EBD| Maria, mãe de Jesus – Uma Serva Humilde

Fonte: CPAD

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – MARIA, A MÃE DE JESUS
II – A ELEVADA MISSÃO DE MARIA
III – O SEU PAPEL NO PLANO DA SALVAÇÃO
CONCLUSÃO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I – Analisar o perfil de Maria, mãe de Jesus;
II – Explicar a elevada missão de Maria;
III – Apontar o papel de Maria no plano da salvação.

PONTO CENTRAL

Maria, a mãe de Jesus, é um exemplo de caráter humilde e submisso.

Prezado(a) professor(a),

A lição desta semana apresenta Maria, a humilde serva do Senhor que apesar de ser tão jovem não recuou perante o desafio de ser a mãe do Filho de Deus. Maria é detalhada nas Escrituras Sagradas como um exemplo de humildade e submissão à vontade de Deus. Mesmo sabendo que teria de enfrentar o preconceito da sociedade (Maria era virgem no momento em que foi gerado em seu ventre o Messias) e o rigor da religiosidade judaica, ela decidiu obedecer ao chamado de Deus. Infelizmente alguns grupos religiosos distorcem a verdade bíblica a respeito de Maria e convencem as mentes incautas a praticar a reverência à Maria com ações e sacrifícios que afastam ainda mais o homem da presença de Deus.

Em sua fé, Maria era uma serva irrepreensível, e em seu caráter, um exemplo moral de pureza e santidade. Apesar de saber que o seu nome seria lembrado pelas próximas gerações, a jovem donzela não se ensoberbeceu pelo fato de gerar o Filho de Deus, mas agradeceu humildemente o privilégio de fazer parte do plano divino para salvar a humanidade da condenação eterna causada pelo pecado.

Embora saibamos por intermédio dos relatos bíblicos que em nenhum momento Maria reivindicou para si o título de “Mãe do Filho de Deus”, alguns grupos religiosos tentam, por vários anos, apresentar a imagem de Maria como a salvadora e protetora da humanidade. Tais afirmações não possuem fundamento bíblico e são facilmente contestados. Em Atos dos Apóstolos encontramos umas das declarações mais convincentes de que a salvação só pode ser alcançada por intermédio de Cristo: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Nesta verdade estão incluídos Maria e todos os discípulos de Cristo. A Palavra de Deus é clara: “em nenhum outro há salvação”, e Maria compreendia esta verdade. Mas o que significa o termo “Maria, mãe de Deus”?

“Mãe de Deus. O que querem os teólogos romanistas com esse termo? O termo ‘mãe de Deus’ foi usado em razão das controvérsias cristológicas da época para dar ênfase à divindade de Jesus. A Bíblia esclarece ser Maria mãe do Jesus homem, e nunca mãe de Deus (At 1.14).

A palavra usada para ‘mãe de Deus’ é theotokos, etimologicamente, significa ‘portadora de Deus’. O termo vem de dois vocábulos gregos: θεός (theos), ‘Deus’ e τόκος (tokos), ‘portador, que dá à luz, parturiente’. O termo foi usado no Concílio de Antioquia, em 325, com o sentido de ‘uma que deu à luz a Deus’, com propósito cristológico e não mariológico, pois pretendia-se enfatizar a realidade da encarnação do Verbo e a sua deidade absoluta, em oposição a Ário.

Aos poucos, o termo foi se tornando qualificativo de Maria, de modo que Nestório, patriarca de Constantinopla, num sermão em 429, apresentou seu protesto contra o uso do termo. Justificou que o correto seria chamá-la Christotokos, ‘portadora de Cristo’, pois ela era simplesmente uma mulher, e uma mulher não pode dar à luz a Deus, exortou seus ouvintes para não converter a Virgem em deusa.

[…] Isso significa que o Ser Eterno não tem começo. Como pode Deus ter mãe? Há contra-senso teológico nessa declaração. A mãe é antes do filho, isso pressupõe a divindade de Maria, que seria antes de Deus, mas ele existe por si mesmo: ‘Eu Sou o que Sou’ (Êx 3.14). Seus opositores, contudo, interpretaram o sermão da seguinte maneira: Maria não é mãe de Deus, logo Jesus não é Deus, com isso concluíram que Nestório não cria que Deus e Cristo eram um.

O concílio regional, em Roma, em 430, havia condenado o patriarca por sua crítica ao termo theotokos. Nestório era o opositor da doutrina de Ário e queria oportunidade para defender-se. Assim, os co-imperadores Teodódio II e Valentiniano convocaram o Concílio de Éfeso, realizado em 431. Segundo historiadores, muito longe de ser cristã e espiritual, a reunião estava dominada por fortes rivalidades políticas e eclesiásticas. Consideram, ainda, o Concílio de Éfeso como uma das contendas mais repugnantes da história da igreja. Antes mesmo da chegada de Nestório a Éfeso seus opositores acusaram-no de dividir Cristo em duas pessoas, pois entendiam seu ensino como se as duas naturezas de Cristo, humana e divina, fossem duas pessoas. Acusação, que até hoje, nunca pode ser provada.

O Concílio de Éfeso, por imposição de Cirilo de Alenxandria e mediante suborno, manteve o termo theotokos, mas como termo que expressa a doutrina das duas naturezas de Cristo e não com uma prerrogativa de Maria, e considerou Nestório apóstata e herege. O Concílio da Calcedônia, vinte anos mais tarde, em 451, declarou o título ‘Mãe de Deus’ como dogma da igreja, mas, o conceito de theotokos, estabelecido pelo Concílio de Éfeso, foi distorcido pela Igreja católica, pois passou de cristológico para mariológico, vindo a ser o fundamento da mariolatria.” (SOARES, Ezequias. Heresias e Modismos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 225,226).

Considere as implicações apresentadas referente à mariolatria e converse com seus alunos a respeito do assunto. Aproveite para tirar as possíveis dúvidas que seus alunos ainda tenham a respeito de Maria, como por exemplo: Maria deve receber algum tipo de reverência? Que importância Maria teve no ministério de Jesus? Abra espaço para outras perguntas. Deixe bem claro que, apesar de ser santa e obediente, Maria era também um ser humano comum que cometia falhas e carecia da salvação.

Thiago Santos
Educação Cristã.

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.