Viralizou nesta sexta-feira (13) um vídeo mostrando um exemplo desse tipo de situação, desta vez na Escola Estadual de Ensino Médio Otávio de Farias, em Fortaleza. Nele é possível ver claramente um professor de História humilhando e, posteriormente, expulsando da sala um aluno evangélico que seria apoiador do pré-candidato a Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).
Identificado pelo jornal Tribuna do Ceará como Euclides de Agrela, o professor é formado pela Universidade de São Paulo (USP). Em sua conta pessoal no Facebook, desativada após o vídeo se multiplicar pelas redes, ele se identificava como militante do PSOL.
O debate acalorado foi divulgado em dois vídeos curtos. No primeiro, é possível ver claramente a frase “Bolsonaro vai matar 30 mil” escrita no quadro. O professor, fala de modo agressivo com o jovem, que não teve o nome revelado. Contrariado pelo posicionamento do aluno, contrário ao seu, Agrela afirma: “Eu estou falando a verdade. Quem tá mentindo pra você é o policial imbecil ou o pastorzinho vagabundo da sua igreja”.
O segundo vídeo mostra o momento em que o professor expulsa o aluno, com a ordem: “Saia da sala”.
A questão em jogo aqui é mais do que apenas uma preferência política. Indo contra todos os princípios da pedagogia, o adulto tenta impor sobre o adolescente suas ideias e não aceita o contraditório. Ademais, ataca verbalmente o menino, que ele sabe ser evangélico, classificando o pastor como “vagabundo” e, de quebra, chamando o policial de “imbecil”.
É uma violação tanto ao direito de expressão do aluno quanto de sua liberdade religiosa.
O caso lembra outro ocorrido recentemente em Maceió, onde uma aluna de 15 anos denunciou seu professor do curso de Sociologia por fazer ofensas gratuitas aos cristãos em sala de aula, classificando quem segue a doutrina de “otário”.
Sindicato fica ao lado professor
Até o momento, a única posição oficial foi uma nota da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), informando que vai apurar o ocorrido e tomar as devidas providências.
Como era esperado, o Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc) ficou ao lado do professor. Numa nota de solidariedade, argumenta que o vídeo foi editado e “divulgado fora de contexto”.
“Não podemos aceitar ser patrulhados por nossas opiniões e visões políticas! Não podemos ser julgados e condenados a partir de vídeos editados e fora de contexto! Não é assim que se faz educação, não é assim que se constrói conhecimento”, diz o documento. Com informações de Tribuna do Ceará