EBD| Classe Adultos – Lição 5 – A sutileza do materialismo e do ateísmo

Fonte: Portal EBD

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição traremos definições de alguns termos não usuais; falaremos das diversas teorias a respeito da criação do universo; destacaremos os argumentos racionais em defesa da fé, criados pelos apologistas cristãos durante a história da igreja; e, por fim, concluiremos falando que o Deus da criação se revela e deseja ter comunhão com o ser humano.

I – DEFINIÇÕES

1.1 Materialismo. Doutrina que ensinar ser a matéria a realidade última do Universo. É a negação sistemática das realidades espirituais (ANDRADE, 2006, p. 262). A maioria dos materialistas acredita que a matéria sempre existiu. O universo material é autossustentado e autocriado. É provavelmente eterno, mas, se surgiu, então surgiu sozinho, sem ajuda externa. Portanto, a matéria é eterna, ou então surgiu do nada espontaneamente (GEISLER, 2002, p. 549).

1.2 Ateísmo. Doutrina que nega, de maneira sistemática e persistente, a existência de Deus (ANDRADE, 2006, p. 66). Geisler (2002, p. 83) assevera que “os verdadeiros ateus acreditam que apenas o cosmos existe. Deus não criou o homem; as pessoas criaram Deus”.

1.3 Teísmo. Doutrina segundo a qual tudo quanto existe foi criado por Deus (ANDRADE, 2006, p. 119). O criacionismo bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua Palavra, tudo quanto existe (Sl 33.6; Jo 1.1-3; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3; Ap 4.11). A Bíblia nos mostra Deus como criador do céu, da Terra e do Universo (Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is 43.1,7). O criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada (Rm 1.20; Sl 119.1-6).

II – A EDUCAÇÃO MATERIALISTA E ATEÍSTA – UM DESAFIO PARA A IGREJA MODERNA

É uma educação centralizada no materialismo, ou seja, é uma educação cuja centralidade descarta completamente a pessoa de Deus do contexto educacional da sociedade. O ateísmo se serve do materialismo para difundir suas ideias, principalmente em ambiente acadêmico a fim de demolir das crianças, adolescentes e jovens a crença no Criador e Sua revelação na Pessoa de Cristo. Abaixo destacaremos as principais teorias a respeito da criação e as devidas refutações:

2.1 Big-Bang (teoria da grande explosão). Defende que tudo resultou de uma grande explosão aleatória e sem causa primária a bilhões de anos (evolução espontânea), e que, a partir daí, surgiram os mundos, as galáxias e tudo que existe sem a participação de um Ser Criador (Deus). Mas, a Bíblia declara que todas as coisas foram criadas por Deus (Gn 1.1; Jo 1.10; Cl 1.16,17; Hb 11.2).

2.2 Teoria ateísta. Nega a existência de Deus e afirma que o universo é fruto do acaso, e que existe por necessidade e por toda eternidade. Entretanto, a geologia e a astronomia têm demonstrado que houve grandes mudanças na Terra e no espaço sideral, mostrando com isso que a ordem presente não é eterna, ou seja, houve um tempo em que o Universo não existia (Hb 3.4). Vejamos ainda (Rm 1.19,20; Sl 19.1-10).

2.3 Teoria panteísta. Declara que Deus e a natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. O Senhor nada criou, mas tudo emana e faz parte dele, ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a Bíblia afirma que o Criador não é parte do universo, e sim, este foi criado por Ele (Gn 1.1; At 17.24).

2.4 Teoria evolucionista. Ensina que a matéria é eterna e preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passam a existir. Todavia, a Bíblia afirma que Deus criou todas as coisas prontas e acabadas: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).

III – ARGUMENTOS RACIONAIS PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS

Assim como os incrédulos criaram argumentos para defenderem sua descrença em Deus e num universo por Ele criado, Deus levantou durante a história da igreja os apologistas, defensores da fé, que de igual forma valeram-se das Escrituras, da verdadeira ciência e da experiência humana para refutar as ideias antiteistas. Notemos:

3.1 A crença universal na existência de Deus é intuitiva. É a primeira verdade vindo logicamente antes da crença por meio da Bíblia. A História mostra que o elemento religioso de nossa natureza é tão universal quanto o racional ou social. Há uma sede de Deus incrustada na alma humana (Sl 42.2; 63.1).

3.2 A existência de Deus é assumida nas Escrituras. Na Bíblia é ponto pacífico o fato da existência de Deus (Gn 1.1; Jo 1.1). Ela também nos mostra Deus como Criador dos céus, da Terra e do Universo (Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is 43.1,7).

3.3 A crença na existência de Deus é corroborada por outros argumentos, tais como:

a) Cosmológico: a criação não surgiu sem causa e não é eterna, o universo tem um começo e foi Deus quem criou todas as coisas (Sl 19.1,2; Rm 1.20);

b) Teleológico: a ordem em que a criação se encontra demonstra um Criador Inteligente, que não somente criou mais estabeleceu leis para manter a criação, tornando possível a vida (Jó 38; Hb 1.3);

c) Ontológico: Deus é auto existente e um ser absolutamente necessário (Êx 3.14; Cl 1.17); e,

d) Moral: Deus implantou no homem a consciência para lhe dar a noção de certo e errado (Rm 2.14,15).

IV – COMO PODEMOS CONHECER A DEUS

A Bíblia não somente afirma a existência de Deus, mas também a possibilidade de conhecê-lo e de se relacionar com Ele. Vejamos:

4.1 Através da criação. Denomina-se o método de revelação é natural quando esta é comunicada por meio da natureza, isto é, por meio da criação visível com suas leis e poderes ordinários. A revelação geral está arraigada na criação, é dirigida ao homem na qualidade de homem, e mais particularmente à razão humana, e acha seu propósito na concretização do fim da sua criação, conhecer a Deus e assim desfrutar comunhão com Ele (Sl 19; At 14.17; Rm 1.19,20; 2.14,15; 1Co 2.10; Gn 6.1-17; 11.1-8; Dn 2.20,21). A existência do universo e do homem não pode ser obra do acaso, pois nada vem do nada. A existência de algo é uma evidência de um Criador, dotado de inteligência e sabedoria. A própria natureza revela Deus (Sl 19; At 14.17; Rm 1.19,20).

4.2 Através de Cristo. Ninguém jamais viu a Deus, no entanto o Seu Filho Unigênito o revelou (Mt 11.27; Jo 1.18). Entre as coisas que Jesus revelou a respeito do Pai, destacam-se: seu grande amor (Jo 3.16); seu caráter (Mt 5.48); sua vontade (Lc 10.21); sua espiritualidade (Jo 4.24); sua bondade (Mt 7.11); seu cuidado para com a criação e com os homens (Mt 6.25-32). Portanto, Jesus Cristo é a maior expressão da revelação de Deus. Ele é o Emanuel, o Deus conosco (Is 7.14; Mt 1.23). Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). Quem vê Cristo vê o Pai, porque ambos são um em essência (Jo 10.30; 14.9).

4.3 Através da Bíblia: a Palavra de Deus. Desde a criação do homem que Deus tem promovido meios de se comunicar com ele, revelando-se de diversas maneiras: através da natureza (Sl 19.1-3; Rm 1.19,20); oralmente (Gn 3.8; 4.9; 6.13); através dos profetas (Hb 1.1). Sua revelação perfeita deu-se através de Jesus – a Palavra Viva (Jo 14.6-9) e através da Bíblia – a Palavra Escrita (II Pe 1.20,21). A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela Deus se fez conhecido. Disse o Pastor Antônio Gilberto: “Pela Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo” (GILBERTO, 2004, p. 6). Portanto, se quisermos conhecer a Deus devemos ler e meditar na Palavra de Deus (Js 1.8; Sl 1.2; 119.15; Lc 24.27,44; Jo 5.39).

4.4 Através da experiência pessoal. A experiência, embora considerada como subjetiva, é um fato impactante para quem a teve (Lc 1.1-2; At 5.32). Portanto, esta é muito válida quando respaldada pela Palavra de Deus (I Jo 4.1). A experiência cristã diz respeito ao encontro pessoal que o pecador arrependido tem com o Senhor Jesus Cristo. Isto implica na certeza da vida eterna, e subsequentemente no recebimento do dom do Espírito (At 2.38). A experiência cristã é mais que um sentimento intelectual; é plena vivência dos mistérios do Reino de Deus. É a vida de Deus reinando na vida do crente (ANDRADE, 2006, p. 180). A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que tiveram experiências marcantes com Deus: Abraão (Gn 12.1,7); Jacó (Gn 28.10-22); Moisés (Êx 3.1-5); Samuel (1Sm 3.1-10); Jeremias (Jr 1.1-12); Pedro (Lc 5.1-10; At 4.20); João (Jo 1.14; 1Jo 1.1-3); Tomé (Jo 20.24-28); Tiago (1Co 15.7); Paulo (At 9.1-6). O desejo de Deus é que cada pessoa mergulhe profundo nas experiências com Ele a fim de que possa adquirir mais conhecimento de Sua Pessoa (Os 6.3; Tg 4.8; 2Pd 3.18).

CONCLUSÃO

A tentativa de afirmar a eternidade da matéria para excluir a possibilidade de um Criador para tudo o que existe é refutada facilmente pelas modernas descobertas científicas e pela Palavra de Deus.

REFERÊNCIA

• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

• GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética: resposta aos críticos da fé cristã. VIDA.

• GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática. CPAD.

• HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.