EBD | Ativismos, Fazendo tudo ao Mesmo Tempo

Fonte: CPAD

INTRODUÇÃO
I – ATIVISMO: UMA DISFUNÇÃO NO USO DO TEMPO
II –  MARTA OU MARIA
III – TEMPO PARA TUDO
CONCLUSÃO
 

Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito do ativismo. Para ajudá-lo na sua reflexão, leia o subsídio abaixo:

“O grande problema de muitas pessoas é que, de tão atarefadas, não têm tempo para desfrutar das coisas boas da vida, preferindo correr sem saber, muitas vezes, para um abismo existencial, o qual estará repleto de crises e angústias. No afã de querer fazer tudo ao mesmo tempo, o ‘ativista’, em regra, não consegue parar e olhar ao seu redor, para ver outras coisas importantes que estão acontecendo. Ele geralmente não acha tempo para conversar trivialidades com outras pessoas, nem mesmo com a família, e ainda reclama com Deus por isso, porque sempre está correndo, por se sentir continuamente atrasado, como o coelho falante da história infantil “Alice no País das Maravilhas”.1

O fato é que não adianta fazer tudo apressadamente, pois logo haverá uma interrupção pelo cansaço, oportunidade em que podem ruir todos os projetos. Somente nesse instante é que o ativista encontrará tempo para olhar em volta e pensar sobre o futuro. Lamentável.

Esse aspecto foi perfeitamente compreendido pelo professor Morrie Schwartz, um norte-americano que foi diagnosticado portador de uma doença degenerativa. Antes, porém, de falecer, relatou suas impressões acerca de inúmeros aspectos da vida ao seu ex-aluno Mitch Albom, que as transformou em um livro:

Vivemos tão enrolados em objetivos egoístas, carreira, família, ter dinheiro, pagar a hipoteca, comprar carro novo, consertar o aquecedor. Vivemos envolvidos em trilhões de pequenas coisas apenas para continuar tocando para a frente. Por isso, não adquirimos o hábito de dar uma parada, olhar nossa vida e dizer: é só isso? É só isso que eu quero? Não está me faltando alguma coisa?2

Inequivocamente, é preciso parar um pouco e refletir: O que será que eu estou fazendo de minha vida? Estou usando o tempo necessário para as atividades realmente importantes? Qual atenção estou dando às necessidades das pessoas que estão ao meu redor? Esse combate contra o ativismo deve ser diário, porque o homem não foi projetado para passar o dia ‘enrolado em objetivos egoístas’, mas para viver em função dos outros (por tal razão, os gestos de generosidade [altruísmo] imprimem um maior sentimento de felicidade em quem os faz do que naqueles que são beneficiados; afinal, ‘mais bem-aventurada coisa é dar do que receber’).

Por outro lado, dependendo do caso, a raiz do ativismo pode não estar nos múltiplos compromissos pessoais, mas na soberba do indivíduo entender que somente ele próprio é capaz de realizar determinadas tarefas com esmero e que as demais pessoas são inferiores, incapazes. Assim, não raras vezes, o ativista é alguém cheio de si mesmo o qual, por tal razão, despreza o potencial daqueles que estão em volta. Sem dúvida, é muito comum as pessoas ‘se darem bem’ ao superestimarem os outros (estimulam a capacidade alheia e são positivamente surpreendidas), mas raramente aqueles que subestimam seus semelhantes, por estarem ensimesmadas, têm um final feliz. Isso faz lembrar uma frase atribuída a Dwight L. Moody: ‘Deus não despede ninguém vazio, exceto aqueles que estão cheios de si mesmos’.

Uma descrição do ativismo

Jesus mencionou que o estado emocional de Marta era marcado pela ansiedade e fadiga. A verdade é que o ativista não consegue se entender com o tempo… Sempre há pouco tempo para fazer muita coisa. Era o caso de Marta. E, em decorrência, ela estava cansada, exausta.

Há pessoas que querem cumprir suas tarefas e as dos outros, inclusive aquilo que era para Deus fazer! Essas pessoas ficarão sobrecarregadas e cansadas, mas não por causa do fardo de Jesus (Mt 11.28-30).

Interessante que esse é o fim de todos aqueles que querem fazer tudo ao mesmo tempo: olhar impotente quando as coisas começam a dar errado. Marta compreendia bem isso, porque naquele dia tão especial, em que ela recepcionava seu grande amigo Jesus, foi levada a, sem educação, fazer uma cobrança vexatória ao ilustre convidado, dando a entender que o Mestre dos mestres estava atrapalhando os seus projetos caseiros.

Quantas ocasiões desastrosas acontecem por falta de equilíbrio… Parece que Deus deixa, de propósito, os ‘pratos’ e as ‘bolas’ caírem no chão, para que todos os ‘malabaristas desajeitados’ da vida entendam o alcance das seguintes palavras de Jesus: ‘sem mim nada podeis fazer’ (Jo 15.5).

*O subsídio da semana foi extraído de ODILO, Reynaldo. Tempo Para Todas as Coisas:Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 34,35.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.