EBD | Classe Adulto – Lição 6 – As Cortinas do Tabernáculo

Fonte: Portal da Escola Dominical

2º Trimestre de 2019

ESBOÇO 
I – AS COBERTAS E AS CORTINAS DO TABERNÁCULO (ÊX 26.1-14)
II – AS CORTINAS DO PÁTIO DO TABERNÁCULO (ÊX 27.9-15)
III – AS CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO 

AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

Elienai Cabral 

“Deus tomou coisas simples do Tabernáculo para compará-las com coisas celestiais a fim de que aprendamos verdades espirituais em linguagem figurada.” (Êx 26.1-14)

Num capítulo anterior, tratamos do cortinado do pátio do Tabernáculo, que cercava aquele lugar sagrado do povo de Israel. Alguns estudiosos fazem distinção entre o Santuário, que o veem como sendo o Lugar Santo, e o Tabernáculo como o hamiskhan de Yahweh, o Deus de Israel. Entretanto, toda a estrutura do Tabernáculo é, sem dúvida, o Santuário do Altíssimo.

As cortinas internas e as externas do Tabernáculo foram feitas com especial primor e beleza para, em primeiro lugar, enaltecer a presença divina no Tabernáculo e, em segundo lugar, para dar um sentido de santidade aos serviços sacerdotais no seu interior. As cortinas externas eram para cobrir o Tabernáculo. Portanto, toda a sua estrutura teve o trabalho inspirado dos artesãos, os quais receberam de Deus todo o desenho do projeto do Tabernáculo para ser o lugar da habitação de Deus com o seu povo. Era o hamiskhan de Deus, que, em hebraico, significa “habitação, morada” de Deus no meio do seu povo.

Para que as cortinas pudessem ser armadas, toda a construção requereu uma base especial que incluía madeira e metais. A madeira era de cetim, serrada em tábuas lisas, as quais eram ligadas uma a outra e, em seguida, revestidas com ouro, sendo toda a base de sustentação de prata.

Todo aquele lugar tornou-se santo, um lugar de habitação, uma morada especial para o Deus de Israel, que veio habitar numa “morada santa” com o seu povo. Como era uma habitação especial, todos os materiais utilizados no Tabernáculo tinham um significado especial e celestial, começando com a cobertura de cortinas internas e externas.

Essas cortinas e cobertas feitas para o Tabernáculo eram figuras e tipos de Jesus Cristo, visto que cada elemento material tinha um tipo celestial e mostrava, numa linguagem figurada, algumas características da obra redentora de Jesus. Num sentido especial, Cristo tornou-se a nossa cobertura perfeita porque Ele cobriu o nosso pecado (ver Sl 32.1,2; Rm 4.6-8).

I – AS COBERTAS E AS CORTINAS DO TABERNÁCULO (ÊX 26.1-14)

A despeito dos detalhes especificados dos materiais e cores utilizadas para compor a estética do Tabernáculo, a construção tinha de ser de fácil montagem e desmontagem por causa das mudanças de locais na vida desértica de Israel.

1. A Coberta Exterior

Qual a diferença das cortinas internas para as externas? A coberta exterior era rústica, contrastando com a beleza interior. Por isso, tanto as cortinas internas quanto as externas revelam tipologicamente a figura de Jesus, que, sendo Deus, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6-8). Os olhos humanos não podiam vê-lo como Deus, e sim como “o filho do carpinteiro” (Mt 13.55). Ele, no entanto, era o Verbo (a Palavra viva) feito carne (Jo 1.14).

Esta coberta era feita de peles de animais marinhos (texugos ou golfinhos) e não tinha beleza exterior que chamasse a atenção (ver Is 53.2). Simbolicamente, a cobertura exterior do Tabernáculo representava a humanidade de Jesus; por isso, sendo Deus fez-se carne (ver Jo 1.14). Uma das finalidades da coberta exterior era resistir às intempéries climáticas do deserto e, por isso, era rústica. Essa coberta tinha uma estrutura de madeira de cetim cortada em tábuas que servia para as partes internas e externas (Êx 26.15-30), a qual recebia uma lâmina de ouro que sustentava as peles estendidas sobre o Tabernáculo. As peles que ficavam por cima de tudo eram de um animal aquático identificado como texugo, mas, de fato, eram de foca ou golfinho. Quem olhasse para a Tenda do lado de fora nada veria de especial, porque essa coberta era parecida com a cor do deserto, ou seja, não tinha beleza alguma. Essa tenda é um tipo de Jesus quando se fez homem, cumprindo, assim, a profecia de Isaías 53.2: “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza havia, para que o desejássemos”.

2. As Cortinas Internas

Indiscutivelmente, as cortinas internas do Tabernáculo feitas com linho retorcido branco, estofo azul, púrpura e carmesim revelavam, tipologicamente, o caráter de Jesus. O linho retorcido é um símbolo de justiça (ver Ap 19.8). Por baixo da primeira cobertura de peles, eram colocadas peles de carneiro tingidas de vermelho (ver Êx 26.14), que representam a Cristo em seu sacrifício na cruz do Calvário. A cor vermelha representa o seu sangue, que remiu nossos pecados. Ainda por baixo das peles de carneiro de cor vermelha, havia outras peles que eram de cabra, e eram brancas, sem ser tingidas (26.7-13), e elas falam da pureza do Senhor Jesus e da sua justiça perfeita para com os que confiam nEle e no seu sangue (ver 2 Co 5.21; Fp 3.9). Por último, havia uma quarta cortina que podia ser vista apenas do lado de dentro do Tabernáculo. Ela era feita de linho branco e fino com bordados das figuras de querubins (ver Êx 26.1-6) e tinha as cores de púrpura, escarlate e azul. A visão que se tinha dessa cortina interna lembrava o céu de glória. As figuras de querubins, impressas e bordadas naquela cortina, representavam tipos de seres angelicais que servem junto ao Trono de Deus. As cores eram branco, azul, carmesim e púrpura. As cortinas e cobertas do Tabernáculo significavam a morada de Deus e tipificavam o próprio Senhor Jesus, por cujas características a obra redentora de Cristo está expressa e que, em seu conjunto, nos fala claramente daquEle que é nossa cobertura perfeita, pois foi Ele quem cobriu o nosso pecado com seu sangue (ver Sl 32.1,2; Rm 4.6-8). O azul é a cor celestial, símbolo do céu; todavia, os fios entrelaçados de púrpura falam da realeza de Cristo, pois Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.