EBD| Classe Jovens -Lição 5 – O caráter da pregação de Paulo
Fonte: Portal EBD
Paulo sabia muito bem que o seu intelecto não era nada diante do poder do evangelho. Enquanto muitos “sábios” e filósofos de sua época confiavam em sua intelectualidade, Paulo prosseguia avançando dependente do poder da mensagem do evangelho da cruz.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
PAULO ERA CAPACITADO E CHAMADO POR DEUS
Antes de tudo, precisamos entender a formação religiosa do apóstolo Paulo. Estamos falando de um judeu e fariseu ensinado e educado religiosamente sob a égide da lei, e que defendia com unhas e dentes os conceitos empregados pelo farisaísmo de sua época. Como o próprio texto bíblico nos afirma, Paulo, em certo momento antes de sua conversão, era tão zeloso em cumprir os preceitos no qual foi educado, que perseguia os cristãos feroz e cruelmente para satisfazer o que acreditava (At 22.20; 20.5-11).
Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a vereda da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos cós sois hoje” (At 22.3)1.
Foi no auge de seu pensamento cruel contra os cristãos que Paulo teve a maior experiência espiritual de sua vida. Quando estava a caminho de Damasco, foi cercado por uma tão grande luz, e ali entendeu que estava do lado errado (At 9). Após a sua conversão, Paulo então entende o seu chamado e comissionamento ministerial.
A rapidez com que Paulo dedicou-se a viajar pelos territórios gentílicos é mais uma indicação de que o Espírito Santo o guiava em direção ao seu chamado, ou seja, o de apóstolo entre os gentios. Ele menciona em suas cartas seu compromisso especial com Deus, para ser um ministro entre os povos (Rm 11.13; Gl 2.8; 1 Tm 2.7)1.
Ainda podemos verificar que Paulo era um homem preparado, pois sua capacidade em debater com os pensadores, religiosos e filósofos da época, com toda a certeza, era um indicador de que o apóstolo foi comissionado para um ministério difícil.
A CONFIANÇA DE PAULO NÃO ESTAVA EM SEU INTELECTO
O conteúdo da pregação de Paulo não foi segundo a última expressão da “sabedoria”
humana, quer no mundo, quer na igreja. Antes, concentrava sua atenção, na verdade central do evangelho (a redenção em Cristo) e no poder do Espírito Santo. Ele tinha plena consciência das suas limitações humanas, da sua insuficiência pessoal e dos seus temores e tremores interiores. Daí, ele não depender de si mesmo, mas da sua mensagem bíblica e do Espírito Santo (1 Co 2.4). Como resultado, houve uma maior demonstração da obra e do poder do Espírito2.
Paulo poderia muito bem chegar confiante aos locais por causa de sua educação e capacidade, contudo, ele entendia muito bem que isso não bastava na pregação do evangelho. A confiança na “sabedoria humana” é pífia ante a grandeza da mensagem do evangelho da cruz, pois enquanto o intelecto humano que perece chama de loucura, nós entendemos que é o verdadeiro poder de Deus para a salvação (1 Co 1.18).
Aquele que confia inteiramente em seu intelecto para a exposição da mensagem do evangelho, está enganado ao pensar que será o suficiente para alcançar verdadeiramente as vidas que necessitam da salvação. Estudar é preciso, contudo, não é o suficiente para a exposição do evangelho. Todo pregador do evangelho deve depender do poder de Deus para expressar a mensagem que transforma vidas.
Como demonstração do poder do Espírito Santo (1 Co 1.18,24), a pregação de Paulo incluía: a ação do Espírito Santo, que convence as pessoas do pecado, da justiça e do juízo, e o testemunho que Ele dá do poder salvífico do Cristo ressurreto; o poder de transformar vidas (1 Co 1.26,27); o poder de levar a efeito a santidade do crente (1 Co 5.3-5); e o poder de Deus manifesto por sinais e maravilhas (At 2.29-33; 4.29,30; 5.12; 14.3; 2 Co 12.12)2.
TUDO QUE PRECISAMOS PARA RECEBERMOS A SALVAÇÃO
A mensagem da cruz é o poder de Deus para a salvação da humanidade, quem a chama de loucura, certamente acredita que a sua limitada capacidade poderá conseguir uma solução para o seu destino final de morte eterna. Contudo, nós entendemos muito bem o que o poder da mensagem do evangelho fez conosco. Hoje sabemos muito bem que fomos salvos da ira do pecado pelo poder transformador da mensagem da cruz.
Nós entendemos muito bem isso quando recebemos o Espírito Santo que nos traz a iluminação da verdade. Somente o Espírito, que provém de Deus, pode nos revelar e ensinar as coisas provenientes do Pai.
A compreensão que o Espírito dá inclui entender a salvação e os dons sobre os quais Paulo fala. Seu argumento não era apresentado com métodos de sabedoria humana e tampouco tentou orientar-se para o espiritual. Ele apresentou o que o Espírito Santo ensina, incluindo o que o Espírito Santo pôs em relevo, proveniente do Antigo Testamento e dos ensinos de Jesus. Ele proclamou-lhes não com as palavras que a sabedoria humana usa para ensinar, mas com as palavras do Espírito, explicando “verdades espirituais em palavras
espirituais”. Nosso vocabulário advém da experiência comum. As pessoas que não experimentaram o Espírito podem tomar emprestado as “palavras espirituais” da Bíblia, mas não podem usá-las com o seu verdadeiro significado porque elas não têm entendimento das coisas espirituais3.
Hoje entendemos muito bem que tudo aquilo que conhecemos sobre Deus provém do Espírito Santo. Nossa mente está renovada por meio de Sua obra poderosa, de modo que não confiamos em nossa capacidade, mas sim, na mensagem que Ele nos revela todos os dias que lemos e meditamos na Palavra de Deus.
Em contraste com aquele que não tem o Espírito e nem a capacidade para avaliar as verdades do Espírito, a pessoa espiritual, a que tem o Espírito e cujo pensamento é guiado por Ele, pode discernir, examinar, avaliar, entender e fazer julgamentos sobre todas “as” coisas […] Quando nós, pelo Espírito Santo, vemos estas coisas sob a perspectiva adequada, tudo o mais é iluminado e passamos a olhar sob uma luz diferente daquela através da qual os sábios olham o mundo3.
Esperando Jesus voltar hoje! Dc. Antonio Vitor de Lima Borba
Referências:
1 – GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005. 2 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
3 – HORTON, Stanley M. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Lidiane Santos
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