EBD | Classe Jovem – Lição 12 – Um Líder Formado no Deserto

Fonte: Portal da Escola Dominical

1º Trimestre de 2019

Introdução
I-Um Jovem Valoroso
II-“Põe Tua Mão Sobre Ele”
III-Josué é Fortalecido
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar que a formação de Josué se deu no deserto, ao lado de Moisés;
Considerar o fato de que Josué foi escolhido pelo Senhor;
Compreender que Josué foi fortalecido por Moisés e por Deus.

Palavras-chave: Peregrinação no deserto.

 

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, foram lançados alguns raios de luz sobre a longa biografia de Moisés, o maior líder do povo hebreu de todos os tempos. Agora, analisaremos a trajetória do seu “número 2” — Josué, conhecido por alguns teólogos como o “Jesus do Antigo Testamento”. Ele soube glorificar a Deus com sua função subalterna, sendo chamado de “servidor de Moisés”.

Na verdade, para pessoas vocacionadas por Deus, como Josué, as glórias pessoais (títulos, honrarias, posições, elogios) não são fundamentais, mas apenas servem para o louvor do Senhor. Estar na posição “número dois”, “três” ou “quatro” constitui-se em mero detalhe. O importante é ter a aprovação dos céus, até porque ser o maioral, como Moisés, nem sempre é a melhor coisa, haja vista que o chefe sempre fica com a maior responsabilidade. As expectativas, as cobranças pelos resultados, as críticas, geralmente, recaem prioritariamente sobre ele, sufocando-o. Já o “número dois”, como Josué, por outro lado, tem menos estresse, as cobranças são brandas, as expectativas são menores, as críticas menos ácidas. Ele está mais livre para agir. É menos fiscalizado. Ser “número dois”, portanto, é uma bênção de Deus, e Josué o sabia muito bem.

Na Bíblia, encontramos muitas pessoas como Josué que foram levantadas para servir em posições de menor destaque. Elas eram, para Deus, porém, heróis da fé. Aparecem nessa lista: Eliseu, que era o “número dois” de Elias; Misael, Ananias e Azarias, que eram o “número dois” de Daniel; Silas, que era o “número dois” de Paulo; dentre outros. Ora, por que fazer questão em ser o cabeça se o subordinado, utilizando menos energia, pode ter os mesmos resultados, ou até mais, que o superior hierárquico? Observe-se que alguns indivíduos que estavam perto do poder central da liderança mosaica, como Miriã, Arão, Coré, Datã e Abirão, tencionaram assumir a posição “número 1” e, por isso, foram severamente repreendidos pelo Senhor; desses, os que não se arrependeram morreram miseravelmente.

Josué, todavia, como bom soldado, soube reconhecer seu lugar e, no tempo oportuno, o Altíssimo fez sua apresentação diante de todos, a fim de que assumisse o comando. Sempre acontece assim: quanto mais submisso o obreiro, mais honra o Eterno lhe confere.Josué, porém, não “surgiu” da mesma forma que, segundo a versão de Arão, foi criado o bezerro de ouro: “[…] e lancei [o ouro] no fogo, e saiu este bezerro” (Êx 32.24). No quesito “formação de liderança”, nada acontece por acaso, abruptamente, pois o discípulo precisa passar por um longo e penoso processo de qualificação, tendo que ser aprovado, inevitavelmente, na “disciplina do deserto”, uma das mais importantes na preparação daqueles que querem ser usados na seara do Senhor. Por ela passaram, com louvor, os grandes vultos da história bíblica: Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, Jesus, dentre muitos outros. O deserto prova a fé, expõe os limites, delineia a confiança, quebra o orgulho, promove a obediência, experimenta as forças e demonstra o caráter. Assim, seja por muito ou pouco tempo, o deserto sempre fará parte da história de todos os grandes líderes do povo de Deus.

Flávio Josefo comenta que Josué era um homem muito qualificado, sensato, valente, eloquente e trabalhador incansável, o qual aprendeu, com Moisés, a ter amor às coisas de Deus, fato que o destacava dos demais.1  É sobre esse memorável servo de Deus que o presente capítulo se debruçará, analisando sua formação ministerial no deserto.

I – NELE HÁ O ESPÍRITO

Na perícope de Números 27.18-23, Deus diz coisas singulares, muito especiais, acerca de Josué. Moisés, decerto, já o conhecia bem, mas nesse instante Deus chancelou a grande vocação do comandante das tropas de Israel. A oposição que se levantou no tempo do deserto atacou ferozmente a Moisés e, nesse período, sem dúvida, Josué estava sendo também provado e, paulatinamente, moldado pelo Senhor.

No fim, portanto, de quarenta anos de caminhada, em que grandes e inimagináveis dificuldades se somaram, o capitão Josué permaneceu inabalável fiel a Deus, confiável naquilo que realizava, pois gostava de estar com o Senhor, além de extremamente submisso a Moisés. Deus sintetiza tudo isso numa frase: “Nele há o Espírito” (Hb. ruwach que também significa vento, hálito, mente). Ou seja, Deus estava dizendo, mais ou menos assim: Josué vive, pensa e age comigo e em mim; Eu estou nele. Que extraordinária e gloriosa constatação!

O Israel daquele tempo era como um povo de coração duro e, por isso, sua capacidade de compreender as coisas de Deus era bastante reduzida. O Senhor Jesus explicou como funciona esse mecanismo na humanidade da seguinte forma: “Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos” (Mt 13.15). Assim, como a mente indisposta para se abrir às mensagens do céu, as portas do entendimento espiritual (olhos e ouvidos) perdem a sensibilidade, e aquilo que se descortina diante deles (sejam milagres, sejam pregações, ou mesmo algum fato da vida, como uma bênção ou um castigo divino, por exemplo) soam como acontecimentos naturais, normais, humanos… Todavia, Josué era diferente: ele não possuía um coração endurecido, mas tinha o Espírito, que são características absolutamente antagônicas, inconciliáveis. As duas situações não coexistem. Ter o Espírito significa trafegar noutra dimensão, enxergar com os olhos de Deus e ouvir na frequência do céu. E isso fazia toda a diferença. Bom lembrar, alfim, porém, que Deus somente afirmou isso após a morte de Arão e Miriã, no final da jornada, depois da prova do deserto — lugar de sua formação.

1) Um Homem de Confiança 

Josué, desde muito cedo, era um homem que inspirava confiança. Ele era diferenciado não por seus conhecimentos de estratégia militar (alguns comentaristas defendem a hipótese de Josué ter se submetido a treinamento bélico ainda no Egito, razão pela qual assumiu o posto de general das tropas de Israel),2  mas porque ele tinha o Espírito. Ele aparece pela primeira vez no registro escriturístico em Êxodo 17.9, por ocasião de uma guerra contra os amalequitas, oportunidade em que Moisés já o comissionou não só para conduzir, mas também para formar o exército.

O caráter confiável, como um santo homem de Deus, foi um dos fatores para a escolha. Confiança e fidelidade apresentam-se como características indispensáveis a qualquer líder vocacionado. Paulo disse que Deus o teve por fiel e, por isso, colocou-o no ministério (1 Tm 1.12).

2) Um Homem de Oração 

Êxodo 24.13 mostra que Josué era comprometido com a oração, não só porque precisava estar perto de Moisés, mas porque tinha o Espírito e, por isso, precisava buscar a Deus. Como se sabe, o sumo sacerdote tinha a obrigação de entrar diante do Senhor uma vez por ano (Hb 9.7), mas Moisés, diferentemente, “entrava no Lugar Santíssimo constantemente…”,3  e Josué sempre estava por perto (Êx 33.11).

Todo líder cristão precisa ser uma pessoa que ama a oração. Doutra sorte, suas estratégias ministeriais serão humanas e a obra de Deus sofrerá.

3) Um Homem Submisso 

Moisés escreveu, em Êxodo 24.13; 33.12 e Números 11.28, que Josué era seu servidor (Hb. sharath) que significa estar a serviço, ou à disposição de alguém, sendo-lhe submisso, título que não envergonhava a Josué, antes pelo contrário; tanto é assim que, ao escrever seu livro (Js 1.1), depois da morte de Moisés, Josué fez questão de se apresentar como “servidor de Moisés”, não como líder supremo do povo, general ou coisa parecida. Mister registrar, todavia, que após sua morte foram escritos os últimos cinco versículos de seu livro, onde, por inspiração do Espírito, constou que Josué, filho de Num, era “servo do Senhor” (Js 24.29) e não “servidor de Moisés”, expressão repetida em Juízes 2.8. Deus, com aquela singela mudança gramatical nas Escrituras, estava dando testemunho de que a vida de Josué era-lhe agradável a tal ponto que ele podia ser chamado de “servo” (Hb. ebed — escravo, súdito, adorador) do Senhor, título dado a pouquíssimos homens na Bíblia [e.g.: Moisés (Dt 34.5; Js 1.1; 2 Rs 18.12; 2 Cr 1.3) e Jó — (Jó 1.8; 2.3)].

Josué sempre foi submisso a Moisés, estando com ele nas guerras (Êx 17.9), nos momentos de perplexidade (Nm 11.28), nos desafios (Nm 13.16), nos cultos (Êx 24.13; 33.11; Dt 32.44). Ele estava crescendo e se desenvolvendo paulatinamente (Tt 2.6), aprendendo a ser como o seu pastor, para, sobretudo, amar a um povo de dura cerviz, tornando-se alguém com uma “desconsideração altruísta de seus próprios interesses pessoais. Ele nunca deixou de demonstrar uma profunda preocupação pelos interesses daqueles a quem liderava”.4

O líder bem formado deve ser um profundo conhecedor da Bíblia, mas somente após enfrentar, com submissão, ao lado do seu pastor, as agruras do deserto, estará apto para assumir posições estratégicas no Reino. A submissão genuína o fará voar alto, como aconteceu com Josué!

II – PÕE TUA MÃO SOBRE ELE

O ato de impor a mão sobre alguém, nas Escrituras, possui significado bastante expressivo. Jesus abençoava as crianças, impondo-lhes as mãos (Mc 10.16); o Senhor também disse que seus seguidores colocariam as mãos sobre os enfermos e eles sarariam (Mc 16.18). Em Samaria, Pedro e João (At 8.17), e em Éfeso, Paulo (At 19.6), quando impunham as mãos, pessoas eram batizadas com o Espírito Santo. O apóstolo dos gentios relembrou a Timóteo o dom que ele recebeu por imposição das mãos dos presbíteros (1 Tm 4.14).

Da mesma forma Deus, ao querer indicar Josué como sucessor, determinou que Moisés impusesse as mãos sobre ele, como sinal de que a autoridade de Deus, a qual estava sobre Moisés, para conduzir o povo, estava sendo transferida a Josué. Isso, na verdade, o Senhor expressa de maneira clara, posteriormente, ao dizer: “Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão […] como fui com Moisés, assim serei contigo” (Js 1.2,5). Josué, um vaso escolhido, porque tinha o Espírito, mas também era corajoso e fiel a Deus.

1) Um Homem Escolhido

Os pais de Josué chamaram-lhe Oseias (heb. Hoshea‘), que significa “salvação”, mas Moisés, ao enviá-lo à Canaã como espia, mudou-lhe o nome para Josué (heb. Yehoshua‘), que traduzido quer dizer “Javé é salvação”. A tarefa que Josué haveria de desenvolver teria como foco a intervenção miraculosa de Deus (Sl 44.1-3), e não a força do seu braço ou sua agilidade com a espada. Afinal, não existe nada mais pernicioso do que dizer: “Deixe comigo, eu sei fazer”. Quem assim procede, sente-se um “deus”, e toda vez que alguém se sente dessa maneira, age parecido com o Diabo. Por isso, o Inimigo quer conduzir os homens a esse estado mental de autossuficiência, acreditando que a habilidade e força outorgam aptidão para vencer todas as batalhas. Mas o Senhor diz: “[…] Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6). Quanto ao fato da escolha de Josué, anotou-se:

Quando Deus precisava de um homem bem preparado, Ele escolheu Josué. O Senhor encontrou naquele homem alguém que ouviria suas instruções. Josué era alguém que cumpriria suas tarefas. Estas qualidades de caráter tão associadas à disposição de Josué são sempre aprovadas por Deus.5

A escolha de Josué foi anunciada quando Deus, depois de declarar que ele tinha o Espírito, mandou a Moisés: “põe tua mão sobre ele” (Nm 27.18). A unção vinda de Deus, pelas mãos de Moisés, quebraria o jugo (Is 10.27). Josué sabia que o segredo da vitória seria a bênção de Deus. Tanto era assim que, em determinada guerra, para a vitória de Israel ser completa, Josué orou e Deus fez o sol parar (Js 10.12,13). De fato, somente o “Senhor é salvação”!

2) Um Homem Corajoso 

Josué não era como Arão que, pusilânime, apequenou-se a ponto de não querer assumir, perante Moisés, que tomou as joias de ouro das mãos do povo, “trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido” (Êx 32.4, ARA), mas apenas explicou: lancei o ouro no fogo “e saiu este bezerro” (Êx 32.24). Absolutamente. Josué sabia dizer não às pressões inconsequentes dos rebeldes do povo e reconhecia suas próprias responsabilidades, como no caso dos gibeonitas, quando escreveu: “E Josué fez paz com eles e fez um acordo com eles, que lhes daria a vida” (Js 9.15). Já foi dito que “Josué foi um homem de coragem inabalável e perseverança invencível que mostrou profunda confiança diante das dificuldades”.6

Ele nunca fugiu de um desafio, nunca se acovardou, mas sempre agiu com dignidade, como aconteceu quando retornou de espiar Canaã (Nm 14.6-9). Deus precisa de homens corajosos (não de atrevidos). No capítulo 1 do seu livro, ele menciona que Deus lhe disse para se esforçar e ser corajoso (ter bom ânimo) quatro vezes (vv. 6,7,9,18). Coragem, sem dúvida, foi uma das tônicas do ministério de Josué e também deve ser uma característica marcante dos cristãos atuais.

3) Um Homem Obediente 

Em Números 32.12 está escrito que, no meio de uma grande crise, Josué com Calebe perseveraram em seguir ao Senhor. Eles agiram em total obediência, o que se constitui numa condição indispensável para um líder.

O treinamento de Josué no deserto passava, preciosamente, pelo teste de sua obediência, requisito mencionado pelo Senhor ao povo (Lv 26.3-13). Ele aprendeu a obediência em um cenário de escassez, murmuração e conflitos. Ora, obedecer quando tudo vai bem não é tão complicado, mas, quando tudo parece perdido, não é fácil. Por isso a provação no deserto tem tanto valor para a formação ministerial!

III – APRESENTA-O

1) Deus Mandou Animá-lo e Fortalecê-lo 

Depois de Deus afirmar que Josué tinha o Espírito (era escolhido), e determinado que Moisés impusesse as mãos sobre ele (recebeu autoridade delegada), em seguida, mandou que Josué fosse apresentado ao sacerdote e ao povo para assumir a posição como sucessor eventual de Moisés. Em Deuteronômio 1.38 e 3.28, narra-se que Deus ordenou que Moisés o animasse e fortalecesse.

A estrutura emocional de Josué precisava ser fortalecida, bem como sua reputação diante do povo, pois ele era visto como um grande general, mas precisava de legitimidade sacerdotal, e apoio popular, para assumir a função mais elevada na nação. O Senhor, que sabe fazer tudo muito bem, com uma só ordem, resolveu toda a questão. Josué, como todo líder formado no deserto, não precisa se embrenhar na mesquinha aventura de promover o seu marketing pessoal.

A pregação de Moisés trouxe pouco proveito aos israelitas, “porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2), mas não foi assim em relação a Josué. Ele foi formado e moldado pela palavra de Deus no deserto, ouvindo e caminhando com Moisés, enquanto a maioria — rebelde — se perdeu em seus próprios conceitos e vontades. Mister que todos os cristãos fiquem atentos “para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

2) Deus Faz-lhe Promessas

Em Deuteronômio 31.7,8,23, está escrito que Deus fez promessas a Josué, dizendo-lhe que o sonho hebreu, perseguido por décadas, seria realidade por intermédio dele, e que o Senhor estaria com ele, portanto, que não temesse, nem se espantasse. Aliás, quando Deus entrega uma missão a alguém, sempre lhe faz promessas, conforme foi observado neste caso:

Quando Moisés e seu sucessor se dirigiram à porta da tenda, Deus comissionou Josué de uma forma direta (Dt 32.14,15,23). Depois da morte de Moisés, o Senhor bondosamente repetiu essa ordem particularmente a Josué, aumentando as suas promessas com a finalidade de encorajá-lo na véspera da invasão de Canaã (Js 1.1-9).7

O Todo-Poderoso estava dando garantias a Josué, como deu a Moisés: “Certamente eu serei contigo” (Êx 3.12). É impressionante a capacidade que o Senhor tem de incutir esperança naqueles que estão perto. A esperança brota antes de qualquer palavra, ou até mesmo da promessa. Somente sua presença muda as perspectivas, o ambiente. A luz invade a escuridão e tudo se torna compreensível. Essa revelação, trazida em linguagem própria pelo Espírito Santo, afetou fortemente a Josué, o qual, de acordo com as Escrituras, nunca pensou em desistir da sua empreitada.

3) A Nobreza de Josué

Josué apresenta-se como uma inspiração para toda a cristandade, desde a sua formação como discípulo (servo) de Moisés, no deserto, até a sua ascensão ao posto mais alto da nação. Sua nobreza de caráter vislumbra-se claramente pelo seu senso de serviço, sua devoção ao Senhor e, também, sua visão realista do papel que desempenharia em todo este processo: era um servidor de Moisés, e nada mais. Acerca dele, vale transcrever ainda:

[…] Em muitos aspectos, este “Jesus do Antigo Testamento” prefigura características do Jesus do Novo Testamento. Não foi registrado nenhum mal contra ele. Ele estava livre de todo o desejo de autopromoção ou cobiça; não existe traço de egoísmo que manche a nobreza simples de seu caráter; em todas as circunstâncias ele demonstrou um desejo supremo: conhecer a vontade de Deus. Sua principal ambição era fazer a vontade divina”.8

A nobreza dele salta aos olhos, tanto que nunca foi contestado por ninguém quanto à sua liderança; talvez o ingresso na Terra Prometida tenha ajudado a aplacar a ingratidão crônica dos hebreus. Ele foi referido, pelo Senhor, em Hebreus 11.30, como sendo um herói da fé.

CONCLUSÃO

O deserto perfaz-se numa escola de formação de líderes, que internaliza experiências indispensáveis para aqueles que conduzirão o povo de Deus à “terra que mana leite e mel”. Moisés e Josué, mestre e discípulo, passaram por ela, e, aprovados por Deus, tornaram-se dois grandes expoentes que criaram as condições necessárias para o nascimento político-administrativo do povo de Israel. Eles são complementares, fazendo lembrar a expressão paulina: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7).

Embora, como diz Paulo, do ponto de vista da eternidade e também sob o prisma da filosofia, Moisés e Josué não sejam em si mesmos “alguma coisa”, é impossível olhar para a história da civilização da humanidade e não se deparar com a imensurável contribuição ofertada por esses dois nobres hebreus, não só pela condução dos israelitas na conquista do seu território, o que foi determinante para a definição do mapa geopolítico das nações na antiguidade (com repercussões até nossos dias), mas, sobretudo, por terem andado com Deus, aprendido os seus valores e transmitido ao mundo o alto padrão da cosmovisão do Espírito Santo.

*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Que Deus o(a) abençoe.

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

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Lidiane Santos

Correspondente pela sede desde 2013. Formada em serviço social e especialista em gestão pública municipal. Professora da Escola Bíblica Dominical.