EBD | Classe Adulto – Lição 5 – A Pia de Bronze: Lugar de Purificação

Fonte: Portal da Escola Dominical

2º Trimestre de 2019

ESBOÇO
I – A PIA DE BRONZE  ̶  A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE (ÊX 30.18-21)
II – A PIA DE BRONZE – LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA
III – DOIS ASPECTOS DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES 

A PIA DE BRONZE – A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE (Êx 30.17-21)

Elienai Cabral

Independentemente do “Dia da Expiação”, quando era imolado apenas um cordeiro pelo pecado do povo, e o sumo sacerdote ministrava com o sangue da expiação na presença de Deus no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo, as pessoas podiam, uma por uma, entrar no grande pátio do Tabernáculo pela manhã e à tarde acompanhando o sacerdote, primeiramente no altar de sacrifícios. Depois, o sacerdote lavava-se na Pia de Bronze, que tinha uma água limpíssima, e lavava as mãos e os pés antes de adentrar no Santuário.

A Pia de Bronze Ficava no Pátio entre o Altar de Sacrifícios e o Tabernáculo

Para que os sacerdotes pudessem ministrar tanto no Pátio quanto no Lugar Santo, independentemente do serviço do sumo sacerdote que ministrava no Lugar Santíssimo, eles precisavam fazer as abluções necessárias. O recipiente para conter água, identificado como uma bacia ou pia lavatório, servia como lavabo e recebia água limpíssima, e alguns comentadores bíblicos dizem que eram águas trazidas da rocha de Horebe, ainda que não há nada no texto bíblico que se possa comprovar isso. O importante é que as águas eram limpíssimas, e os sacerdotes, depois de ministrarem no Altar de Sacrifícios e sujarem as mãos e os pés com as vísceras e outros órgãos rejeitados para os sacrifícios, deviam lavar-se com aquelas águas (ver Êx 30.17-21). Os sacerdotes não podiam banhar-se dentro da bacia, mas deviam tirar as águas do interior da bacia para lavarem-se. Depois de lavados, os sacerdotes mudavam suas roupas e, devidamente limpos, podiam entrar no Tabernáculo para ministrarem perante o Senhor no Lugar Santo. A parte interna da pia (ou bacia) tinha que brilhar e refletir como “o espelho das mulheres” para revelar, na exposição ao sol, toda a sujeira da lavagem. A Bíblia diz que a “palavra de Deus” é como “espelho”. Paulo escreveu: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (ver 2 Co 3.18).

Nosso pecado foi expiado por Cristo no altar de sacrifícios, a cruz do Calvário. Porém, a limpeza das sujeiras do pós-sacrifício implica, tipologicamente, na limpeza da imolação, do sangue e das vísceras, a qual tinha de ser feita pelos sacerdotes antes de entrarem no Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (ver Sl 24.3,4; Is 52.11; Jo 13.8; 1 Co 6.11). Ora, todos sabemos que, no dia a dia, às vezes ficamos manchados e sujos com as sujeiras de ações carnais (ver 1 Jo 1.8,10), mas temos o recurso purificador e santificador da Palavra de Deus, prefigurada pela água da Pia de Bronze. O sangue de Jesus, mediante nossa aceitação dEle como Expiador, quita a culpa (ver Rm 3.24,25; Ef 1.7), mas todos sabemos que a nossa natureza pecaminosa (“o velho homem”, Ef 4.22) ainda produz o pecado e expõe-nos constantemente às tentações que nos rodeia e assedia (ver Hb 12.1). A Palavra de Deus, porém, é o espelho que mostra quem somos e as obras que praticamos para que nos purifiquemos com a ajuda do Espírito Santo. A Palavra de Deus, portanto, revela nossas impurezas e, por isso, precisamos ver com cara descoberta quem somos.

A Bacia Era de Bronze Polido (Cobre), e o seu Interior Era como o Espelho das Mulheres (Êx 38.8)

Com a água limpíssima e exposta à luz do sol, toda e qualquer sujeira era revelada no interior daquela bacia. A obra regeneradora do Espírito Santo torna-nos limpos e lavados. Ninguém entrará na presença de Deus no seu santuário com as marcas das sujeiras do pecado (ver 2 Co 5.16,17). Paulo falou aos efésios da obra santificadora e purificadora por meio da “lavagem da água, pela palavra” (Ef 5.26). O interior da bacia como “o espelho das mulheres” sugere uma tipologia especial. Ora, quando os sacerdotes lavavam-se com aquela água, as sujeiras revelavam o estado daquelas pessoas. Assim, também, é o poder extraordinário da Palavra de Deus em revelar a verdade de cada um de nós. Todas as sujeiras morais e espirituais são reveladas nesta “bacia”. Por isso, ninguém deve tentar chegar com as sujeiras da sua vida, mas deve lavar-se pela “lavagem com água” da Palavra de Deus. Aquele receptáculo construído com metal polido podia refletir o rosto das pessoas e, por isso, no exercício do ministério sacerdotal, cada sacerdote precisava conhecer e perceber o estado de sua limpeza para poder ministrar na presença de Deus.

A Pia de Bronze Tinha um Caráter de Juízo sobre a Vida do Crente

No Altar de sacrifícios, o juízo era aplicado sobre o pecador com a oferta do sacrifício, com a qual ele tinha remissão dos pecados. A redenção do pecador aponta para Cristo, que ocuparia nosso lugar como substituto. Ele assumiu sobre si o juízo que merecíamos e assim o fez pela sua morte vicária (ver 2 Co 5.21; Gl 1.4). Porém, as águas da pia tinham como finalidade lavar aquele que já passou pelo Altar de Sacrifícios, e agora, “as águas” que simbolizam a Palavra de Deus tem o poder de limpar e disciplinar nossas obras para uma vida cristã santa e purificada (ver 1 Co 3.13-15; 5.3-5; 11.31,32; 2 Co 5.10). Mesmo que nossos pecados tenham sido expiados (ver Hb 10.17), tudo quanto fazemos no nosso dia a dia precisa passar pela limpeza para que, quando chegar o juízo para recompensa, sejamos julgados pelas nossas obras.

Texto extraído da obra “O TABÉRNÁCULO”, editada pela CPAD.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.

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