EBD| Classe Adultos -Lição 01 – A Pessoa do Espírito Santo

Fonte: Portal da Escola Dominical

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS
II – O ESPÍRITO SANTO E JESUS CRISTO
III – O ESPÍRITO SANTO AGE NO MUNDO E NO SER HUMANO 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Expor a doutrina bíblica acerca da pessoa do Espírito Santo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Apresentar a revelação do Espírito Santo nas Escrituras;
II – Relacionar a pessoa do Espírito Santo com a de Jesus;
III – Afirmar que o Espírito Santo age no mundo e no ser humano.

PONTO CENTRAL
A Bíblia revela a verdade sobre a pessoa do Espírito Santo.

Vejamos o que o comentarista da lição, pastor Esequias Soares, discorre sobre O Espírito Santo na Teologia Cristã:

 “Pneumatologia é a doutrina do Espírito Santo, o termo vem de duas palavras gregas, pneuma, “espírito”, e logos, “palavra, estudo, tratado”. O estudo da Pessoa do Espírito é importante para todos os cristãos, pois é Ele quem guia os crentes e os leva mais próximo de Deus. Ser pentecostal significa ter intimidade com a pessoa do Espírito, pois a teologia pentecostal não é teórica. Nossa doutrina se baseia nas Escrituras Sagradas, única regra de fé e prática para a vida cristã, mas a experiência pentecostal torna Deus mais real, Ele não está longe de cada um de nós (At 17.27). Por isso, é fundamental o conhecimento bíblico sobre a identidade do Espírito Santo como a sua deidade e personalidade, atributos divinos e obras. São elementos que mostram a consubstancialidade do Espírito com o Pai e o Filho, como terceira Pessoa da Trindade.

A teologia pentecostal é atual e está em voga no cenário evangélico. É a teologia do Espírito em que todos nós devemos nos aprofundar por duas razões simples: somos pentecostais e a nossa dispensação é a dispensação do Espírito. Nessa dispensação, o Espírito Santo é a pessoa específica da Trindade que mais atua em nós. Outro ponto importante que se deve levar em conta é que a obra do Pai chamou mais atenção no período do Antigo Testamento; a obra do Filho, nos evangelhos, mas desde o dia de Pentecostes o Espírito Santo vem conduzindo a igreja, é por meio dele que temos contato com Deus. Foi exatamente isso que disse Gregório de Nazianzo (329-389), um dos pais capadócios:

O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, mais obscuramente, o Filho. O Novo Testamento deu a conhecer abertamente o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer. Porque teria sido inseguro pregar abertamente o Filho antes de ser reconhecida a divindade do Pai; ou antes de ser reconhecida a divindade do Filho, impor-se, por assim dizer, a do Espírito Santo (Discurso teológico 5 [31] – Sobre o Espírito Santo).1

A cultura cristã atual é pentecostal. Desde o avivamento da Rua Azusa em 1906 que até mesmo os não pentecostais têm valorizado a experiência com o Senhor Jesus por meio do Espírito. A igreja vive hoje nos domínios do Espírito como nunca desde o período apostólico. É tempo de cultivar cada vez mais a experiência com o Espírito Santo.

A compreensão da pessoa do Espírito Santo, sua natureza e obras é ainda incompleta e até certo ponto confusa em relação às outras doutrinas. Com relação à Trindade, a figura do Pai é de razoável compreensão por causa da figura do pai na estrutura familiar, o mesmo pode ser dito sobre o Filho. Mas a do Espírito é mais complexa por ser intangível e invisível, como disse Millard J. Erickson:

Para complicar, há uma terminologia infeliz da King James e de outras traduções inglesas mais antiga que se referem ao Espírito Santo como o ‘Holy Ghost’ [Fantasma Santo]. Muitas pessoas que cresceram usando essas versões da Bíblia entendem o Espírito Santo como alguma coisa por baixo de um lençol branco.2

Na verdade, as palavras mais usadas na Bíblia, nas línguas originais, possuem sentido amplo. Ruah., do hebraico, tem significado profundo, trata-se de uma expressão ‘que possui uma série de significados, em que cada um deles esclarece de algum modo as complexas ideias associadas à noção cristã a respeito do Espírito Santo’;3pneuma, grego, é similar.

Há ainda as dificuldades em relação ao ministério do Espírito Santo de glorificar e proclamar o Filho (Jo 16.14), que, às vezes, leva o crente a pensar na ideia de hierarquia na Trindade ou até mesmo no subordinacionismo do Espírito. Essa hierarquia não existe, pois, a Trindade é a união de três Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – em uma só Divindade, sendo iguais, eternas e da mesma substância, embora distintas, sendo Deus cada uma dessas Pessoas. A Declaração de fé das Assembleias de Deus confessa que ‘há uma absoluta igualdade dentro da Trindade, e nenhuma das três Pessoas está sujeita, por natureza, à outra, como se houvesse uma hierarquia divina. Existe, sim, uma distinção de serviço’.4 Por muito tempo o Espírito Santo foi visto como a Cinderela da Trindade. Essa ilustração das três pessoas da Trindade com o conto de fada da Cinderela é uma ajuda elucidativa.5 A ilustração é a seguinte: as duas irmãs do conto, representadas pelo Pai e o Filho, vão ao baile, e toda vez, o Espírito Santo fica em casa. Com o moderno movimento pentecostal, isso não acontece mais. Segundo Stanley M. Horton, a doutrina do Espírito Santo nunca havia recebido um tratamento justo nos tratados de teologia: ‘os antigos compêndios de teologia sistemática, em sua maioria, não possuem nenhum capítulo sobre pneumatologia’.Durante e depois do avivamento da Rua Azusa, estudiosos bíblicos empreenderam vários estudos sobre o Espírito Santo e fizeram pesquisas acadêmicas sobre o batismo no Espírito Santo, a glossolalia, os dons espirituais e o fruto do Espírito.”

Texto extraído da obra “O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã


1 NACIANCENO, Gregorio. Los discursos teológicos. Madrid, España: Editorial Ciudad Nueva, 1995, p. 254; GOMES, Cirilo Folch. Antologia dos santos padres.São Paulo: Edições Paulinas, 1985, p. 254.
2 ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 345.
3 McGRATH, Alister E. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. São Paulo: Shedd, 2005, p. 361.
4 SOARES, Esequias (organizador). Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 42.
McGRATH, Alister E. Ibdem, 2005, p. 361; KÄRKKÄINEN, Veli-Matti. A Guide to Christian Theology – The Holy Spirit. Louisville, Kentucky, USA: Westminster John Knox Press, 2012, p. 16.
6 HORTON, Stanley M. O Avivamento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 9.


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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.