezas materiais (e.g., Mt 2.11; 13.44), mas na maioria dos casos indica riquezas espirituais ou celestiais (e.g., Mt 12.35; 13.52; 19.21). […] Jesus contrasta tesouros terrenos que inevitalmente se decompõem, com a incorruptibilidade das riquezas celestiais”. Jesus incentiva o investimento nas riquezas celestiais. Ele não desmerece os bens materiais, mas a sua supervalorização.

Em uma sociedade consumista e centrada na economia de mercado como a atual, o dinheiro assume um papel peculiar, inclusive no meio religioso que tem o papel de mediação com o sagrado. A cada dia parece que o dinheiro tem encontrado no âmbito religioso, em especial no meio neopentecostal e pentecostal, um ambiente propício para o mercantilismo religioso. As pessoas são educadas para se ocupar com o “ter”. A busca para ter boa formação, ter um emprego que dê uma boa projeção financeira e social, ter uma boa casa, ter um bom carro, e assim por diante. Não há nenhum problema em se preparar para o mercado de trabalho e buscar conquistar uma boa situação financeira, isso é natural. No entanto, o problema é quando isso se torna a meta principal a ser atingida. Jesus adverte que o principal tesouro a ser conquistado não é o material e terreno, pois só produzem satisfação e alegrias momentâneas, e que podem ser facilmente tiradas. Em vez disso, Ele recomenda que ajuntemos o que pode ser desfrutado na vida eterna com Deus. Nenhuma riqueza do mundo pode comprar a paz que uma pessoa que faz a vontade de Deus desfruta. Muitas pessoas “poderosas” dariam tudo o que possuem para ter a paz que um cristão fiel desfruta com Deus e com as demais pessoas. A paz, que é fruto de um relacionamento saudável com o Deus, a família, amigos, comunidade cristã e a sociedade em geral. Cada pessoa colherá aquilo que planta (Gl 6.8).

O coração era considerado o centro do compromisso e das decisões (Mt 5.8,28), o tesouro que ele escolher vai definir o relacionamento com Deus, com as pessoas e com as coisas (Lc 12.16,17; Mt 16.26). A recomendação de Jesus é um coração misericordioso e generoso (Mt 5.42; 6.2-4). Assim, alcançará o maior tesouro que é fazer a vontade de Deus e ter paz.

A metáfora do olho como lâmpada do corpo 

A metáfora do olho como lâmpada do corpo é apresentada logo após a declaração de Jesus sobre as diferenças entre os tesouros terrenos e celestiais. Vincent (2012, p.38) afiança que o adjetivo grego haplous, que é traduzido por bom (olho bom), tem por trás a imagem de um tecido sem muitas dobras complicadas para dar a ideia de simplicidade ou singularidade, “num sentido moral: puro, objetivo, sem devaneios”. Enquanto que o seu antônimo tem o sentido de “duplicidade de indecisão condenadas no versículo 24”. O adjetivo haplous também é utilizado para se referir à generosidade (Rm 12.8), liberalidade (2 Co 8.2; 9.11; Tg 1.5) e beneficência (2 Co 9.13). Dessa forma, essas são algumas características de pessoas que tem os “olhos bons”, segundo a metáfora.

O Reino de Deus irrompeu num tempo em que o mundo do primeiro século estava em profunda crise. A maioria, na pobreza, vivia ansiosa pelas coisas fundamentais à sobrevivência e em grande expectativa pelo futuro, com fé na esperança messiânica. Por outro lado, uma minoria que vivia em função do dinheiro e do que ele podia proporcionar. Eles não viam na obtenção do lucro a qualquer custo como um problema ético ou moral, mas como sinal de bênção divina. Para falar sobre essas diferenças de como lidar com o dinheiro, Jesus utiliza-se da metáfora do olho como lâmpada do corpo (Mt 6.22,23). O olho guia o corpo e dirige seus movimentos, sentimentos e ações. O texto descreve dois tipos de olhos: o bom ou são e o mau ou doente. O olho bom enxerga segundo a vontade de Deus, um olhar livre da ansiedade obsessiva pelas provisões materiais e que prioriza as ações de caridade e solidariedade, por isso torna o corpo luminoso (luz). Por outro lado, o olho mau enxerga segundo o interesse pela riqueza egoísta, buscando a acúmulo de riquezas de forma corrupta, assim sendo torna o corpo escuro (trevas). Jesus finaliza a metáfora com uma de suas declarações mais enigmáticas “Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”. Como a luz pode ser trevas? As trevas sendo vistas como luz se tornam ainda mais perigosas, pois quando as pessoas trocam o bem pelo mal, reduz-se a esperança de mudança a quase zero. Essa era a situação de muitos religiosos na época de Jesus, tidos como referenciais e pessoas do bem, mas seus olhos estavam atentos somente para fazer o mal. Por isso, muitos que ouviram Jesus e foram tocados pela sua palavra não seguiram seus ensinamentos, pois não venceram o mal que estava enraizado dentro de si e conduziam seus olhos para os tesouros terrenos.

A metáfora esclarece que as escolhas humanas são moldadas pela visão de mundo de cada pessoa.  Desse modo, o estado presente o “olho” que determinará o futuro do corpo.

A escolha entre servir a Deus ou ao materialismo, o deus Mamom 

Em todo o capítulo seis de Mateus o tema recorrente é o compromisso do coração. Um compromisso desvirtuado tem como foco o acumulo obsessivo de bens materiais. Jesus adverte constantemente sobre a motivação egoísta das práticas cotidianas do povo. Quando Mateus se refere ao Diabo e suas tentações ele concentra nos aspectos econômicos da vida. O ser humano é tentado pelas ambições pessoais, pelo desejo de ter mais do que é necessário, mesmo que tenha que tirar dos desfavorecidos, como tem ocorrido na atual situação política do Brasil. Matthew Henry traz um bom comentário sobre o equilíbrio na busca de bens materiais:

[…] não devemos acumular tesouros na terra, isto é: (1) Não devemos considerar as coisas terrenas como as melhores, ou as mais valiosas em si mesmas, nem as mais proveitosas para nós […]. (2) Não devemos cobiçar a abundância destas coisas, nem estar tomando posse delas cada vez mais, e acrescentando-as, como fazem os homens com aquilo que é o seu tesouro, sem nunca saberem quando já têm o suficiente. (3) Não devemos confiar nas coisas terrenas para o futuro, para serem a nossa segurança e suprimento no tempo por vir — não devemos dizer ao ouro: “Tu és a minha esperança”. (4) Não devemos nos satisfazer com as coisas terrenas, como tudo o que precisamos ou desejamos; devemos nos contentar com o suprimento de nossas necessidades neste mundo, não desejando que a nossa porção seja exagerada. Não devemos fazer destas coisas a nossa consolação (Lc 6.24). Também não devemos nos sentir consolados pelos nossos bens (Lc 16.25). Consideremos que estamos acumulando, não para a nossa posteridade neste mundo, mas para nós mesmos no porvir. Precisamos fazer a nossa escolha, como se fôssemos os escultores de nossa própria vida; isto é, seremos aquilo que nós mesmos delinearmos. Cabe a nós escolher sabiamente, pois estaremos escolhendo para nós mesmos, e teremos aquilo que escolhermos (HENRY, 2015, p. 71).

O imaginário religioso transmitido por uma longa tradição judaica é questionado em Mateus 6.24, em que o dinheiro e o Diabo se fundem. Eles se tornam uma coisa só, Mamom, o deus do egoísmo e contrário ao amor, que precisa ser exorcizado. Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em primeiro lugar, resistir o amor ao dinheiro e as vantagens egoístas que ele pode proporcionar. Fazer um uso sábio e prudente do dinheiro. Ninguém pode servir a dois senhores com propósitos distintos, pois as suas ordens de comando a qualquer momento serão contraditórias ou conflitantes. Não tem como amar e ser fiel a ambos, por isso a decisão de quem servir é inevitável (1 Jo 2.15; Tg 4.4). Escolha servir a Deus, ainda que isso exija sacrifícios e renúncias.

Jesus contrasta tesouros terrenos e destrutíveis com a incorruptibilidade das riquezas celestiais, reservadas a quem prioriza a vontade de Deus.

*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Que Deus o(a) abençoe.

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.