EBD| Classe Adultos-Lição 4 – A sutileza da normalização do divórcio
Fonte: Portal EBD
INTRODUÇÃO
– O divórcio é, para alguns casos, um remédio, nunca uma solução nem uma atitude que possa ser, de antemão, apreciada pelos cônjuges cristãos.
– A aceitação cada vez mais crescente do divórcio entre os que cristãos se dizem ser é uma cilada satânica que visa a destruição da própria Igreja, que é formada de famílias.
I – O CASAMENTO: UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
– Vivemos num país cuja formação cultural está intimamente relacionada com a Igreja Católica Apostólica Romana, que, inclusive, foi a religião oficial até 15 de novembro de 1889. Uma das maiores influências da Igreja Romana em nossa cultura foi a do dogma da indissolubilidade do casamento, dogma este que está em desacordo com a Bíblia Sagrada e que tanta confusão lançou sobre a compreensão do tema divórcio no meio do povo de Deus.
– Embora tenha sido uma instituição criada pelo próprio Deus, o casamento não é um sacramento, como consideram os católicos, os ortodoxos e até os anglicanos, e, portanto, não é algo que jamais pode ser dissolvido. Jesus indicou situação em que pode haver a dissolução do casamento além da morte, como defendem os teólogos das religiões mencionadas. No tratamento deste assunto, portanto, tem o cristão sincero e verdadeiro de se despir dos dados culturais e tradicionais, passados de geração a geração como verdades absolutas, e se definir única e exclusivamente pelo que ensina a Bíblia Sagrada.
OBS: A doutrina católica se baseia muito na figura dos sacramentos, que seriam ritos instituídos por Cristo ou pela Igreja, como sinais externos ou visíveis de uma graça interna ou espiritual. Assim, são rituais que, em si mesmos, demonstram a ação da graça de Deus e, portanto, são a própria manifestação divina, razão pela qual são indissolúveis, não podem ser desfeitos pela vontade humana. Dentre os sacramentos, os católicos elencam o matrimônio. Assim, a celebração de um casamento, segundo o ritual estabelecido pela Igreja Romana, é a própria manifestação divina que une o homem e a mulher e, portanto, a vontade humana jamais poderia desfazer esta união. É por isso que o católico não aceita o divórcio, que seria o desfazer da união entre homem e mulher pela vontade dos cônjuges. Toda a doutrina dos sacramentos não tem qualquer amparo bíblico, até porque se anula o livre-arbítrio, que Deus jamais anulou. Este, sim, foi dado por Deus ao homem e o que Deus dá é sem arrependimento (Rm.11:29). Se o homem pode rejeitar a salvação, bem maior que o casamento, porque estaria impedido, por um ritual da Igreja, criado por homens, impedido de rejeitar um casamento ?
– A família é uma instituição divina, já que quem a criou foi o próprio Deus, pois, sem a família, o homem não poderia cumprir aquilo que lhe foi exigido pelo Criador, qual seja, o domínio sobre a face da Terra, algo que somente se poderia dar com a reprodução da espécie e a complementaridade entre homem e mulher.
– O casamento, entendido este como a forma pela qual, numa determinada sociedade, um homem e uma mulher demonstram, de forma inequívoca para os demais seres humanos, que “deixaram” seus pais e se “uniram numa só carne”, é a única forma biblicamente correta para a constituição de uma família.
– Dentro deste pensamento, portanto, não podemos deixar de reconhecer que o casamento, tanto quanto a família, é uma instituição divina, ou seja, algo que também foi criado por Deus.
– Aliás, mesmo entre os pagãos, já havia a percepção de que o casamento abrangia algo mais do que um liame puramente material, tanto que o jurista romano Modestino conceituava o casamento, antes mesmo do surgimento de nosso Senhor, como “a união divina e humana entre um homem e uma mulher”. Tanto assim é que é imperioso que o casamento se dê debaixo da direção divina e que fiéis não se casem com infiéis.
OBS: Eis a frase de Modestino no original: “Nuptiae sunt coniunctio maris et feminae et consortium omnis vitae, divini et humani iuris communicatio” (Digesto 23.2.1).
– No entanto, apesar de ter origem divina, apesar de envolver um comprometimento de corpo e de mente, de corpo e de alma, não podemos entender, como fazem os católicos romanos, os ortodoxos e até mesmo os anglicanos, que o casamento seja um “sacramento”, ou seja, uma relação que é estabelecida pela própria ministração da graça divina e que, por isso, como tudo que Deus faz, é imutável, indissolúvel, insuscetível de terminar. Deus precisa estar presente no casamento, o casamento deve ser realizado segundo a Palavra de Deus, mas é, como a família, uma realidade terrena, que não abrange a dimensão celestial, ao contrário
do que ensinam, erroneamente, por exemplo, os mórmons.
– Por causa disso, os laços do casamento, além de não serem eternos e não abrangerem a dimensão celestial, estão submissos ao próprio relacionamento individual de cada cônjuge com Deus, ou seja, o casamento, embora seja a mais íntima união que existe entre um homem e uma mulher sobre a face da Terra, não envolve a vida espiritual de cada cônjuge, ou seja, os laços do casamento são indiferentes no que respeita à relação de cada cônjuge com Deus. Assim, apesar de casados, marido e mulher são individualmente responsáveis diante de Deus, de modo que Deus continua sendo a prioridade na vida de cada cônjuge. Deste modo, ao contrário do que ensinam os católicos romanos e, inadvertidamente, muitos crentes que ainda não se libertaram da tradição e herança cultural católico-romana que impera no nosso país, existe um limite para o casamento, qual seja: a fidelidade a Deus. Por causa disso, o divórcio, em situações extremas e excepcionais, é possível e não pode a origem divina do casamento ser confundida com o dogma católico da indissolubilidade.
– A lei de Moisés, repetindo disposições de outras legislações do seu tempo, previu o divórcio, ainda que, para os juristas, a previsão da lei de Moisés mais propriamente era a do repúdio, ou seja, autorização para que o marido (e só o marido) dispensasse a sua mulher, liberando-a e a si para um novo casamento, algo que ainda existe nos países islâmicos na atualidade.
Lidiane Santos
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