EBD | Classe Jovem – Lição 12 – A impiedade decorrente dos falsos ensinos

Fonte: Escola EBD

TEXTO DO DIA

 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.” (Rm 1.18)


SÍNTESE 

Os ensinos dos falsos mestres conduzem os homens à impiedade e à apostasia, mas a Lei do Senhor nos ensina a viver neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa.


AGENDA DE LEITURA 

SEGUNDA – Pv 12.3 O homem não se estabelecerá pela impiedade 

TERÇA – Ez 33.19 Converta-se o ímpio da sua impiedade 

QUARTA – Jd 10 Animais que se corrompem 

QUINTA – 1 Tm 4.1 Apostasia nos últimos dias 

SEXTA – Hb 6.4-6 Impossibilidade de arrependimento 

SÁBADO – Sl 1.1,2 Não andando segundo o conselho dos ímpios 


OBJETIVOS 

• EXPLICAR sobre o ímpio e suas depravações; 

• CONHECER os comportamentos decorrentes dos falsos ensino; 

• CONSCIENTIZAR sobre o perigo da apostasia. 


INTERAÇÃO 

Nesta seção da sua Segunda Carta, o apóstolo Pedro apresenta um retrato do homem ímpio, moldado pelos ensinos heréticos dos falsos mestres. Na medida em que analisamos estas características, percebemos os perigos que as heresias representam não somente para a Igreja, mas para o indivíduo e para a sociedade em geral. Isso porque, os falsos ensinos estabelecem um padrão de vida contrário ao plano de Deus e validam comportamentos imorais. Eles corrompem a boa doutrina, mas também a ética. A distorção da verdade faz com que o homem sem Deus se preocupe somente consigo mesmo, ande segundo as suas paixões, seja atrevido e desumano. Ele é audacioso, apóstata, libertino e comparável a um animal. Por tudo isso, o salmista aconselha o jovem cristão a não seguir os conselhos dos ímpios, mas se deleitar e meditar na lei do Senhor (Sl 1). 


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Prezado(a) professor(a), esteja atento à vida espiritual de seus alunos. Lembre-se que o professor é aquele que está disposto a incentivar e a acompanhar o crescimento espiritual de seus educandos. A verdadeira Educação Cristã não se caracteriza pela simples transmissão de conhecimentos e informações, mas de um relacionamento de confiança e amor. Nesta lição, falaremos sobre os resultados nefastos produzidos pela falsos ensinos. Assim, destaque a importância do ensino que estimula a conduta ética e virtuosa, que produz crentes que dão bom testemunho do Evangelho.


TEXTO BÍBLICO

2 Pedro 2.9-19 

9 Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados, 

10 mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia e desprezam as dominações. Atrevidos, obstinados, não receiam blasfemar das autoridades; 

11 enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. 

12 Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, 

13 recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; 

14 tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; 

15 os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. 

16 Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. 

17 Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva; 

18 porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, 

19 prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.


INTRODUÇÃO 

Após falar sobre os falsos mestres e sobre o juízo que viria sobre eles, Pedro prossegue descrevendo o perfil daqueles que estão destinados ao juízo divino. Embora o apóstolo ainda tenha em mente os impostores da fé, a sua denúncia descreve de maneira enérgica o retrato do homem ímpio e sua apostasia. Como veremos, a rejeição a Deus e aos princípios éticos contidos em sua Palavra conduz o homem para um estilo de vida degradante e altamente nocivo para ele e para toda a sociedade


I – OS ÍMPIOS E SUAS DEPRAVAÇÕES 

    1. Andam em concupiscência. Primeiramente, o homem ímpio é dominado por seus desejos carnais. Ao dizer que eles andam em concupiscências de imundícia (ARC), ou segundo imundas paixões (ARA), Pedro deixa transparecer que não se trata de uma falha moral isolada, mas uma prática contínua e deliberada. Nesta condição, a pessoa se entrega a uma vida sexual desregrada, apresentando o seu corpo como instrumento de iniquidade (Rm 6.13). As duras palavras proferidas por Pedro e por Judas evidenciam que naquele contexto, os falsos mestres estavam incentivando a promiscuidade e as práticas sexuais pervertidas, dizendo se tratar de rituais sagrados. Ainda hoje esse tipo de comportamento é defendido por vários tipos de filosofias, porém, com roupagens modernas. A ideologia de gênero, por exemplo, tenta a todo custo desconstruir o padrão natural da sexualidade dada por Deus. Até mesmo em alguns círculos ditos cristãos surgem defensores de uma vida sexual que contraria o padrão da santidade sexual segundo as Escrituras, a ponto de reconhecerem a homossexualidade. Todavia o cristão defende que, à luz da Bíblia, o homossexualismo é algo imoral e pecaminoso (Rm 1.26-32), razão pela qual não podemos chamar o mal de bem (Is 5.20; 1 Co 6.10,11). 

     2. Menosprezam as autoridades. Enquanto os crentes são ensinados a serem obedientes e respeitosos com os ocupantes do poder governamental, familiar ou eclesiástico, os ímpios são insubordinados e rebeldes, agindo com desprezo às dominações. É possível que Pedro esteja se referindo, no verso 12, ao desprezo dos ímpios aos líderes da igreja ou até mesmo aos poderes angelicais do mundo espiritual. Em todo o caso, essa atitude expressa uma insubmissão típica de uma rebelião moral do homem em face das autoridades estabelecidas por Deus. 

     3. São atrevidos e difamadores. O apóstolo prossegue dizendo que eles são atrevidos, obstinados e não receiam blasfemar das autoridades. O homem ímpio, dominado pelo pecado, é petulante, prepotente e orgulhoso. Acredita ser melhor que os outros, e quer em tudo levar vantagem, esse tipo de comportamento nada tem de cristão. Além disso, gosta de falar mal não somente das autoridades superiores, como diz o texto, mas de tudo e de todos. Aqueles que imaginam que a fofoca e os boatos são vícios morais de menor gravidade devem atentar para as várias recomendações bíblicas sobre a maledicência e o domínio da língua (2 Tm 2.16,17; Cl 3.8). 

II – COMPORTAMENTOS DECORRENTES DOS FALSOS ENSINOS 

     1. Irracionalidade animal. Pedro compara os ímpios a animais irracionais (v.12). O homem não é obra do acaso, resultado da evolução das espécies. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 2.16). Todavia, aquele que se torna escravo de seus instintos naturais, em total desprezo à consciência moral e à voz do Espírito de Deus, assemelha-se a uma fera que vive pelos impulsos animalescos. Não é sem razão que o homem sem Deus aceita de bom grado e sem questionar a teoria evolucionista. Afinal, ela fornece uma justificativa para aqueles que querem viver sem nenhum tipo de julgamento moral. Se Deus não existe, tudo é moralmente permitido. Por causa disso, a destruição deles é inevitável, pois receberão o galardão da injustiça.

    2. Hedonismo. Tamanha era a devassidão que os homens se entregavam à luxúria carnal em pleno dia (v.13 – ARA). Escravo do pecado, o homem busca prazer no sexo, nas bebidas, nas drogas e nas baladas. Pedro diz que eles têm “olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza”. Em resumo, o hedonista está sempre cobiçando, e o seu apetite pelo pecado nunca é satisfeito. Isso é típico do hedonismo, uma forma de vida que busca o prazer a todo custo. Para o hedonista, as coisas mais importantes na vida são a conquista do prazer e a fuga ao sofrimento. 

     3. Apostasia e sincretismo religioso. Como exemplo do desvio do caminho da verdade, Pedro traz à memória o profeta Balaão, o controverso mensageiro do Antigo Testamento (Nm 22-26). Apesar de ter aparentemente resistido à proposta de Balaque, de amaldiçoar Israel, seu coração ambicionava a recompensa prometida pelo rei moabita. Atribui-se a ele o fato de os israelitas terem sido seduzidos a adorar Baal e levados a se prostituírem com as mulheres pagãs (Nm 25; Jd 11; Ap 2.14). Tornou-se, assim, um péssimo exemplo de apostasia e sincretismo religioso, que tenta misturar a fé cristã com outras religiões. A tentativa de conciliar diferentes dogmas religiosos é uma marca da presente era, sob o falso argumento de que as várias religiões do mundo são nada mais que aspectos diferentes de uma mesma divindade. Esse argumento tem tirado muitos cristãos do caminho da verdade. 


III – O PERIGO DA APOSTASIA 

    1. A possibilidade da queda. Agora, o autor sagrado adverte sobre o perigo de se abandonar a verdade. A partir da leitura do verso 20 aprendemos que aquele que conheceu ao Senhor Jesus Cristo pode perder a salvação, caso seja vencido pela contaminação do mundo. A salvação somente é garantida àquele que se mantém fiel ao Senhor. Por isso, não há qualquer base bíblica para afirmação que diz “uma vez salvo, salvo para sempre”. O apóstolo ensina que o estado final daquele que conheceu a verdade e a abandonou será pior que antes. 

      2. O perigo da apostasia. Ao dizer que “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo- -o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado”, o apóstolo não está incentivando algum tipo de ignorância. A sua intenção é advertir para os perigos da apostasia. Este termo, proveniente do grego apostásis, significa o abandono consciente e premeditado da fé que nos foi revelada por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tm 4.1). É preciso esclarecer que a apostasia da qual Pedro está a tratar não se confunde com o desvio da fé, passível de retorno aos braços do Pai por meio do genuíno arrependimento (2 Co 12.21; Rm 11.21-23; Tg 5.19). Existem dois tipos de apostasia: a teológica e a moral. A primeira ocorre quando a pessoa nega e se afasta completamente da verdade de Deus. Na segunda, quando revela comportamentos contrários à santidade requerida em sua Palavra (Hb 6.4; 1 Pe 1.15,16). Os falsos ensinamentos podem conduzir a esses dois tipos de apostasia, pois nega o Senhor e conduz a uma vida ímpia e imoral. Por outro lado, a graça e o ensino da Lei do Senhor nos ensina a renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas, vivendo neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2.11,12).


SUBSÍDIO 1

“A Apostasia Pessoal (Hb 3.12)

A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2 Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido por ‘apartar’). O termo grego é definido como ‘decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado’. 1. Significado de apostasia. Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13). 2. Advertência bíblica. A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivara perseverar na fé e na obediência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1903).


SUBSÍDIO 2

“Pedro menciona aqueles que ‘depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: ‘O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama’ (2 Pe 2.20-22). João diz que a vida eterna não é possessão do crente, independentemente de ele ter a Cristo (1 Jo 5.11,12). O Pai ‘deu também ao Filho ter a vida eterna em si mesmo’ no mesmo sentido em que o Pai tem vida por seu próprio direito e natureza (Jo 5.26). A nós não foi concedido esse direito. A vida eterna é a vida de Cristo em nós, e nós a possuímos somente à medida em que estamos em ‘Cristo’. Os calvinistas, dizendo que essas advertências são essencialmente hipotéticas para os crentes verdadeiros, empregam várias ilustrações. Erickson refere-se a pais que temem que seus filhos saiam correndo para a rua e sejam atropelados por um automóvel. Eles têm duas opções: construir um muro alto que impossibilite a saída de dentro do quintal; ou podem advertir a criança contra o perigo de sair correndo para a rua” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996)

 

CONCLUSÃO 

O estudo da presente lição nos mostrou quão perigosos são os ensinos dos falsos mestres, pois conduzem a comportamentos que prejudicam o indivíduo e toda a sociedade, por meio de uma mentalidade ímpia e completamente contrária ao propósito de Deus para o ser humano. 

ESTANTE DO PROFESSOR 

DANIEL, Silas. Arminianismo: A Mecânica da Salvação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.

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